quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O Monoteísmo e o Nada


A discussão sobre o Bem e o Mal nos remete à ideia do Todo e do Nada. Ora, o Nada seria antagônico ao Todo. Mas, conforme a ciência da Física o nada que seria representado pelo vácuo absoluto não existe, à semelhança de nossa discussão sobre a não existência do Mal.
“Vácuo significa ausência total de matéria, ou seja, líquidos, sólidos, gases ou plasma. O vácuo, no entanto pode ser entendido de diversas formas, pois o vácuo absoluto, que realmente é a ausência total de matéria é apenas teórico, existindo no entanto a remota possibilidade de existir o vácuo absoluto em alguma galáxia distante. O nosso próprio sistema solar está preenchido na maioria das vezes por hidrogênio e outros gases”. http://www.algosobre.com.br/fisica/vacuo.html
Este conceito apesar de parecer sem grande importância para nossas vidas na verdade pode resultar em repercussões impensadas.
Foi o que aconteceu com o mundo religioso quando se “inventou” o número “zero”, ou seja, o Nada. Afirmar que existia o zero, ou o Nada, era afirmar que existia algo antagônico ao Todo ou Deus Único!
O desenvolvimento do Antigo Egito, por volta de 4.000 a.C. levou aquele povo a criar os símbolos e com eles nasceu a escrita e os números. Mas, este sábio povo que também criou os números fracionários não concebeu o a ideia do zero. Buscando na história da Matemática encontramos que “É possível que o mais antigo símbolo hindu para zero tenha sido o ponto negrito, que aparece no manuscrito Bakhshali, cujo conteúdo talvez remonte do século III ou IV d.C., embora alguns historiadores o localize até no século XII”:
“Como a mais antiga forma do símbolo hindu era comumente usado em inscrições e manuscritos para assinalar um espaço em branco, era chamado sunya, significando “lacuna” ou “vazio”. Essa palavra entrou para o árabe como sifr, que significa “vago”. Ela foi transliterada para o latim como zephirum ou zephyrum  por volta do ano 1200, mantendo-se seu  som mas não seu sentido. Mudanças sucessivas dessas formas, passando inclusive por zeuero, zepiro ecifre,  levaram as nossas palavras “cifra” e “zero”. O significado duplo da palavra “cifra” hoje - tanto pode se referir ao símbolo do zero como a qualquer dígito - não ocorria no original hindu”.
Longe da Índia, os Maias americanos também deduziram uma representação do zero, por volta dos séculos IV e III a.C. “O conceito do vazio era tão significativo entre eles que havia uma divindade específica para o zero: era o deus Zero, o deus da Morte”[1]. Afinal faz sentido, o zero é a ausência de Todo, ou seja, da Vida, seja em que dimensão ou forma for. Já os gregos, de sua parte, à semelhança dos egípcios, jamais conceberam uma ideia de representação do vazio absoluto. Para eles este era um conceito “antiestético”: “Não fazia sentido existir vazio num mundo tão bem organizado e lógico – seria o caos, um fator de desordem”[2].
Consta que na Idade Média os povos ignoravam o zero e este conceito recebeu muita resistência até ser plenamente aceito como hoje. O zero era considerado um número subversivo.
Pitágoras, que viajou e estudo pelo Egito, defendia que todas as coisas tinham sua origem nos números e que estes expressavam a razão absoluta[3].  Para os pitagóricos todo o Universo era regido pelos números e suas relações[4]. Para eles a importância do estudo dos números residia no fato de que eles, os números, eram sinônimo de harmonia universal e demonstram a essência do universo. Consideravam que os números eram o elo que une todos os elementos da Criação[5].
Então, esta discussão que se iniciou com o estudo das ideias de Bem e Mal nos levou aos números. O estudo esotérico dos números é um caminho seguro, lógico, coerente e prático para debatermos as questões de natureza espiritual, sem a influência do subjetivismo da mística.
É por este caminho que pretendemos continuar nossos estudos.

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