É interessante a facilidade que o ser humano tem em realizar
julgamentos e rotular coisas e pessoas. Não se “perde” tempo em saber detalhes
e “a versão do outro” antes de sair realizando julgamentos. Obviamente isso
resulta em erros na maioria dos casos. Isso ocorre porque a tendência é se
julgar pelas aparências apenas. Ora, as aparências enganam muito, tal qual uma
fruta de decoração, um boneco de cera ou uma comida cenográfica. Há que se ir
ao cerne, ao centro, ao conteúdo da questão ou pessoa para então sim ter
ciência da natureza real e poder construir uma opinião sensata do fato.
Um dos julgamentos mais comuns é sobre a prática magia
negra. Você já pensou para pensar o que define de fato se um ato religioso é ou
não magia negra? Seria o uso de animais e aparatos pagãos? Seria o uso de
sangue? Seria o envolvimento de algum tipo de morte? Ou você espera que o padre
ou ministro defina para você o que seja magia negra?
Antes de se falar sobre o que é ou não é magia negra é necessário
que se saiba o que é magia.
Primeiro é preciso não confundir magia com mágica
ou truque, quem diz que é a mesma coisa não sabe o que fala. Magia é o estudo
das Leis Cósmicas Universais comumente encontradas na natureza e sua relação
com o homem. Este estudo conduz a teorias e práticas de desenvolvimento pessoal
por se mostrar um caminho evidentemente sólido, eterno, livre de dogmas,
doutrinas e preconceitos, que certamente levará a um resultado concreto. É
comum vermos a magia na forma de rituais e cerimônias que visam facilitar o
acesso aos mecanismos de funcionamento do Universo e seus mistérios. Etimologicamente
a palavra “magia” vem do persa e quer dizer “sabedoria”. Apalavra “magistério”
tem esta mesma origem.
Pela definição percebe-se que magia é algo muito próximo da
ciência e antes da chamada revolução científica elas eram a mesma coisa e
tinham o mesmo objetivo: o domínio do homem por si mesmo e da natureza visando
a evolução e o desenvolvimento.
A adição de uma “cor” à magia é um rótulo equivocado baseado
no vício maniqueísta reducionista de que a vida se resume em bem e mal, certo e
errado, branco e preto, verdade e mentira, positivo e negativo, luz e trevas,
deus e o diabo.
Supostamente magia negra é o uso e prática da magia visando
o contrário de sua definição. Ou seja, se ela visa a evolução, a magia negra
visaria a involução; se a magia visa o domínio do homem por si mesmo a magia
negra seria o uso do conhecimento mágico visando o domínio de alguém por outro
e não a liberdade daquele ou sua evolução. Em resumo, a magia negra seria o
exercício egoísta, inconsciente e involutivo do conhecimento das Leis Cósmicas
Universais, assim como se usa uma faca para se fazer sofrer uma pessoa ao invés
de usá-la para se fazer uma saborosa e nutritiva comida.
A magia então não tem nada de negativo ou maléfico em si
mesma e ela pode estar presente (a manipulação do conhecimento das Leis
Universais visando algum resultado) tanto em um sacrifício ritualístico de um
animal quanto no sacrifício ritualístico ao se acender uma vela ou se fazer uma
oração. O que definiria se é “negra” ou não é a intenção (de liberdade, de
respeito à autonomia, de evolução ou então de controle, domínio, subserviência,
sofrimento, etc.) e não seus aspectos exteriores.
Quando se faz uma simples oração, acende-se uma vela ou
mesmo toma-se um composto de ervas, isso é um ato de magia, pois se está
fazendo uso do conhecimento das Leis Universais. Se a oração e a vela têm por
objetivo “obrigar” que outra pessoa ou ser pense, sinta ou faça algo que
desejamos isso sim é um exemplo de magia negra. Isso é comum em pessoas
apaixonadas que rezam para um determinado santo querendo que o objeto de seu
desejo lhe seja simpático. O mesmo ocorre ao se orar para determinada pessoa
doente não morra. Em ambos os casos o “magista” não tem conhecimento do cenário
completo e não está respeitando a liberdade (pessoal ou espiritual) do outro,
impondo a sua vontade. Desta forma estará realizando um ato de “magia negra”
com aparência de um simples fervor religioso ou devoção.
Mas, todos nós temos nossos desejos e inconsciências e isso
pode nos conduzir facilmente à magia negra inconscientemente. Uma forma de
evitarmos isso é nunca fazermos uso dos conhecimentos (seja na forma
espiritual, médica, psicológica, mecânica, econômica, política, social, etc.)
visando o benefício próprio e sim o benefício alheio. Isso além de nos livrar
de praticar magia negra mesmo que inconscientemente, nos conduzirá a atos de
cidadania, fraternidade e de alta espiritualidade.
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