O Desenvolvimento Individual e a Astrologia
Mensagem de Beltane de 2016
Como reflexo conhecido e utilizado das Leis Cósmicas
Universais Eternas e Imutáveis a Astrologia, mais do que qualquer outro tipo de
conhecimento, nos evidencia de forma clara e objetiva as etapas evolutivas que
podemos seguir, se assim o quisermos, pois, a liberdade de escolha é sempre
respeitada.
Antigamente o desenvolvimento ou a evolução era conhecido como “iniciação”. Iniciação
é um processo interno, cognitivo, de aprendizado da alma. Pressupõe compreensão
plena de uma vivência e a captação da essência do ocorrido ou experimentado. É
algo totalmente pessoal, intransferível, inesquecível e profundo. É algo que se
assemelha com o se aprender a nadar, a andar de bicicleta, a dar “ponto” em
doces, etc.
No universo místico e esotérico muito se fala, lê ou se
estuda acerca das iniciações, mas sempre de forma subjetiva e não
personalizada. Não se tinha, até o presente momento, nenhuma informação que
pudesse lançar luz sobre o processo iniciático de cada indivíduo. Não se sabia
claramente, não sem o concurso de algum mestre verdadeiro, de como pode ser o
caminho iniciático, passo a passo, do ousado peregrino. Bem, a seguir temos as
primeiras instruções sobre como podemos melhor saber acerca do caminho
evolutivo individual através do estudo e conhecimento do Mapa Astral
(individual) de cada pessoa.
Os grandes agentes da ação sideral, cósmica, estelar ou
astrológicos são os Planetas. Então é sobre eles e sua simbologia que iremos
nos debruçar nessa ocasião.
Os planetas em um Mapa Astral representam tanto atributos
externas quanto internas. O processo iniciático se caracteriza pela
interiorização de experiências, compreensões e, principalmente, consciência
sobre um determinado fato ou realidade. Ou seja, o processo iniciático parte de
experiências externas, materiais e concretas para a interiorização da
consciência, da essência, do melhor que pode abstrair da experiência material e
externa.
Tudo o que cada Planeta astrológico representa, pode e deve
ser absorvido na forma de consciência, de sabedoria, de compreensão da vida, da
existência, da Criação, ou seja, na forma de Deus Manifesto. Assim, a iniciação
é uma forma de se “apoderar” da Luz Divina que está espalhada pela Criação,
absorvendo-a para dentro de nossa alma. Assim a alma é gradualmente iluminada,
iniciando pela expansão da consciência, também conhecida como “despertar da
consciência” e podendo chegar à iluminação em si. O processo de despertar da
consciência é paulatino e depende do esforço, vontade, coragem e opção do
indivíduo que pode parar o processo onde bem entender. A iluminação em si é
passar a irradiar o acúmulo de luz ou consciência cósmica que se tem dentro da
alma. É um processo semelhante ao da explosão de uma grande massa cósmica
resultando em uma estrela ou sol. Ou seja, é um processo crístico,
verdadeiramente crístico. Mas, essa é a culminância de todo um processo.
Voltemos então à iniciação planetária.
O processo iniciático é um processo de “maturação” que se
pode dizer semelhante ao processo cognitivo (de aprendizado psicológico). Não
existe evolução espiritual, esotérica ou espiritual face ao desequilíbrio
psicológico. É um processo, como já dito, de compreensão das verdades através
da experiência obtida em eventos ou fatos ocorridos. Quando obtemos esta
consciência ou iniciação então passa-se para o processou ou planeta seguinte.
Enquanto aquela consciência, relativa à uma determinada experiência não é
adquirida, a “mensagem” ou “lição” continua a se repetir na forma de eventos
indefinidamente, até que um dia seja absorvida, compreendida. Essa é a razão da
reencarnação e do esquecimento das vidas passadas, precisamos nos permitir a
ter novas experiências diferentes à que tivemos no passado para ver se
conseguimos aprender de uma vez por todas as lições nas quais não obtivemos
sucesso. Se nos lembrássemos das repetidas falhas e frustrações certamente
desistiríamos e jamais avançaríamos rumo à Perfeição.
Existe uma lógica ou sequencia específica das iniciações
planetárias ou astrológicas. As situações dos planetas em nossos Mapas Astrais
nos indicam o quê, como e em que áreas de nossas vidas as provas iniciáticas
ocorrerão e quais podem ser as “premiações” por suplantarmos essas provas ou
adquirirmos essas consciências.
No momento, não é nosso objetivo adentrarmos em detalhes de
como ou onde as provas ocorrerão na vida de cada pessoa. Iremos nos concentrar
apenas nas provas em si, assinaladas pelos Planetas. Aqueles mais versados na
arte e ciência das estrelas poderão abstrair e chegar às próprias conclusões
acerca de como, áreas da vida e “premiações” assinaladas por cada Planeta em
si.
Ao nascermos iniciamos a vida já em plena “prova” da Lua.
