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quinta-feira, 9 de agosto de 2018

A Paixão e o Amor - O mistério da esfinge


A Paixão e o Amor

O mistério da esfinge

“Muitos confundem a paixão com o amor; talvez tais sentimentos não sejam possíveis de serem traduzidos, porque vem da alma e tudo que gera misteriosamente a alma é quase que inexplicável”.
Letícia de Castro, “O Arquétipo do Amor e da Alma”, Ed. Madras



A paixão e o amor são muitas vezes confundidos e geralmente não compreendidos, mas são extremamente opostos. A compreensão desses dois conceitos nos ajuda a compreender muitos fatos de nossa vida e transcendem os limites do relacionamento à dois.

Apesar de normalmente esses conceitos se confundirem, essa confusão não resiste à uma rápida e simples reflexão. A paixão nubla o raciocínio e o julgamento lúcido, o amor contribui com sabedoria para um julgamento mais sensato e equilibrado.
A paixão tem sua força no que há de mais abissal e sombrio de nossas almas, enquanto o amor tem sua força no que há de mais elevado, lúcido e divino em nós.

Apesar de parecerem tão antagônicos à luz dessa rápida análise, esses conceitos, vamos assim denomina-los, são como o dia e a noite, os dois lados da moeda, as energias elétrica e magnética: são impossíveis de serem separados. Mas, por que isso? Simples, porque em essência são a mesma e única coisa.

A questão é que a paixão é como um ímã que atrai tudo para si e que tem a si como centro de tudo, tal qual a cruz swástica. Ela então exerce força egocêntrica no ambiente gerando fragmentação e divisão por onde passa.


O amor é como um ímã que irradia para tudo e para todos o que tem em si, tal qual a cruz sowástica. Ele então exerce força semelhante à centrípeta no ambiente, gerando irradiação e expansão por onde passa.

O fato é que esse “ímã” tem seus dois polos, um positivo e um negativo, um que irradia e outro que atrai, sendo em si uma só realidade.

A paixão nada mais é do que o amor por si mesmo, a suprema necessidade de satisfação própria, de seus apetites, interesses, necessidades, vontades, etc., é se prender e se apegar às fontes dessas satisfações. O amor é a paixão pelo todo, é colocar o outro acima de si mesmo, se desprender e se desapegar. Ou seja, na paixão o centro de gravidade se encontra dentro da pessoa e no amor esse centro de gravidade, ou razão de existência se encontra fora de si, no outro.


Essa força que confere razão de existência manifesta-se então de duas formas, como paixão e como amor. Uma tem por característica a natureza e suas sensações e a outra tem por característica o transcendental. Uma é material e a outra abstrata, uma sensorial e a outra extra-sensorial, uma é feminina e a outra é masculina. Uma é escura e a outra clara, como o pavimento mosaico, como o dia se alterna com a noite, como o verão se alterna com o inverno, em uma eterna dança da vida eterna.

O feminino, por ser passional, busca seu equilíbrio no objetivo masculino e vice-versa. A órbita dos planetas é estável, dinamicamente falando, porque equilibram-se as forças centrífugas (força que impele o corpo para fora da órbita) e centrípetas (força que por causa da Lei da Atração em que massa atrai massa faz com que os corpos se atraiam um ao outro, tanto o que está no centro quanto o que está orbitando).

A “Fonte”, popularmente conhecida como “Deus”, manifestou-se como matéria ou natureza através da Criação, no famoso “Fiat Lux” a partir do qual tudo é matéria, mesmo que muitíssimo mais sutil do que como a conhecemos. Mas, essa mesma Fonte também permanece Imanifesta. Isso nos conduz ao conceito dos “Números Complexos” da Matemática no qual não existe somente números naturais, mas sempre existirá um componente “imaginário”, pois assim é a realidade mais absoluta da Matemática.


Na vida devemo-nos equilibrar em duas pernas para poder caminhar, na feminina ou lunar e também na masculina ou solar. Andar com uma só perna cansa mais, dificulta a caminhada e até mesmo pode inviabilizá-la. A eternidade da existência ocorre na alternância entre luz e trevas, entre verão e inverno, entre o masculino e o feminino.


