O equívoco egípcio e a desconexão espiritual
A milenar religião
egípcia é tida como símbolo de espiritualidade e um dos principais centros de
saberes transcendentais da humanidade. Mas, apesar disso, ela não deixou de
cometer grandes equívocos e também errar. Devemos reconhecer os erros do
passado para corrigir o presente e construir um futuro melhor, sempre.
A cultura e religião egípcia durou no mínimo dois mil anos
com sua força plena e realizou poderosa influência no mundo e em sua história,
costumes e conhecimentos. Hoje nossa humanidade é movida pelo capitalismo, pelo
consumo, animada pelas novelas, artistas, esportistas e pelas drogas que
promovem o estado alterado de consciência. Naquele tempo dos antigos egípcios a
vida era movida e animada pela espiritualidade, tanto no plano físico quanto
nos planos paralelos. Fisicamente a espiritualidade era representada pela figura
do faraó e seus sacerdotes, espiritualmente havia a gloriosa mitologia dos
deuses que regiam cada detalhe da vida de todos.
Mas, apesar de milênios dedicados à espiritualidade isso não
bastou para que realizassem equívocos, grandes equívocos que prejudicaria a
própria espiritualidade desse povo e cultura. É claro que o mesmo ocorreu em
outras culturas, tradições e religiões. A humanidade está em constante
evolução. Sempre que olharmos para trás descobriremos que hoje estamos melhor
do que antes, sempre descobriremos falhas e equívocos, que as religiões antigas
apresentaram grandes equívocos. Mas, nossos antepassados pensaram que estavam
fazendo o melhor e o mais correto. O mesmo ocorre hoje. Hoje não somos
perfeitos, absolutamente corretos ou plenamente conscientes, mas hoje somos melhores
do que antes, mais evoluídos, menos imperfeitos ou menos inconscientes. No futuro
nós mesmos descobriremos os equívocos da atualidade, é assim que ocorre a
evolução: uma constante e infinita melhora.
Em sua dedicação integral à vida espiritual e a perpetuidade
da mesma, os egípcios conceberam a mumificação de seus faraós, em uma tentativa
de preservação do corpo, atributos e pertences para o futuro. Foram os
primeiros a falar em renascimento ou reencarnação, o que futuramente resultaria
em conceitos como a transmigração ou metempsicose. Neste processo de
mumificação eles retiravam os órgãos internos de seus líderes maiores deixando
o corpo oco, vazio, para que não houve a decomposição normal às pessoas comuns.
Suas vísceras eram deixadas em vasos, ao lado das múmias vazias em seus
interiores. Neste processo eles removiam duas coisas essenciais e
importantíssimas: poucas vezes o coração (atitude cruel e em desacordo com o
que se preconizava) e sempre o cérebro. E, além disso, realizavam um
poderosíssimo ritual de “vida eterna”.
Bem, eternos todos somos, não há necessidade de ritual
algum, é uma dádiva pelo fato de sermos divinos, todos, filhos da Fonte. Então,
o ritual egípcio pretendia que a personalidade daquela época se eternizasse, ou
seja, ficasse parada no tempo e não evoluísse, aprendesse, ampliasse sua
consciência, etc.
O resultado era que os seres mais destacados da civilização
egípcia acabavam com suas personalidades presas ao passado, estancadas em seus processos
evolutivos, sendo privadas de conexão com suas almas e com suas consciências
lúcidas. A desconexão com a alma torna a pessoa fria, insensível, como sem
sentimentos ou mesmo lembranças do que é sofrer e por isso incapaz de se
colocar no lugar de quem sofre e assim se tornam sem misericórdia, sentimento
de fraternidade ou altruísmo. A desconexão com o espírito distancia a
personalidade das verdades cósmicas, da compreensão superior de que tudo é
divino e que a Fonte está em tudo e em nada em especial, de que todos somos
iguais e cada um cumpre uma função específica. Ou seja, a desconexão com o
espírito quase que impossibilita a pessoa de cumprir o que lhe cabe na Grande
Obra Divina na face da Terra.
