segunda-feira, 28 de julho de 2014

O equívoco egípcio e a desconexão espiritual

O equívoco egípcio e a desconexão espiritual


A milenar religião egípcia é tida como símbolo de espiritualidade e um dos principais centros de saberes transcendentais da humanidade. Mas, apesar disso, ela não deixou de cometer grandes equívocos e também errar. Devemos reconhecer os erros do passado para corrigir o presente e construir um futuro melhor, sempre.



A cultura e religião egípcia durou no mínimo dois mil anos com sua força plena e realizou poderosa influência no mundo e em sua história, costumes e conhecimentos. Hoje nossa humanidade é movida pelo capitalismo, pelo consumo, animada pelas novelas, artistas, esportistas e pelas drogas que promovem o estado alterado de consciência. Naquele tempo dos antigos egípcios a vida era movida e animada pela espiritualidade, tanto no plano físico quanto nos planos paralelos. Fisicamente a espiritualidade era representada pela figura do faraó e seus sacerdotes, espiritualmente havia a gloriosa mitologia dos deuses que regiam cada detalhe da vida de todos.

Mas, apesar de milênios dedicados à espiritualidade isso não bastou para que realizassem equívocos, grandes equívocos que prejudicaria a própria espiritualidade desse povo e cultura. É claro que o mesmo ocorreu em outras culturas, tradições e religiões. A humanidade está em constante evolução. Sempre que olharmos para trás descobriremos que hoje estamos melhor do que antes, sempre descobriremos falhas e equívocos, que as religiões antigas apresentaram grandes equívocos. Mas, nossos antepassados pensaram que estavam fazendo o melhor e o mais correto. O mesmo ocorre hoje. Hoje não somos perfeitos, absolutamente corretos ou plenamente conscientes, mas hoje somos melhores do que antes, mais evoluídos, menos imperfeitos ou menos inconscientes. No futuro nós mesmos descobriremos os equívocos da atualidade, é assim que ocorre a evolução: uma constante e infinita melhora.



Em sua dedicação integral à vida espiritual e a perpetuidade da mesma, os egípcios conceberam a mumificação de seus faraós, em uma tentativa de preservação do corpo, atributos e pertences para o futuro. Foram os primeiros a falar em renascimento ou reencarnação, o que futuramente resultaria em conceitos como a transmigração ou metempsicose. Neste processo de mumificação eles retiravam os órgãos internos de seus líderes maiores deixando o corpo oco, vazio, para que não houve a decomposição normal às pessoas comuns. Suas vísceras eram deixadas em vasos, ao lado das múmias vazias em seus interiores. Neste processo eles removiam duas coisas essenciais e importantíssimas: poucas vezes o coração (atitude cruel e em desacordo com o que se preconizava) e sempre o cérebro. E, além disso, realizavam um poderosíssimo ritual de “vida eterna”.



Bem, eternos todos somos, não há necessidade de ritual algum, é uma dádiva pelo fato de sermos divinos, todos, filhos da Fonte. Então, o ritual egípcio pretendia que a personalidade daquela época se eternizasse, ou seja, ficasse parada no tempo e não evoluísse, aprendesse, ampliasse sua consciência, etc.

O resultado era que os seres mais destacados da civilização egípcia acabavam com suas personalidades presas ao passado, estancadas em seus processos evolutivos, sendo privadas de conexão com suas almas e com suas consciências lúcidas. A desconexão com a alma torna a pessoa fria, insensível, como sem sentimentos ou mesmo lembranças do que é sofrer e por isso incapaz de se colocar no lugar de quem sofre e assim se tornam sem misericórdia, sentimento de fraternidade ou altruísmo. A desconexão com o espírito distancia a personalidade das verdades cósmicas, da compreensão superior de que tudo é divino e que a Fonte está em tudo e em nada em especial, de que todos somos iguais e cada um cumpre uma função específica. Ou seja, a desconexão com o espírito quase que impossibilita a pessoa de cumprir o que lhe cabe na Grande Obra Divina na face da Terra.
Em outras culturas realizaram também a decapitação, não que no Egito Antigo isso não ocorrera (alguns fatos não são conhecidos, documentados ou mesmo têm evidência, pois muitas múmias ainda não foram encontradas, talvez as mais rejeitadas pelo clero da época). Esta prática já era mais consciente e maldosa, visava mesmo acabar de vez e eternamente com a vida da pessoa. A cabeça é o que dá direção e razão à vida. Privar uma pessoa de sua cabeça é condená-la a vagar desorientada pela eternidade, em uma existência sem sentido, direção certa, sem construir nada em especial senão coisas transitórias e equivocadas, muitas vezes visando apenas satisfazer seus apetites sensoriais, sem refletir sobre a eternidade, que tudo e todos fazemos parte de um sistema evolutivo no qual todos somos importantes na vida de todos.