A natureza passional do feminino, que é pedra de tropeço do masculino pelo desconhecimento desse quanto a esse quesito, não só é um saudável refresco ao rigoroso e frio masculino como também lhe é saudável. Já a rígida e fria lógica do amor masculino abençoa o feminino com direção, ordem e foco.


Há quem afirme que o planeta Terra ou mesmo o plano físico, ou da natureza, o aspecto Feminino da Fonte, seja um “vale de lágrimas” ou o verdadeiro “inferno de dor e sofrimento”. Porém, é aqui que podemos sentir com todas as suas delícias e nuances, todo tipo de prazer, seja na forma de aromas, sons, toques, sabores ou mesmo sensações sexuais. Isso não existe com tal intensidade e força em outros planos, somente aqui. Então, podemos dizer que esse plano e planeta na verdade é o “país das delícias”, ou o verdadeiro Paraíso. Para compreender isso é só nos lembrarmos de algum sonho durante o qual comemos algo ou mesmo fazemos sexo. Foi tão prazeroso como no plano físico?

Costuma-se, espiritualmente, supervalorizar os planos sutis e mais elevados, porém se aqui não fosse bom, bonito e do bem, porque então a Fonte teria criado essa realidade. E, se essa realidade, a Natureza ou Feminino Universal, é a manifestação da Fonte então porque não a reconhecer como tal e reverenciá-la? E, principalmente, porque não desfrutar do que ela tem de melhor?


Na Idade Média (e até hoje) religiões culpavam o Feminino pela “perda do Paraíso” e pela fraqueza do Masculino, julgavam-no demoníaco esquecendo-se que é do Feminino que nasce a vida, que é da alternância de dia e noite que a vida se sustenta, que é à noite que se podem ver as estrelas.

A deusa hindu Maya, a deusa da ilusão, cumpre sua missão de testar a determinação, a convicção e o nível de consciência do iniciado. Esse teste fortalece o verdadeiro iniciado, distinguindo-o dos demais “espiritualistas de shopping” que acreditam que “o hábito faz o monge”.

Letícia de Castro em seu livro “”O Caminho do Mestre” ensina que a deusa grega Circe, filha do Sol, representa a missão do Feminino ao evidenciar o que há de imaturo e despreparado no Masculino em evolução indicando de forma inequívoca o que precisa ser trabalhado, melhorado e evoluído. Essa mesma autora, em seu outro livro, “O Arquétipo do Amor e da Alma”, nos ensina que para se chegar ao estágio mais puro do relacionamento, o amor, ela deve sentir paixão antes e que a paixão é como se fosse um teste para o amor, ou ela morre ou se transforma.


O “problema” tanto da paixão quanto do amor é o extremismo. É daí que surgem o ditador egóico e também o místico alienado, o matar o objeto de paixão para que não seja de outro e também o sacrifício do objeto de amor em prol do todo. Nem tanto ao mar, nem tanto às estrelas. A vida se desenvolve na superfície da terra.

Em uma relação entre duas pessoas, a paixão é responsável pelo prazer físico, pela necessidade de estar junto com a outra pessoa fonte de nossa satisfação, com seus cheiros, formas e atitudes que nos agradam. O amor, no caso, é o respeito por sua liberdade, por sua originalidade, pela sua felicidade, por suas escolhas e forma especial e original de ser. O verdadeiro amante quer que o motivo de seu amor, o outro, seja feliz junto ou não a si. Já o apaixonado que ser, ele mesmo, satisfeito, custe o que custar ao objeto de sua paixão.


Uma relação à dois sem paixão carece de desejo sexual e as duas pessoas se tornam ou desinteressados um pelo outro ou são como irmãos. Mas, a característica da paixão é como a natureza que incessantemente se renova. Por isso a paixão tem seus ciclos, pois um fruto nasce, se desenvolve, cresce, gera novos frutos e perece. Ou seja, a paixão precisa se reinventar, como os ciclos da natureza, ou está destinada a fenecer.

