segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Sabedoria advinda das eleições 2014

No meio esotérico é comum mensagens e a esperança de uma mudança radical na consciência coletiva a ponto de podermos acessar conscientemente e coletivamente outros planos da Criação e até mesmo fazer contato direto com seres sutis e mais elevados. Mas, será que isso é possível ou mesmo está próximo? O que podemos aprender sobre a realidade humana das últimas eleições aqui no Brasil?



É sabido que nossa humanidade evolui há milênios e que ainda tem muito a evoluir pela frente. Também se sabe que a natureza em sua evolução não dá saltos.

Anteriormente realizamos uma análise chamada “Sinastria” que consistiu em cruzar as características dos Mapas Astrais dos três principais candidatos à eleição (então, Aécio Neves, Dilma Roussef e Marina Silva) com o Mapa Astral do Brasil. Uma das conclusões a que chegamos foi de que dentre os três não havia um candidato que se destacasse como sendo o melhor deles. Cada um tem um melhor aproveitamento para um segmento da sociedade do que o outro, mas existe certo nivelamento de forma a não existir um “melhor” para o país. O mesmo tende a ocorrer nos relacionamentos íntimos e afetivos em nossa vida particular.  Ou seja, concluímos que não haveria, dentre eles, um “salvador da pátria”.

Apesar de apaixonadamente alguns militantes virem virtudes apenas em seu candidato, o fato é que não existem pessoas muito melhores do que as outras e muito menos perfeitas, dentre nós.

A humanidade evolui lentamente. A busca pela melhoria da qualidade de vida é algo constante e que força os governos, sejam eles quais forem, a ir “ajeitando” a realidade do país e gradualmente ir sanando problemas, deficiências e carências. O homem de hoje não é o mesmo do passado, ele está muito mais ativo, participativo e menos alienado. As conquistas sociais do passado não são perdidas. A CLT, por exemplo, foi uma conquista muito antiga e os governos posteriores não a removeram. O mesmo acontecerá com as mais recentes conquistas que beneficiam os menos favorecidos.

Antigamente, muito antigamente, os povos eram governados por pessoas consideradas “descendentes de Deus”, pessoas especiais e tidas como muito melhores, divinas e perfeitas. A história nos mostrou que estas pessoas eram pessoas comuns, semelhantes aos seus pares, com as mesmas características de limitação de toda ordem. Este poder outorgado por sua suposta condição “divina” ensejou governos tirânicos e despóticos, muitas vezes legitimados pela religião vigente.

Hoje temos no Brasil um sistema de eleição no qual a maioria das pessoas escolhe seu governante. Neste sistema, todos são absolutamente iguais, não importa idade, sexo, cor, credo, condição social, intelectual ou econômica. Este sistema reduz toda a realidade de uma pessoa a um simples número, a uma simples unidade numérica, deixando de lado tudo o mais. Uma pessoa é um voto e pronto, nada mais. É um sistema simples, frio e objetivo. Se ele não contempla uma análise do conhecimento e da experiência do eleitor, considera muito menos o seu nível de consciência, valores, conduta ou trabalho realizado em prol da sociedade.

A pirâmide social, baseada principalmente na vida econômica, nos mostra que os segmentos mais numerosos e, portanto, que de fato são a maioria em termos numéricos, por força da própria economia (distribuição de renda e de oportunidades) se encontra em sua base, como não poderia deixar de ser (a base piramidal é sempre muito maior do que seu topo).

Bem, a humanidade deixou de ser governada por “seres divinos” para serem representadas por aqueles escolhidos pelo povo mais simples, menos favorecido e mais carente, mas também que teve menos oportunidade de estudo, de vida e de amplidão de consciência.

