Pela notação astrológica
O salto quântico é quando o elétron desaparece de uma órbita e aparece em outra sem transitar entre as duas. É um salto de consciência. Um insight. Um salto evolutivo instantâneo depois de muita preparação.
Hélio Couto
O termo “quântico” é um termo do vocabulário da Física, mais
especificamente da Mecânica Quântica. Esta área da ciência estuda os sistemas
físicos cujas dimensões são próximas ou abaixo da escala atômica e de outras
partículas subatômicas.
A mecânica quântica recebe esse nome por prever um fenômeno
bastante conhecido dos físicos: a quantização. As grandezas físicas são ditas
quantizadas quando entre um valor que ela pode assumir e outro, existem valores
“proibidos”. Ou seja, salta-se de um valor para outro sem valores
intermediários. Um gráfico as representaria como em “dentes ou serrilhas” e não
em curvas.
Exemplo de grandeza contínua, não quantizada: a fervura da
água ou seu congelamento. Ou exemplo: a passagem de período, ou série, para
outro período nos estudos escolares.
Exemplo didático de grandeza quantizada: as passagens dos
estudantes entre o estudo fundamental e o médio, do médio para o superior, do
superior para a pós.
Ou seja, o conceito de “quanta” ou quantização traz consigo
a ideia de algo não fluido, natural ou esperado. É diferente do que se espera
da conta “1 + 1”.
Para que isso ocorra, a quantização de algo, é necessário
que exista uma força ou energia extra e diferente afetando o objeto. Por
exemplo, para um elétron mudar de órbita em um átomo é necessário que ocorre
fortíssima pressão, associada com alta temperatura ou então um forte campo
magnético. Então seu movimento se acelera muito e o faz saltar para outra
órbita atômica. Isso é o que ocorre no processo de fusão nuclear em que átomos
de trítio ou o deutério no sol se transformam em átomos de hélio. Mas, essa
transformação não é estável e ao voltar às suas condições iniciais os elétrons
liberam a energia usada para sua transformação na forma de fóton, luz.
Ou seja, a quantização de algo ocorre pela forte presença de
uma força estranha à realidade do objeto, que sem ela continuaria estável em
seu processo natural. A quantização não é algo natural. É como a passagem da
condição de uma pessoa de solteira para a de casada.
Em esoterismo isso se chama “iniciação”.
Então, o salto quântico, também chamado transição eletrônica
atômica, é, em física e química, a mudança de um elétron de um estado quântico
para outro dentro de um átomo.
Quanto mais longos os saltos de elétrons, menor o
comprimento de onda do fóton emitido, ou seja, eles emitem cores diferentes com
base em quão longos são os seus saltos. Os elétrons das últimas camadas
necessitam de pouca energia para saltar para as camadas mais externas, e seu
retorno cria ondas mais longas, vibrando na cor vermelha; enquanto isso, os
elétrons mais próximos do núcleo necessitam de maiores energias, e seus fótons
saem criando ondas mais curtas, aproximando-se da luz violeta, ultravioleta
(imperceptível aos olhos humanos), raios X, raios gama, etc.
A razão dos elétrons mais próximos do núcleo necessitarem de
mais energia (e vice-versa) acontece devido à atração entre a parte positiva do
átomo (prótons do núcleo) e a parte negativa (elétrons da nuvem eletrônica).
Quanto mais próximo o elétron esteja do próton, mais ele é atraído pelo núcleo,
criando um efeito de blindagem contra os saltos quânticos, e assim exigindo
mais energia para que os saltos sejam realizados e para que o elétron se afaste
do núcleo.
Uma curiosidade: Em uma temperatura de 1.000 °C, os elétrons
abandonam suas órbitas, em número sempre crescente; e se essa temperatura
atingir 100.000 °C, todos os elétrons se desprendem do núcleo; este não resiste
à repulsão entre suas partículas formadoras e explode em entrechoques de
altíssimas temperaturas. Para se ter uma ideia, Eddington descobriu que a
temperatura no centro do sol deveria ser de aproximadamente 15.000.000ºC.
Para se procurar entender como pode acontecer essa interação
entre as forças naturais de um objeto e outras forças “não naturais”, talvez o
conceito matemático dos números complexos nos seja útil.
Em matemática existem os números reais: O conjunto dos
números reais é uma expansão do conjunto dos números racionais que engloba não
só os inteiros e os fracionários, positivos e negativos, mas também todos os
números irracionais. Porém, na evolução da matemática Scipione del Ferro e
Tartaglia conceberam o conceito dos números complexos para com isso conseguir
resolver questões que sem ele não seria possível.
Então, para a teoria dos Números Complexos há que se considerar,
sempre, que uma realidade ou objeto é composto por uma parte real e outra
imaginária. Mas, a despeito que possamos supor que estes conceitos numéricos
sejam opostos, não o são de fato. E é aí que se encontra o “pulo do gato” que
revoluciona nossa mente e conceitos dicotômicos ou dualistas.
Conforme a teoria dos números complexos, tudo que existe tem
seu componente real e também seu componente imaginário que são ortogônicos. Ou
seja, não são opostos, mas fazem entre si um ângulo de 90 graus.