O amor, é o que confere razão para a manutenção do casal, são os objetivos em comum, é a alegria de ver o outro feliz e bem, é considerar suas diferenças e contribuir para que sejam de alguma forma livres para se manifestar e também serem satisfeitas. Uma relação sem amor não é uma relação, mas sim um negócio egoísta (de ambas as partes) de interesse circunstancial que pode terminar de forma fria e brusca a qualquer momento quando pelo menos uma das partes atingir seus objetivos ou ver que a outra já não tem mais nada a contribuir com suas metas.


Astrologicamente a paixão está diretamente regida e relacionada com o eixo Touro-Escorpião, o eixo da manutenção da vida em todos os sentidos, desde a libido, os instintos de conservação até mesmo a questão financeira que é a sobrevivência social. O amor por sua vez está relacionado com o eixo Leão-Aquários, o eixo do amor, tanto individual quanto coletivo, tanto pessoal quanto fraternal, tanto voltado para uma pessoa quanto para um grupo de pessoas. Esses eixos são ortogonais, ou seja, fazem noventa graus entre si, ou, formam uma cruz entre si. É exatamente essa cruz formada por esses dois eixos que os esoteristas relacionam com a famosa Esfinge egípcia e sua misteriosa frase “Decifra-me ou devoro-te”.


Os signos dessa cruz são os signos “fixos” em Astrologia, ou Tamásicos, os mais diretamente relacionados com a vida material e concreta, com a estabilidade, manutenção ou conservação da vida, seja no âmbito individual, seja no âmbito coletivo. Faz sentido então considerarmos que a paixão e o amor serem o centro da vida e que esses mistérios devam ser decifrados ou então estamos sujeitos a sucumbir sob eles. Afinal, porque vivemos, na maioria das vezes? Porque queremos um bom emprego, ganhar dinheiro, ter bens que nos orgulhamos senão para agradar à uma pessoa especial em particular ou então agradar a um grupo de pessoas.

A forma como lidamos com a paixão e com o amor em nossa vida pessoal acaba por influenciar como lidamos com questões de natureza social e também espiritual.
Se em nossas vidas pessoais somos passionais assim também o seremos no convívio social. Se em nossas vidas pessoais somos abnegados e altruístas, também seremos da mesma forma no grupo de relacionamentos dos quais participemos.

Se somos egoístas e apaixonados por nós mesmos e nossas necessidades tendemos a não abrir a mente para compreender as necessidades alheias. Uma pessoa assim tende a viver mais, pois apega-se à vida material com unhas e dentes, mas vive mal, cheia de dores, rancores, sofrimentos e lutas.

Se somos abnegados e amorosos conosco mesmo tendemos a estarmos muito abertos para a vida e para a sociedade em geral. Uma pessoa assim, por seu desapego ao físico, tende a viver menos, mas vive bem, em paz e harmonia consigo mesma e com o mundo.

Da paixão individual surgem o fanatismo, seja por uma religião, por um time de futebol ou por um partido político. A mente se fecha, fica obtusa e não se busca a verdade de forma alguma, mas somente argumentos para se comprovar as ideias já existentes.


Via de regra a paixão conduz ao apego pelo poder, seja em que nível for, seja o poder sobre o cônjuge, desconsiderando ele como pessoa autônoma, livre e diferente, seja sobre outras pessoas antagonistas. Aqui a ilusão ou equívoco é a ideia de se “possuir” algo, pois com o tempo o objeto ou pessoa “possuída” acaba fenecendo, morrendo. Há que se ter espaço para “respirar”, para que o outro se mantenha vivo. Isso ocorre tanto nas relações amorosas quanto no plano social ou mesmo econômico. O capitalismo é um exemplo de paixão pelo bem, pela posse, pela concentração de recursos. A filantropia e o altruísmo são seus opostos e complementares e vêm equilibrar a Cruz Fixa Astrológica formada por Touro-Escorpião + Leão-Aquários, que a Esfinge egípcia representa.