Em outras culturas realizaram também a decapitação, não que
no Egito Antigo isso não ocorrera (alguns fatos não são conhecidos,
documentados ou mesmo têm evidência, pois muitas múmias ainda não foram
encontradas, talvez as mais rejeitadas pelo clero da época). Esta prática já
era mais consciente e maldosa, visava mesmo acabar de vez e eternamente com a
vida da pessoa. A cabeça é o que dá direção e razão à vida. Privar uma pessoa
de sua cabeça é condená-la a vagar desorientada pela eternidade, em uma
existência sem sentido, direção certa, sem construir nada em especial senão
coisas transitórias e equivocadas, muitas vezes visando apenas satisfazer seus
apetites sensoriais, sem refletir sobre a eternidade, que tudo e todos fazemos
parte de um sistema evolutivo no qual todos somos importantes na vida de todos.
Estes equívocos surgiram e se perpetuam até hoje pelo engano
de acreditarmos que existe a estabilidade e a segurança em nossa realidade, por
outro lado também pelo equívoco de se acreditar que a eternidade pode ser algo
com alguma relação com a maldade e a inconsciência. A eternidade é de natureza
divina e que “existe” somente na realidade, plano e vibração divina. Ou seja,
uma pessoa ou atitude que ontem pode ter sido considerara má, hoje pode não
sê-lo. A maldade é simples o afastamento do bem, da luz, da verdade, da justiça
e do amor. Quem de nós pode afirmar com absoluta certeza que vive e é 100%
bondade, luz, verdade, justiça e amor? Então, quem de nós pode se dizer com o
direito de julgar a maldade alheia? Todos temos o direito divino de evoluir,
desenvolver e ampliar nossa consciência.
A Fonte ou Origem da Vida é Justa e Misericordiosa, ela nos
criou para nos realizarmos, sermos felizes, alegres, plenos e conscientes. Ela
nos criou para retornarmos à Ela, nos identificando em Ela, ou seja, SENDO ELA!.
Não existe portanto erro eterno, pecado eterno, condenação
eterna, mal eterno. Pelo contrário, o que existe de fato de natureza eterna é
chances de acertos, perdão e redenção, misericórdia e Bem eternos. É muito
provável que quem supor o contrário talvez esteja desconectado de sua cabeça ou
cérebro.
A esta altura você que está lendo este texto certamente já
deve ter refletido que conhece muitas pessoas que possivelmente andam
normalmente pela sociedade e estão desprovidas de coração, cérebro ou mesmo de “cabeça”.
Estas são as chamadas pessoas cruéis, párias, ou marginais, que vivem vidas sem
sentido e que têm como razão da existência o poder, a satisfação de seus
sentidos e o domínio a todo custo. Talvez esteja refletindo até que ponto não
tem um pouco desta desconexão que ora estamos estudando.
Mas, a Fonte é sábia e misericordiosa. Não há condenação
eterna, muito menos se o julgamento foi realizado por outros humanos, tão
limitados quanto o julgado. Após vidas e vidas de desorientação, vagando por
este mundo como se ele fosse um verdadeiro inferno, como as religiões atuais o
descrevem, vidas perambulando pelo “vale de lágrimas e sofrimentos”, em
existências sem rumo e sem sentido, sem amor e recheado de solidão, abandono,
frio e ausência de luz, muitos conseguem recuperar o que lhes foi tirado no
passado.
Até mesmo no descaminho, vagando sem rumo e “nem eia nem
beira” por esta terra, que é um verdadeiro paraíso materializado e que muitos
não percebem assim, existe crescimento e evolução. É possível assim mesmo se
aprender algo. É o aprender o certo pelo errado. É bater cabeça até encontrar o
caminho certo. É cansar de sofrer e voltar a sofrer indo contra o que a própria
vida nos ensina em pequenos detalhes de nosso cotidiano até resolver não
insistir em uma fórmula que provou por si mesma que não terá outro resultado
que não prejudicial a si mesmo.
A Fonte é Perfeita, até no descaminho existe a possibilidade
de se reencontrar o caminho e retomá-lo. Porém, esta retomada não continuará de
onde se desviou, mas sim de um patamar superior, com uma consciência mais
ampliada e com a responsabilidade de corrigir os equívocos do passado que podem
ter prejudicado tantas vidas. Com a consciência de que precisamos ensinar aos
demais o que aprendemos com tantos erros, equívocos esforços e sofrimentos
desnecessários.
E é assim que seguimos nossas vidas, olhando para trás para
aprender com os erros e equívocos, visando principalmente não repeti-los, tendo
como objetivo um presente de trabalho de reconstrução e correção, visando um
futuro melhor para si e para todos.
Luciel
Academia
Ciência Estelar
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