Estamos habituados com conceitos maniqueístas de opostos
como: bem e mal, certo e errado, direita e esquerda, homem e mulher, Deus e o diabo
etc. Mas, à luz da teoria dos Números complexos podemos perceber o quão
equivocados esses conceitos maniqueístas estão.
Um exemplo bem prático da suposta oposição é entre açúcar e
sal, doce e salgado. Se fossem de fato antagônicos, uma comida com excesso de
sal poderia ter seu sabor “equilibrado” colocando-se açúcar, e vice-versa. Mas,
não é isso que se percebe, caso façamos um teste.
Conforme a teoria dos números complexos, a interação
inevitável entre a parte real com a parte imaginária de um número resulta em um
“vetor” complexo. Assim também podemos compreender que ocorra na vida em todos
os sentidos e nos supostos antes considerados “opostos”. Importante salientar
esse “mistério” que infalivelmente une em um vetor duas realidades ortogonais.
Esotericamente falando, podemos afirmar que esse poder supremo e infalível tem
um nome muito conhecido: amor, o divino e verdadeiro amor que a tudo une e
integra.
Consideremos agora outro conceito da Física que é a
eletricidade. Na verdade a eletricidade nunca se afasta de seu “co-irmão”, o
magnetismo. Da mesma forma como os números complexos, eletricidade e magnetismo
coexistem em eixos ortogônicos e não opostos. Sendo assim, um fio pelo qual
“passa” a energia elétrica cria em volta de si um campo magnético.
Vejamos agora o interessante conceito de Nicola Tesla da
transmissão de energia sem fio. Estamos habituados a relacionar energia elétrica
com fio de cobre e parece inconcebível se transmitir essa energia que não por
esse meio, imagina então “pelo ar”.
Pois bem, Tesla simplesmente usou o conceito de
eletromagnetismo para conseguir isso da seguinte forma: enrola-se um fio de
cobre de forma a se potencializar o campo magnético que se irá criar nele assim
que se passar uma corrente elétrica. Assim feito, ao se passar então corrente
elétrica nesse rolo de fio, que é chamado de bobina, tem-se como resultado um
campo magnético, certo? Muito bem, então imagina-se outro rolo de fio, ou
bobina, do outro lado, a certa distância, não muita. O que irá acontecer?
Quando o campo magnético gerado pela eletricidade da primeira bobina atinge ou
envolve a segunda bobina, esse campo acaba por gerar ou ocasionar uma corrente
elétrica pelo fio que compõe a segunda bobina. Então, a energia foi transferida
“pelo ar” de uma bobina para a outra.
Isso não é algo tão extraordinário assim, pois isso ocorre
de fato em todos os transformadores e motores da atualidade. Essa interação
entre eletricidade e magnetismo é utilizada há muito tempo pela humanidade, o
que pode parecer inédito é o conceito de transmissão de energia sem fio, essa
aplicação em especial.
Podemos entender que essa mudança da energia de elétrica
para magnética e vice versa assemelha-se muito do chamado Salto Quântico? Parece que sim, apesar de saber que em estritos termos de Física ou Matemática
podem ser coisas muito distintas.
Mas, percebamos quanto esses conceitos científicos por ora
apresentados se complementam e ajudam a construir uma ideia mais clara e
objetiva de como pode acontecer o chamado Salto Quântico.
Como se sabe pelo esoterismo, as Leis Cósmicas Universais
partem do mais elevado e incognoscível divino e vêm descendo os planos da Criação
até o mais denso de todos. Sendo assim, essas Leis Cósmicas são os desígnios ou
a vontade de Deus e estão em tudo e em todos. Ou seja, as mesmas leis que se
aplicam à Física e à Matemática, também se aplicam em outros campos, planos e
realidades, inclusive nas ciências orgânicas e nas ciências humanas.
Na área da Psicologia Revolucionária (da expansão da
consciência) podemos correlacionar estes eixos ortogonais com o TER e o ESTAR,
sendo então que o vetor para o Salto Quântico relacionamos com o SER. Ou seja,
se o foco é Ter ou então Estar não ocorrerá o Salto Quântico, de forma alguma. O
Salto ocorre quando se está, mas não se envolve, quando se tem, mas não se é
preso daquilo que se tem.
Assim, pode-se extrapolar o campo das ciências naturais, que
nos ajudam por demais com sua exatidão e racionalidade, para também
compreendermos melhor outros campos nem tanto evidentes e lógicos.
Agora, adentrando o mundo da Ciência Estelar, popularmente
conhecido como “Astrologia”, aproveitemos dos recursos desta ciência antiga
para buscar compreender um pouco mais de como “funciona” ou pode acontecer o
Salto Quântico.
Esotericamente estuda-se que tradicional e milenarmente são
sete os planetas que representam as Leis Cósmicas em ação para nós. Além destes
sete existem outros três planetas que auxiliam na evolução do sistema solar:
Uranos, Netuno e Plutão. Cabalisticamente estes três planetas representam a
Coroa Sefirótica da Criação para nós.