No plano econômico por exemplo, se alguém atingisse o ideal da paixão pelo dinheiro, do capitalismo, que é ter concentrado todo o dinheiro do mundo resultaria no fim do capitalismo porque então ninguém mais teria dinheiro, bens ou posses para trocar comercialmente e tudo o que essa pessoa única tivesse não valeria mais nada. De que valeria ter trilhões de dinheiro se nada mais pudesse ser comprado? Não haveria circulação de dinheiro e aí o dinheiro perderia seu valor.


Por outro lado, vivemos aqui no físico e não podemos desconsiderá-lo. O plano físico é que nos abriga e nos proporciona não somente a satisfação de nossas necessidades básicas, mas também prazeres, alegrias e satisfações. Desconsiderar a importância do físico, do material e do concreto é um grande equívoco, pois é nesse “palco” que ocorre nossa evolução mais importante. Não existe nada mais importante na evolução espiritual que a vida material. Nesse momento da evolução de nossa humanidade o desenvolvimento espiritual se encontra no respeito ao Feminino Universal, à Natureza (tanto interna quanto externa), à matéria, pois é Ela que é o “arcano” ou “arca sagrada” que abriga em seu âmago, seio ou mistério interior, a Verdadeira Luz ou divindade, fagulha da Fonte Original. Em outras palavras, se buscamos Deus é na natureza ou na Deusa que o encontraremos, Ela é o altar de Deus manifesto. Se buscamos o amor, comecemos pela paixão, como bem ensina Letícia de Castro; se buscamos a luz, iniciemos por nossas fecundas sombras; se buscamos a saúde, olhemos para nossas doenças; se buscamos o “Paraíso”, caminhemos rumo ao “Inferno”, como o fez Jesus no Credo católico, antes de se sentar à direita de Deus Pai Todo Poderoso.


Mas, devemos sempre nos lembrar que a estagnação é a verdadeira morte. Vida sempre é movimento. Não nos fixemos apenas no amor ou na paixão, mas os alternemos, assim como o dia se alterna com a noite, o verão com o inverno. Deixemos a Roda do Ano ou da Vida girar! Nessa Roda se alternam os raios ou eixos da paixão e do amor e assim a vida flui perpetuamente.

Juarez de Fausto Prestupa

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Como identificar um Mago Negro


“Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons”.
Mateus 7:15-18

Hoje está muito popular se falar de magia, tudo parece ou é nomeado como “mágico”. Dessa forma, muitas pessoas se aventuram a rotular coisas como sendo mágicas. Nessa linha surgem então julgamentos afoitos e rótulos precipitados relacionados à uma suposta “magia negra” ou de pessoas como sendo “magos negros”, mesmo que não se tenha estudado anteriormente sobre o que seja magia e suas formas.



Vamos então saber um pouco mais sobre o assunto e não cometer calúnia e difamação, incorrendo no risco de infringir inclusive a legislação e estar sujeito a um processo legal?

Primeiro, o que é magia?
O dicionário assim define magia:
“arte, ciência ou prática baseada na crença de ser possível influenciar o curso dos acontecimentos e produzir efeitos não naturais, valendo-se da intervenção de seres fantásticos e da manipulação de algum princípio oculto supostamente presente na natureza, seja por meio de fórmulas rituais ou de ações simbólicas”.
O site da Wikipedia assim define magia:
“A magia, antigamente chamada de Grande Ciência Sagrada pelos Magos, é uma forma de ocultismo que estuda os segredos da natureza e a sua relação com o homem, criando, assim, um conjunto de teorias e práticas que visam ao desenvolvimento integral das faculdades internas espirituais e ocultas do Homem, até que este tenha o domínio total sobre si mesmo e sobre a natureza. A magia tem características ritualísticas e cerimoniais que visam a entrar em contato com os aspectos ocultos do Universo e da Divindade”.

A primeira definição acima é mais popular e superficial, sem um estudo profundo, mas conduz o leitor para o ‘mundo dos seres fantásticos’. A segunda definição já se mostra mais profunda e resultado de uma pesquisa séria e conduz o leitor a considerar a magia como algo relacionado ao desenvolvimento espiritual e da divindade.



