domingo, 24 de abril de 2016

A PRISÃO DOS MORTOS


Em todos os cantos do mundo astral por onde andei e estudei uma coisa eu pude observar, a morte. Para cada ser que morre a cultura proveniente exerce um tipo especial de ritual funerário. No planeta Terra, desde os sumérios (que se tem notícia atualmente), os povos têm o costume de enterrar os mortos ao invés de incinerar como era de costume antigo.



Ritual funerário Viking
No budismo e no xintoísmo, por exemplo, consideram abominável e vergonhoso a ideia de um corpo humano entrar em decomposição. Para as religiões do Oriente, queimar o cadáver é uma prática consagrada, tendo o fogo a função purificadora de libertar a alma. Para os povos Vikings, na maioria dos casos, o corpo que ia ser incinerado era vestido e adornado com joias e depois incinerado numa pira. Os celtas acreditavam na vida após a morte, seus guerreiros mortos eram munidos de armas e outros pertences junto ao corpo, depois do funeral eles cortavam a cabeça do morto e esmagavam seu crânio para evitar que seu espírito permanecesse preso. Para os judeus, o corpo não pode ser destruído, pois a alma se separaria dele lentamente durante a decomposição. Já os espíritas pedem que o cadáver não seja incinerado antes de 72 horas, segundo eles, esse é o tempo necessário para a alma se desvincular do corpo. Para os mesopotâmios a morte física não significava o fim da vida, para eles os mortos continuavam com uma existência animada na forma de um espírito.  Os povos gregos, romanos, hindus, celtas e algumas tribos indígenas também cremavam seus mortos. O culto cristão aos mártires do séc. VI, formou a crença que se os corpos fossem sepultados em lugares santos, a vida eterna e a ressurreição da alma estariam garantidas.

Capela dos Ossos em Portugal,  igreja de São Francisco, construída no século XVII. 
Cada corpo que é enterrado ainda possui seu vínculo com a Terra, não importa onde ou qual ele seja. A incineração é a libertação dos vínculos e apegos de sua vida terrena. A morte é o desapego. Assim os corpos enterrados ficam ligados à terra e não vão embora unir-se ao todo divino como deveria ser. O enterro pode ser uma prisão das almas nesse mundo. Seus antigos donos ficam vagando solitariamente pela eternidade até que algum dia sejam incinerados ou de alguma forma se dissolvam no éter. O costume egípcio de voltar a vida nessa terra criou a prisão dos mortos. O que mais é o Vale dos Reis no Egito? Uma prisão de mortos. O que é um cemitério católico? A prisão das almas na Terra. A Terra se tornou uma prisão desencarnada. Isso não é uma teoria, entendam que é real e alguns podem até mesmo ver isso. Não apenas humanos, mas animais também.

Temos que deixar partir, enterrar é continuar o apego, é um egoísmo tremendo irmos ao cemitério e rezar todo ano para a alma do ente querido, é reter ele nesse mundo mesmo depois de morto. Há pessoas que utilizam ânforas para guardar as cinzas do falecido em suas casas. E a Cinza não é parte do morto? Também não continua a existir? Primeiro que a forma humana já não existe, virou cinza, segundo que ela deve ser jogada ao vento e misturada aos quatro elementos e ao éter, assim voltará a ser una com o universo e estará preparada para evoluir sem estar presa à consciência da vida anterior.

Muito cuidado com seus apegos mundanos, ele poderá fazer de você uma “alma penada vagante”. Mais isso não é o pior, pior seria nos países que praticam a necromancia, podem escravizar a alma dos mortos. Isso é o pior que poderia acontecer a uma alma. Presa para sempre como escrava na Terra. Essas possibilidades de prisão eu vi com meus próprios olhos, é real, existe e 99% das pessoas não tem a mínima noção de nada disso.

Os egípcios, por exemplo, eram tão apegados que levavam seus pertences às mastabas para garantir não faltar nada na outra vida. Hoje o Egito é uma prisão dos seus ancestrais, um berço morto dos antepassados. Estima-se que o maior cemitério do mundo é o “Wadi Al-Salaam”, no Iraque, com mais de 5 milhões de corpos. Já a cremação, técnica que reduz um corpo a cinzas, foi criada por volta de 1000 a.C. pelos gregos e romanos, que acreditavam que o sepultamento era para criminosos e seria mais digno ter o corpo cremado.

Os cristãos adotaram o ato de enterrar os corpos através dos Hebreus. O povo hebreu criou o costume de sepultar os mortos que foi adotado pela Igreja Católica. Até 1964, a Igreja Católica não permitia que seus fiéis fossem cremados. Atualmente, mesmo sem a proibição, o hábito do enterro ainda continua muito forte em países católicos.
O que é uma tumba funerária? Uma mastaba. Pense no desenho. Tem uns maiores até com salões de ouro para quem pode pagar mais e abrigar toda a família morta ou uma simples gaveta sem luxo para os pobres. Isso não é semelhante aos egípcios e sumérios?

 No Brasil, os sepultamentos em igrejas existiram até a década de XX, quando foram construídos os primeiros cemitérios. Antes disso, apenas escravos e indigentes eram enterrados, enquanto os homens livres e ricos eram sepultados nas igrejas.


Pense nisso! Entenda que estamos criando “almas penadas” não deixando nossos parentes e amigos irem embora unir-se ao que é realmente divino, o todo. Por quanto tempo a humanidade materialista e apegada continuará aprisionando seus ancestrais? A nossa cultura cada vez mais tende a isso. O ser humano é tão apegado que se pudesse levaria até mesmo seu carro e o celular dentro do caixão. É isso que as religiões ligadas ao esoterismo querem dizer quando afiram que temos que desapegar. Não é jogar fora aquele xale bonito ou não ter onde morar, é simplesmente que estando vivo aqui é uma coisa, morto não pertence mais a esse mundo e chorar para que volte só trará mais aprisionamento para quem já se foi. Esse mundo não é o mundo dos mortos, mas da matéria viva. Deixar o corpo enterrado é ter um vínculo eterno com a terra ou a vida que teve anteriormente. Muitas almas nem sabem que morreram e ficam vagando na tristeza porque seus entes não o veem. Nem todos ficam vagando, isso depende do grau de apego e de outros fatores, mas o vínculo sempre existirá. Nosso vínculo é com o universo e não com uma determinada terra, lugar, espaço ou família.

Então reflitam! Até quando sua cultura o fará seguir os passos de um aprisionador de almas? Você é muito mais que apenas uma vida de menos de um século, sua alma é de milhões de séculos e muito provavelmente ela nem se originou desse sistema solar.

Texto elaborado a partir das experiências astrais, por Letícia de Castro.

Academia Ciência Estelar


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