A base da pirâmide, conforme Maslow ensinou, é motivada principalmente pela satisfação de suas necessidades básicas (alimento, moradia, vestimentas) e pela segurança (não ter a manutenção de sua vida sob risco). Ou seja, a maioria da população eleitora não só sente necessidade visceral de ter seu alimento e moradia como quer garantir que isso não se perca de forma alguma. É simplesmente instinto de conservação da vida. Somente depois de isso satisfeito é que se parte para outros níveis de interação social. Mas, para se garantir esta base o ser humano ativa a região de seu cérebro conhecida como “Reptiliana”, que traz memórias ancestrais, primitivas. Afinal, antes de sermos seres humanos intelectuais somos animais que precisam se alimentar e sobreviver. É por isso que as ações motivadas por estas necessidades não contemplam a reflexão, a prudência e muitas vezes nem mesmo a ética ou a empatia.

Nossa atual humanidade terrestre é movida, então, primeiramente pelos instintos animais de preservação da vida que busca a conquista e a manutenção da satisfação de nossas necessidades básicas. Para isso não se pensa, se age e se reage instintivamente.

Outra característica da natureza instintiva, seja ela humana ou animal, é a emoção geralmente associada à satisfação ou à frustração de seus objetivos de sobrevivência. Com a emoção vem a moralidade e também a solidariedade. Os “mais fracos” tendem a se identificar com a dor e com o sofrimento de outros em igual situação.

As pesquisas informaram que 60% dos eleitores assistiram o último debate entre os candidatos à presidência. Segundo a Datafolha, dentre aqueles que assistiram o debate, 36% afirmaram que Aécio se saiu melhor, 24% achou que quem foi melhor foi a Dilma, 6% se disseram equilibrados e outros 4% afirmou que não houve destaque algum.

É provável que dentre aqueles que acharam que Aécio “ganhou” o debate existam pessoas que se identificaram emocionalmente com a situação de vítima de Dilma (de perdedora no debate) e que se solidarizaram com ela, decidindo assim pelo voto na candidata. Ou seja, o que para alguns pode ter parecido benéfico para o candidato, na verdade acabou sendo para a candidata. Isso pode ter ocorrido caso os eleitores que consideraram que Aécio “venceu” o debate tivessem assistido e analisado a transmissão e realizado seus julgamentos emocionalmente. É compreensível este fato, principalmente se considerarmos que as pessoas menos favorecidas, que não tiveram oportunidade de estudar, podem se ver rotineiramente em situações nas quais não têm argumentos, conhecimentos ou articulação intelectual suficiente para sustentar um debate com outra pessoa que teve mais oportunidade de estudos e conhecimentos.

Se não temos condições de afirmar que existam seres divinos entre nós, capazes de dirigir nossas vidas rumo a um futuro melhor, será que pessoas iguais a nós têm consciência para nos dirigir rumo à evolução? Esta pergunta não tem resposta. Nos parece que o Divino nos orienta exclusivamente no plano divino. Somente aqueles dentre nós que conquistam acesso aos planos superiores conseguem uma orientação proporcional aos seus méritos, às suas conquistas pessoais. Mas, estas pessoas geralmente não têm o foco nas necessidades da base da pirâmide social, pelo contrário, têm o foco no topo da pirâmide, em sua realização pessoal. Desta forma, tendem a não se identificarem e nem conseguirem que aqueles que vivem na base da pirâmide social se identifiquem com elas.

Este grupo de pessoas que não se identificam plenamente nem com a base e nem com o topo da pirâmide social (em termos de desejar o poder) vivem e desejam uma sociedade alternativa, com valores e objetivos diferentes. Estas pessoas reconhecem tanto suas necessidades instintivas quanto espirituais e apesar de pertencerem à nossa sociedade não se identificam com ela.

O topo da pirâmide social deveria ser coroada, de fato, com uma pessoa muito acima da média, uma pessoa total e absolutamente abnegada de seus interesses pessoais, que fosse como um verdadeiro sol, que vivesse para a manutenção da vida, da saúde, da prosperidade e da evolução daqueles dos quais se responsabiliza, direciona e representa. Porém, nossa sociedade está muito distante desta realidade. Os governantes, sejam eles quem forem, por enquanto são pessoas comuns que se realizaram socialmente, mas não espiritualmente. E, por realização social, entenda-se a realização dos valores de nossa sociedade formada pela base da pirâmide. Ou seja, o atual topo da pirâmide social são aquelas pessoas que conseguiram conquistar a certeza de que não lhe faltará o pão de cada dia e o abrigo de uma residência e que ainda têm o poder de ajudar outros a chegarem à mesma condição.