Estes equívocos surgiram e se perpetuam até hoje pelo engano de acreditarmos que existe a estabilidade e a segurança em nossa realidade, por outro lado também pelo equívoco de se acreditar que a eternidade pode ser algo com alguma relação com a maldade e a inconsciência. A eternidade é de natureza divina e que “existe” somente na realidade, plano e vibração divina. Ou seja, uma pessoa ou atitude que ontem pode ter sido considerara má, hoje pode não sê-lo. A maldade é simples o afastamento do bem, da luz, da verdade, da justiça e do amor. Quem de nós pode afirmar com absoluta certeza que vive e é 100% bondade, luz, verdade, justiça e amor? Então, quem de nós pode se dizer com o direito de julgar a maldade alheia? Todos temos o direito divino de evoluir, desenvolver e ampliar nossa consciência.

A Fonte ou Origem da Vida é Justa e Misericordiosa, ela nos criou para nos realizarmos, sermos felizes, alegres, plenos e conscientes. Ela nos criou para retornarmos à Ela, nos identificando em Ela, ou seja, SENDO ELA!.

Não existe portanto erro eterno, pecado eterno, condenação eterna, mal eterno. Pelo contrário, o que existe de fato de natureza eterna é chances de acertos, perdão e redenção, misericórdia e Bem eternos. É muito provável que quem supor o contrário talvez esteja desconectado de sua cabeça ou cérebro.

A esta altura você que está lendo este texto certamente já deve ter refletido que conhece muitas pessoas que possivelmente andam normalmente pela sociedade e estão desprovidas de coração, cérebro ou mesmo de “cabeça”. Estas são as chamadas pessoas cruéis, párias, ou marginais, que vivem vidas sem sentido e que têm como razão da existência o poder, a satisfação de seus sentidos e o domínio a todo custo. Talvez esteja refletindo até que ponto não tem um pouco desta desconexão que ora estamos estudando.

Mas, a Fonte é sábia e misericordiosa. Não há condenação eterna, muito menos se o julgamento foi realizado por outros humanos, tão limitados quanto o julgado. Após vidas e vidas de desorientação, vagando por este mundo como se ele fosse um verdadeiro inferno, como as religiões atuais o descrevem, vidas perambulando pelo “vale de lágrimas e sofrimentos”, em existências sem rumo e sem sentido, sem amor e recheado de solidão, abandono, frio e ausência de luz, muitos conseguem recuperar o que lhes foi tirado no passado.

Até mesmo no descaminho, vagando sem rumo e “nem eia nem beira” por esta terra, que é um verdadeiro paraíso materializado e que muitos não percebem assim, existe crescimento e evolução. É possível assim mesmo se aprender algo. É o aprender o certo pelo errado. É bater cabeça até encontrar o caminho certo. É cansar de sofrer e voltar a sofrer indo contra o que a própria vida nos ensina em pequenos detalhes de nosso cotidiano até resolver não insistir em uma fórmula que provou por si mesma que não terá outro resultado que não prejudicial a si mesmo.



A Fonte é Perfeita, até no descaminho existe a possibilidade de se reencontrar o caminho e retomá-lo. Porém, esta retomada não continuará de onde se desviou, mas sim de um patamar superior, com uma consciência mais ampliada e com a responsabilidade de corrigir os equívocos do passado que podem ter prejudicado tantas vidas. Com a consciência de que precisamos ensinar aos demais o que aprendemos com tantos erros, equívocos esforços e sofrimentos desnecessários.

E é assim que seguimos nossas vidas, olhando para trás para aprender com os erros e equívocos, visando principalmente não repeti-los, tendo como objetivo um presente de trabalho de reconstrução e correção, visando um futuro melhor para si e para todos.



Luciel
Academia Ciência Estelar

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