O termo “magia” se origina da religião dos antigos “parses”, ou pársis. Eles são um grupo étnico-religioso do subcontinente indiano. Eles formam a maior das duas populações praticantes do zoroastrismo na região. Já o Zoroastrismo é definido assim pelo site da Wikipedia:
“O zoroastrismo, masdaísmo, masdeísmo ou parsismo é uma religião fundada na antiga Pérsia pelo profeta Zaratustra, a quem os gregos chamavam de Zoroastro. É considerada como a primeira manifestação de um monoteísmo ético. Para alguns acadêmicos, os pontos chaves das principais doutrinas do Zoroastrismo sobre a escatologia e demonologia, como a crença no paraíso, na ressurreição, no juízo final e na vinda de um messias, viriam a influenciar o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Tem seus fundamentos fixados no Avesta e admite a existência de duas divindades (dualismo), as quais representam o Bem (Aúra-Masda) e o Mal (Arimã). Da luta entre essas divindades, sairia vencedora a divindade do Bem, Aúra-Masda”.

Os antigos e verdadeiros “magos” eram sacerdotes de Ahura Mazda, ou Ormuzd. Ou seja, sacerdotes do Bem, da Luz.

Existem diversos tipos de magia conhecidos: magia natural, magia cerimonial, magia talismânica, magia enoquiana, magia sexual, magia musical, xamanismo, magia contemporânea (raízes no trabalho de iniciados como Eliphas Levi, Papus e Teosofia), magia universal, magia gnóstica, magia africana, etc.

Observe-se que o leigo não só desconhece esses tipos de magia como ainda “criou” na mente popular o termo “magia negra”.

E essa tal de “magia negra” existe? Sim, existe. Trata-se do uso inadequado da arte sagrada da magia. Como então se identificar um mago negro? Para o leigo a definição “mago negro” conduz à conclusão fácil, rápida e equivocada que tudo que seja negro está relacionada à magia negra. Esse é o maior equívoco que se incorre no julgamento precipitado e injusto.



Vejamos, se só pelo fato de um sacerdote ou magista usar negro já o defini como mago negro o que se poderia dizer dos antigos padres católicos que usavam batinas negras em toda a sua vida e em todo tipo de atividade? Seriam eles então magos negros? As freiras católicas, também usam a cor preta. Seriam elas magas negras? E como ficaria então o caso das viúvas que passam a usar o negro após o falecimento do marido? Teriam se tornado então magas negras? E o preto do luto que todos usamos, seria então um símbolo de magia negra também? E os ternos dos pastores evangélicos, geralmente pretos, seria um símbolo de que se trata de magos negros? Certamente que não!





É natural se temer o desconhecido e quando se teme algo se demonizar esse algo desconhecido é natural. Mas, seria muita intolerância e preconceito se rotular todos sacerdotes que não sejam da religião que professamos como sendo magos negros. Não é mesmo? Essa é uma atitude medieval e fundamentalista nada atual ou ecumênica. Afinal, todas as religiões pregam essencialmente o amor e que tendo Deus como Pai comum, somos todos irmãos e irmãs, diferentes sim entre si, mas irmãos, e um não é melhor nem pior que o outro.

Mas, então, magia negra é aquela que usa vela preta?
Vejamos, uma vela é o símbolo votivo de uma devoção espiritual, visto que toda vela tem por objetivo ser acesa e quando acesa irradia luz. Se irradia luz então é um símbolo ou um objeto divino, de LUZ. Se é de luz não é negra ...



Toda a criação tem vibrações que podem ser agrupadas em doze ou sete características principais. É fácil se compreender isso quando nos lembramos dos santos católicos em suas atribuições específicas: Santo Antônio é o santo do casamento, Santo Expedito é o santo das causas perdidas, São Cristóvão é o santo dos motoristas e viajantes, etc. Da mesma forma, existem os coros angélicos e cada um deles tem uma regência específica ou assunto particular totalmente diferente do outro. Em termos espirituais essas características também são frequências ou vibrações específicas e diferentes entre si. Cada cor tem uma característica ou regência. Existem sete cores principais relativas aos sete sacramentos cristãos.