É como se tivesse uma pirâmide social dentro de cada faixa da grande pirâmide social.
Por enquanto nos parece que a realidade de nossa sociedade se concentra nos dois níveis básicos da chamada Pirâmide de Maslow. Teremos ainda que evoluir para a terceira camada que tem por motivação a vida social. Quando nossa sociedade atingir esta camada, ela tornará realidade uma vida de cidadania, na qual a pessoa é altruísta, não pensa somente em si mesma, na satisfação de suas próprias necessidades. É provável que quando isso ocorrer a economia mudará radicalmente, o acúmulo de bens e poder já não será o objetivo, haverá colaboração entre camadas sociais, entre governos e países. Não haverá mais esta “corrida selvagem” do mercado econômico ou mesmo profissional e nem social. Será um tempo em que a pauta será a qualidade de vida para todos e que isso não ocorra em desacordo com a harmonia geral. Neste momento de nossa evolução, levar vantagem não será visto como esperteza e mérito, como ocorre agora, pelo contrário, será considerado um crime para com as outras pessoas, para com a sociedade.

Evoluindo ainda mais nossa humanidade chegará ao patamar em que Maslow considerou que a motivação principal será a estima. Neste caso, evolutivamente falando não se trada da autoestima, mas sim a estima e consideração dos outros, da vida em geral, da realidade. Ou seja, um nível de consciência no qual a pessoa não só contribui com a sociedade, mas coloca os interesses e necessidades da sociedade acima de seus próprios. 

É claro que na história temos exemplos deste naipe, como Madre Tereza de Calcutá e São Francisco de Assis, mas até chegarmos à uma sociedade na qual a grande maioria das pessoas pensem, ajam e sintam assim teremos muito a caminhar. Quando chegarmos à este patamar, aí sim será provável que nos encontremos coletivamente com seres mais sutis e elevados, que ocorram aparições para grande número de pessoas. Então, estaremos prontos para no passo seguinte evoluirmos para uma outra realidade na qual de fato sejamos iluminados, seres muito melhores, responsáveis pela vida, saúde e desenvolvimento de outros seres, a partir de planos sutis e elevados da Criação.

A evolução é evidentemente coletiva, ela não ocorre na forma piramidal. Não se evolui sozinho, precisamos pertencer a uma corrente, a uma rede evolutiva. Precisamos nos unir a outros com os mesmos objetivos, valores, conduta e princípios. Desta forma um apoia e estimula o outro, assim como nosso código genético é formado por uma espiral de DNA. Desta forma, a evolução se torna mais fácil, acessível e possível. Talvez este grupo que não se identifica nem com o topo e nem com a base da pirâmide possa influenciar esta pirâmide revolucionando conceitos e práticas, ampliando esta sociedade alternativa e modificando a realidade de nossa atual sociedade.

Mas, para que isso ocorra precisa-se agir em todos os sentidos. Individualmente devemos alimentar pensamentos, atitudes e sentimentos, valores e princípios elevados, nobres, abnegados e altruístas, a cada instante, nos mais simples atos e fatos da vida cotidiana. Coletivamente devemos nos unir de forma franca, aberta e afetuosa com outras pessoas, somando forças, apoios, compromissos e ações rumo a um objetivo maior que esteja acima e além das questões pessoais e individuais.


Vamos então, juntos, trabalhar pela mudança de nossas realidades individuais e contribuir para uma possível mudança social! Conte conosco neste sentido, pois estaremos irmanados nos mais elevados princípios e práticas de natureza tanto social quanto espiritual.


Academia Ciência Estelar

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