Somente absorvendo psiquicamente os mistérios lunares é que avançamos para o
próximo conhecimento ou consciência que é a mercurial. Em seguida vem a
venusiana, depois a solar, logo após a marciana, depois a jupteriana e
finalmente a saturnina. Isso para as pessoas “comuns”. Existem ainda as provas
ou consciências para pessoas auto eleitas que em razão de um esforço
super-humano, hercúleo, e digno de verdadeiros avatares, seguem para as
consciências de Uranus, Netuno e definitivamente Plutão.
As iniciações não guardam relação com a situação externa e
material de uma pessoa. Ou seja, olhando seus atributos e conquistas físicas
não é possível se saber em que nível psíquico ou espiritual iniciaticamente a
pessoa se encontra. Isso porque a pessoa nunca está sozinha, tem família,
amigos, etc. Estes “vetores” externos podem mascarar a realidade interna de uma
pessoa. É claro que aos olhos de uma pessoa evoluída e já detentora de níveis
de consciência superiores a verdade se desmascara e se mostra em toda a sua
realidade miserável, mesmo que maquiada externamente com muita purpurina, ouro
ou brilhantes.
A iniciação da Lua nos remete ao mistério de nossa
integração ao mundo físico e psíquico desse planeta Terra. Seu “desafio” é
aceitarmos o peso e a limitação da existência física e material. Por outro
lado, também traz consigo uma profunda dependência, carência e necessidade de
apoio, integração, envolvimento e acolhimento. Para um ser pleno, livre e
“maduro” isso pode significar um verdadeiro martírio. O mistério lunar é o da
união das almas, principalmente com a alma da mãe e a partir dessa experiência
saber como fazê-lo posteriormente com outras almas mais próximas. A vida focada
única e exclusivamente na relação simbiótica, física e psicologicamente, do
bebê com sua mãe é muito agradável, confortável e sedutora. Na verdade, mais
provavelmente essa “relação” se dá apenas e exclusivamente, para sua própria
consciência, em seu universo psíquico, em seu mundo subjetivo, apenas. Submerso
no mundo lunar a mãe para o bebê é apenas um sonho, uma fantasia, algo interno
a si mesmo, algo de seu interior apenas e que por “mágica” gera efeitos
externos. Para o ser submerso no mundo lunar é só desejar, sonhar, e as coisas
acontecem. Mas, para seguirmos avante, no sentido de sentir e compreender as
carências e necessidades alheias, precisamos abrir mão, pelo menos em alguns
momentos, de nossas próprias carências e necessidades, precisamos dar atenção à
alma da mãe e de outras pessoas queridas. Obviamente o desdobrar desse tipo de
“atitude” do ser que ora é um bebê é a vontade de contribuir para satisfazer as
necessidades e carências da mãe ou pessoa querida.
A iniciação de Mercúrio nos remete à ousadia de abrir mão do
conforto do colo materno, da dependência para nos lançarmos na aventura da
descoberta do mundo circundante, de deixarmos o conforto do mundo mágico para
conhecer outra realidade, de deixar de viver totalmente no mundo interior para
começar a explorar o exterior. Essa iniciação ou processo abre os horizontes
evidenciando descobertas acerca da existência de outras pessoas da família, de
cores, de formas, de sons, de possibilidades, de coisas que agradam e coisas
que desagradam. A nova vida multicor e multiforme é um delírio e um deleite à
volta da criança que o entretém, diverte e também amedronta. Tudo é novidade,
tudo é divertido, tudo é interessante. Percebe-se que “valeu a pena” passar a
etapa lunar e mergulhar na mercurial. Agora sim, a vontade de se saber mais e
melhor acerca das necessidades da mãe e outras pessoas está melhor
“ferramentada” ou mais fácil, agora se pode contar com a visão, o tato, o
olfato, o paladar e a audição de forma mais efetiva, mais profunda, mais plena.
E, é tão “legal”, bacana, ver as coisas girando à volta, entretendo, trazendo
sempre novidades, surpresas e brincadeiras que é difícil querer mudar a
situação. O mundo todo parece girar à volta, sempre trazendo coisas diferentes,
estranhas e interessantes. Àquele que ousa seguir seu impulso de se relacionar,
interagir em um nível mais profundo e real, precisa sair de sua posição de
expectador para se tornar observador. O expectador é passivo, o observador é
ativo no sentido que existe uma intenção, uma vontade se de observar algo em
especial e de se absorver mais e melhor sobre aquilo que é seu foco de atenção.
Então, em um ato de ousadia deixa-se a posição passiva de apenas se ver o que
acontece e passa-se a interagir com o que acontece, experimentando modificar o
que está acontecendo, contribuindo com as inovações, as variações.
Desenvolve-se então o interesse por se conhecer mais e melhor sobre aquilo que
interessa e chama a atenção, que agrada ou desagrada. Se você está lendo isso é
porque no mínimo está ou já passou pela iniciação de Mercúrio. Esse interesse
pode desaguar na vontade de se perpetuar, de se conservar aquilo que nos é
interessante e agradável, fazendo germinar na alma o princípio do processo
venusiano.