A cor negra nada tem de magia negra. A cor negra é a cor da extrema unção, relacionada com o sétimo dia, quando, segundo a Bíblia, o Senhor “descansou” e o homem deve honrá-lo “doando” esse dia ao Pai. Estão relacionados com essa cor os anjos Oriphiel, Jehudiel e Zaphliel. À essa cor também está relacionada ao nome de Deus que as pessoas normalmente traduzem do hebraico como sendo “Jeová”, ou Iod He Vaw He. Mas, esse é um nome que os hebreus ortodoxos jamais pronunciam, pois se trata o nome do mistério, do segredo, por isso a relação com a cor negra, do desconhecido. Esse mistério de cor e nome divino está relacionado com a séfira Binah (a Providência Divina) e com a ordem dos Tronos (os mesmos que os hebreus denominam Aralim, isto é, anjos poderosos, grandes, fortes e robustos). Ou seja, além de não ser nada negativa ou maléfica, a vela preta ou negra nos remete ao primeiro Mistério da chamada Coroa Sefirótica, mistério esse diretamente relacionado com o Espírito Santo.

"É no escuro da noite que melhor se pode enxergar a luz das estrelas"

Vimos até aqui o que equivocamente se assinala como sendo indicadores de “magia negra” e percebe-se que essa crença popular não tem fundamento lógico ou teológico. Caso contrário haver-se-ia necessidade de reformulação de hábitos e costumes religiosos antigos arraigados em tradições seculares. Então, o que é “magia negra”? Definindo-se magia negra se define aquele que a pratica...

O Mal ou a magia negra não tem definição ou um conjunto específico que os defina. Sua definição sempre está relacionada com a falta do Bem ou da Magia Branca, estas sim têm definições bem claras e objetivas.

Encontra-se essa definição de magia branca:
“A magia branca se refere normalmente à prática ocultista direcionada para o bem ou para fins altruístas; a magia na qual reina o “seja feita a vossa vontade”. Entretanto, no conceito mais atual, a magia branca se refere a toda e qualquer magia no qual o praticante tem intenções puras e destina seu uso para o bem e/ou para o próximo. Magia branca tradicionalmente faz referência ao uso de poderes sobrenaturais ou magia para fins bons e altruístas”.

Alguns poderiam dizer que na Bíblia ou na prática cristã não cabe a magia, mas as pragas do Egito por ocasião do êxodo dos judeus do Egito no Antigo Testamento formam produto de magia natural. Assim como foi obra de uma poderosa magia natural Moisés abrir o mar Vermelho para a passagem dos hebreus. Além disso, é habito entre pessoas de fé recorrerem a benzedeiras para curar dores e sofrimentos. O ato de se “benzer” é um ato de magia realizado de forma espiritual. Seria isso errado?

Vimos no início que a magia tem origem na prática divina do bem e que a magia branca tem em seu princípio intenções puras e o bem do próximo. Então, magia negra seria o contrário, o uso de forças ou poderes para fins maléficos e egoístas. Grave-se essa frase:
Magia negra é o uso de qualquer tipo de poder para fins maléficos e egoístas.

Ou seja, mesmo a pessoa usando uma vela branca, dentro de um templo branco, se ela estiver fazendo uma oração com o intuito de fazer mal à outra pessoa ou com o objetivo de se beneficiar mesmo que prejudicando outra pessoa, bem essa pessoa está praticando magia negra sim. Não são as características externas que definem ou diferem magia negra ou branca, mas sim o objetivo que o mago lhe imprime.



Toda pessoa corre o risco de ser um mago negro, principalmente se desenvolveu algum tipo de poder paranormal. Se a pessoa usar de seu poder para prejudicar outras pessoas, se beneficiar acima de seus direitos naturais, mesmo que esteja vestida de cordeiro, usando palavras polidas e espiritualizadas, ela será um mago ou maga negra sim. Outro indício evidente de magia negra é fazer uso de forças para impedir que outra pessoa possa exercer seu livre-arbítrio.