Então, consideremos estes três planetas na correlação com os
números complexos, o eletromagnetismo e o Salto Quântico.
Uranos é um planeta tipicamente “elétrico”, agitado, nervoso
e tecnológico. Podemos correlacioná-lo, sem medo de engano, com a eletricidade
ou os números reais.
Netuno é um planeta tipicamente do “imaginário”, das
sensações, do poderoso e influente subjetivo. Também podemos correlacioná-lo
sem medo com o magnetismo.
Plutão é o planeta da força inexorável de Deus. É Plutão que
nos torna deuses, mesmo que nos tenhamos esquecido disso. Ele é o senhor da
vida e da morte, da alquimia e da transformação. Também podemos relacioná-lo com
o “poder” que gera então o chamado Salto Quântico.
Uranos é o planeta do amor fraterno, a capacidade que temos
de sermos felizes somente se todos os nossos fraternos também estão felizes. É um
planeta de envolvimento em ideais coletivos e de abnegação absoluta do
diferencial individual, da ação em prol do grupo, sem egoísmo de forma alguma.
Netuno é o planeta do amor passivo, da aceitação absoluta de
ser amado, de saber que se é amado e que o melhor amor do mundo sempre lhe será
oferecido, seja da forma que for. Por isso é o planeta da fé absoluta e da
entrega a esse amor incondicional.
Plutão é o planeta do amor à verdade, à justiça, a Deus,
acima de qualquer coisa ou pessoa. É a morte do indivíduo para que seja o Tudo
e ao mesmo tempo também ser o Nada.
O Salto Quântico pessoal, sendo assim, não pode acontecer
com quem tenha vaidade, queira se diferenciar ou estar em um patamar acima dos
demais; não pode acontecer quem não aceita ser ajudado, quem não confia
cegamente e se entrega sem restrições ao divino; não pode acontecer à pessoa
que quer se impor, que resiste à chamada “morte mística”, que não guarda um louvor
absoluto ao “deus” que habita em seu interior, sua chispa ou chama divina
particular. É importante salientar também que Plutão, para concorrer ao Salto
Quântico, exigirá que a pessoa não tema ou evite acessar seu poder divino
interno, que não é bom nem mau.
Astrologicamente, considerando apenas os sete planetas esotéricos,
podemos correlacionar os eixos ortogonais com o grande delimitador, Saturno.
Saturno rege o tempo e o espaço. Esse conceito de regência
pode parecer complexo e de difícil compreensão, levando à pergunta: o que o tempo
tem a ver com o espaço? A resposta é simples: ambos são delimitadores, um da
eternidade e outro do infinito. Há quem afirme que esotericamente Saturno
represente o limite espiritual da vida de nosso sistema solar, que para além de
Saturno, física ou espiritualmente, o Universo é muito diferente do que nos
parece daqui de “dentro” destes limites. Então, o chamado “Salto Quântico”
seria conseguir ir consciencialmente além de Saturno.
Nossa consciência pode estar focada no passado ou no futuro
e assim o vetor ortogonal conteria muito pouco do “espaço”. Se nossa
consciência se foca em coisas, pessoas ou lugares, então o eixo do “tempo” vai
literalmente para o espaço. A resultante dos eixos ortogonais tempo e espaço é
que é a verdadeira “realidade” e os extremos de foco da consciência são a “ilusão”
em que a maioria esmagadora das pessoas se encontra imersa.
Bem, isso nos dá uma dica muito fácil de se entender e
praticar então. Fiquemos atentos ao foco de nossa consciência, no que estamos
pensando? Se estamos pensando em algo que não seja a realidade do aqui e agora
estamos na ilusão. Se pensamos no passado ou no futuro, estamos na ilusão. Se pensamos
em coisas (físicas ou não) ou lugares, estamos também na ilusão.
Tanto o tempo quanto o espaço nos parecem, dentro de nossa consciência
limitada, infinitos. Porém, Einstein já ensinava que “o universo é infinito,
porém limitado”. Se pegarmos uma esfera obviamente perceberemos seus limites,
por maior que seja. Mas, se formos caminhar por sua superfície, à semelhança de
uma consciência superficial, ela nos parecerá infinita!
O Salto Quântico Pessoal então seria focar a consciência no
aqui e agora, naquilo que está imediatamente à nossa frente e em nada mais,
como sempre nos ensinaram os grandes mestres espirituais.
Esses conceitos são corroborados pelos ensinamentos da Alta Cabala
que ensina que “para um ato mágico de fato acontecer em todos os planos é
essencial que estejam presentes, em harmonia e no mesmo foco tanto a emoção
quanto o pensamento, que esse ato seja resultado tanto de um desejo quanto de
um estudo ou preparo”.
Para que uma lâmpada acenda, é necessário o concurso dos
polos positivo e negativo de energia. Para que exista uma órbita planetária é
essencial que existam em harmonia tanto a força centrífuga quanto a centrípeta.
É da união entre o homem e a mulher que o casal se torna Deus e consegue gerar
uma nova vida, distinta e ao mesmo tempo oriunda dele.
Juarez de Fausto Prestupa