Ou seja, fazer uma oração e acender uma vela branca na Igreja para um santo fazer outra pessoa se apaixonar por você é um ato de magia negra, mesmo que não pareça e que a Igreja não tenha nada a ver com isso.

Enfim, para se identificar um mago negro basta ver suas atitudes e histórico pessoal: ele faz maldades (xinga, briga, mente, trai, faz intriga, fala mal das pessoas pelas costas), busca o próprio benefício, manipula as pessoas conforme a sua vontade, quer controlar as pessoas ou fazer com que elas façam o que querem? Bem, essa pessoa se não for está muito próxima de ser uma maga negra.

Como se pode perceber é bem fácil se identificar um mago negro e desmistificar preconceitos. Então, antes de se rotular alguém como "mago negro" não seria melhor buscar os indicadores? Afinal, pode-se estar difamando e prejudicando a imagem e o conceito da pessoa injustamente, cometendo até mesmo um ato ilegal. Aliás, esse é o tipo de atitude que um verdadeiro mago negro teria ...

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Político perfeito e o extremismo



Algumas fontes assinalam que a Criação ocorreu sob o manto da Lei Cósmica representada pelo signo de Leão. Foi o “nascimento” da humanidade como a conhecemos hoje. A Grande Era de Leão ocorreu entre 10.302 e 8.142 AC. Nessa época os reis eram deuses na face da Terra que era habitada por uma raça superior até se fascinar pelas paixões e iniciarem a redução de sua consciência, vibração e espiritualidade, mergulhando nas águas turvas emocionais e seguirem para a Grande Era de Câncer.

Hoje nos encontramos às portas da Grande Era representada pelo Signo de Aquários, oposto ao signo de Leão. Vivemos o momento da “Re-revolução dos Anjos”, o momento da adolescência da humanidade. O momento em que a nossa humanidade deve desviar os olhos dos pais e voltá-los para frente e para o futuro, para si mesma e para os demais. É chegado o momento de sair do manto protetor dos pais para assumir responsabilidades sobre a própria vida e o futuro.

Nossa humanidade já não mais é criança que necessita de proteção, orientação e apoio direto do Pai, mas sim que precisa começar a caminhar por seus próprios pés e seguir seu rumo, bem como as consequências de suas opções, decisões e escolhas.



Muitos ainda vivem na consciência da Era de Peixes, no sonho de um “pai”, ou “mãe”, que venha resolver todos os seus problemas e que nada depende deles. Esse é um pensamento fácil e comodista, ao mesmo tempo também é um pensamento muito infantil e inconsequente.

O resultado de se esperar um “pai” ou político perfeito, um “salvador da pátria”, que detém a solução de todos os problemas, que não é maculado pelo “pecado” ou pela imperfeição, o resultado desse pensamento é fatalmente a decepção e a desesperança.
Muitos já se mostram assim, sem esperança, é só ver que nas recentes pesquisas (junho de 2018) de intenção de voto uma porção muito próxima da população diz não saber ou não querer decidir em quem votará na próxima eleição que ocorrerá daqui a três meses. Os grandes decepcionados e desesperançosos de hoje foram os grandes sonhadores ou iludidos de ontem.



Essa desesperança resulta da frustração ou decepção que tiveram ao escolher ou apoiar um político tido como “ideal”, “perfeito” e que detinha a “varinha de condão” que com seu toque “mágico” resolveria todos os problemas da sociedade.
Esse caminho já conhecemos, não adianta buscarmos, exigirmos ou esperarmos um político perfeito. Porque todos os políticos são humanos, como cada um de nós, e perfeição é algo que não existe em nosso plano e realidade, perfeição só em Deus. Esperar, buscar, exigir e contar com um político perfeito é ter como destino certo a frustração, a decepção e a desesperança novamente.



Pior, juntamente com a necessidade de um “pai”, ou “mãe”, que a tudo solucione para nós, vem o extremismo, seja de esquerda, seja de direita. O extremismo também não leva a lugar algum senão ao seu oposto, o extremismo da esquerda certamente conduzirá ao extremismo de direita e vice-versa. O extremismo resulta do “medo” de que algo contrário à proposta original, seja de esquerda ou de direita, seja prejudicada por algo que não lhe seja favorável e assim coloque todo o esforço, expectativa e “sonho” a perder.

Esse é um “filme” ou caminho já conhecido por todos. Então, porquê voltar a cometer o mesmo erro? Porquê esperar, exigir, buscar um político perfeito? Ele não existe, porque nenhum de nós é perfeito e nem melhor do que o outro.

Muitos afirmam que não querem votar, por estarem sem esperança, sem opção, certamente de “perfeição”, para merecer seu voto. Mas, essa atitude de nada mudará o quadro político administrativo, seja de nosso país, estado ou município. A omissão nunca é uma solução, pois ela simplesmente abre espaço para que um grupo menor que não se omite decida os destinos do país, do estado ou município.

É chegada a hora de percebermos que todos somos imperfeitos, parar de esperar um “pai”, ou “mãe”, que resolva plenamente nossos problemas sem que sejamos incomodados. É chegada a hora de crescermos, de abraçar a maturidade e compreender que a vida não é perfeita, que não somos perfeitos, que não existem políticos perfeitos.
Não adianta nos levarmos pela ilusão de uma grande, profunda e definitiva solução dos problemas, seja pela esquerda, seja pela direita. O que existe é a solução pontual e momentânea das coisas. O que é bom hoje pode não o ser amanhã e o que é bom em uma circunstância pode não ser em outra.

A verdade não está na direita e nem na esquerda, ela se encontra na união das duas. Assim como para se acender uma lâmpada se faz necessário o concurso tanto do positivo quanto do negativo, como para as plantas e a vida existirem precisam do dia e da noite, como que para existir a mobilidade é necessário a existência do móvel e do imóvel.

Ou seja, estamos todos sendo chamados à sensatez, ao bom-senso, à coerência e à maturidade. Estamos sendo chamados a crescer, a deixar de pensar como crianças birrentas e agirmos como adultos responsáveis e construtores de um amanhã.




Estamos sendo chamados à sermos construtores de um amanhã, não perfeito, mas sim melhor do que o hoje. Já temos condições para isso, basta decidirmos sair das barras da saia da “mãe” e com coragem nos tornarmos protagonistas de nossas vidas. Assim, não mais haverá condições de se apontar um “culpado” pelo nosso infortúnio que não nós mesmos. É um momento crucial de despertar, de crescimento, de responsabilidade pelo próprio destino e pelo destino das outras pessoas também.



Cabe a nós analisarmos consciente e judicialmente as opções que temos à nossa frente, sem sonhar com um ideal que poderia, mas não está, em nossa frente. Depois de feita a opção, saber que não se trata de uma opção perfeita, nem definitiva, mas que é a melhor para nossa compreensão, realidade, experiência e conhecimento, na oportunidade.


Assim, certamente não haverá decepção quando a imperfeição se apresentar, nem defesa do erro ante sua evidência. Dessa jeito construiremos de forma consciente e menos extremista um futuro melhor para todos.

Então, qual sua decisão agora? 
Você prefere ainda sonhar, exigir e esperar por com um político perfeito que vá resolver todos os seus problemas, tal como uma criança espera dos pais, ou irá resolver ser independente, andar pelos próprios pés e tomar as rédeas de seu destino em suas próprias mãos para não ter que ficar defendendo erros alheios?

Você está vivendo com a sonhadora mentalidade da Era de Peixes ou se alinha com a postura realista e racional da Era de Aquários?



Juarez de Fausto Prestupa

Qual a diferença entre Tarot e Astrologia?

  Qual a diferença entre Tarot e Astrologia?   Com mais de 40 anos de exercício profissional, percebi que é comum as pessoas não saberem...