A idade cronológica de uma pessoa não guarda relação direta
com a fase, período ou processo de desenvolvimento ou iniciático dela. É óbvio
que não há como um bebê estar em fases avançadas, mas é muito possível que
pessoas de idade avançada não tenham aproveitado suas experiências e permaneçam
em fases iniciáticas ou de desenvolvimento mais iniciais. Assim, aparentemente
muitas pessoas, talvez a grande maioria, a despeito da idade que tenham, estão na
fase venusiana. Vejamos então as características do processo venusiano.
A etapa venusiana de desenvolvimento se inicia com o desejo
de posse, de se apoderar daquilo que seja fonte de prazer, alegria, satisfação
e segurança para a pessoa. Mais do que isso, é o afloramento do sentimento da
necessidade de posse daquilo que signifique a manutenção da vida do indivíduo. É
por isso que pessoas que estão nessa fase e veem sua empresa falir (fonte de
renda) ou a pessoa amada (que lhe dá segurança e prazer) se esvaírem de suas
mãos e controle perdem a cabeça e cometem insanidades. É porque sentem que
podem morrer, que se perdeu a razão da existência e até mesmo da vida. Vênus é
a senhora da plenitude da satisfação dos sentidos e por isso mesmo é a que gera
maior apego material. Porém, em sua fase inicial o que existe é muito egoísmo e
imaturidade, considerando a “coisa” fonte de prazer, segurança, satisfação,
alegria e relaxamento como sendo algo inanimado, sem personalidade ou vontade
própria, que existe somente para satisfazer suas necessidades e de mais ninguém.
Ou seja, não se considera a vida da própria “fonte” em si e nem que outras
pessoas também podem precisar ou depender dela. O dinheiro, uma das regências
de Vênus, é um exemplo interessante do processo sinérgico que ocorre na
Economia. Se hipoteticamente uns poucos conseguirem concentrar totalmente a
maioria do dinheiro, retirando-o de circulação, então ninguém pagaria conta
alguma ou compraria coisa alguma e todo o dinheiro guardado perderia
imediatamente seu valor, pois nada valeria mais. A mesma coisa ocorre com o
sexo, outra regência de Vênus. Escravizar uma pessoa sexualmente,
desconsiderando seus desejos, anseios, necessidades e valores fará fatalmente
que o prazer vá se desvanecendo e ao mesmo tempo aumentando ainda mais a
insegurança e necessidade de satisfação das necessidades do tirano. E, aí é que
está o grande desafio desta iniciação, romper com o egoísmo percebendo-se que
assim como cada um de nós deseja, necessita e gosta de ter prazer, alegria,
segurança, etc. outras pessoas também sentem a mesma coisa. E, mais ainda, que
a fonte dessas nossas satisfações possivelmente tenha vida e também tenha lá
seus próprios desejos, necessidades e interesses. A não evolução venusiana leva
à condição de despotismo, de ser um “sanguessuga”, de tirania, de retirar
recursos, inclusive econômicos, de outras pessoas em um afã insaciável de
concentração, controle e posse de “fontes” de prazer, alegria, satisfação,
segurança, conforto, etc. Então, ao se perceber que se pode ser fonte de
satisfações, sem que isso lhe prejudique e, ainda, também ter algum tipo de
prazer ou satisfação com isso, surge então o desejo de se “aventurar” nesse
sentido, nessa direção. Perceba-se que o processo segue o caminho do exterior
para o interior, da passividade para a atividade, do objetivo para o subjetivo.
A evolução venusiana nos proporciona prazer ao dar prazer, alegria ao perceber
que fazemos alegres quem gostamos, que o apoio mútuo é justo e mais adequado,
porque o contrário é um processo tipicamente parasita e que não se sustenta se
não houver um constante aporte de energia, esforço e vontade concentrada. Então,
a atitude muda para exemplos de solidariedade, de filantropia, com
investimentos que possam proporcionar satisfação, prazer, segurança e alegria
em outras pessoas. Quando deixamos de olhar somente para nós, para nossas
necessidades e olhamos para a vida que existe à nossa volta então percebe-se
com maior clareza a possibilidade de ser uma fonte, uma verdadeira fonte e que
isso é algo superior e mais importante ou interessante, trazendo sentido e
razão à existência individual podendo elevá-la a um patamar muito acima das pessoas
comuns que só veem suas próprias necessidades.
O processo solar se inicia ao se perceber uma pessoa
especial, diferente e acima do normal, que tem coisas que para as outras
pessoas são muito importantes. Mais que isso, o processo solar pressupõe a
irradiação, o compartilhar de pelo menos parte do que se tem de melhor. Essa é
a iniciação dos grandes líderes da humanidade. Isso atrai outras pessoas
destacando e projetando a pessoa “fonte”. O resultado disso é que o indivíduo
tende a se sentir o centro do mundo, podendo se confundir com “A Fonte”,
achando-se a única, melhor e possível fonte disponível para os miseráveis que
lhe necessitam. Pode ocorrer que sem desenvolvimento a pessoa nesse estágio vá
liberando sua irradiação “à conta-gotas”, somente o suficiente para deixar as
demais pessoas dependentes daquilo que detém, explorando essa dependência e
estabelecendo uma relação de indignidade para quem lhe cerca, arrancando essa
dignidade alheia para si. Dessa forma a falta de consciência nesse estágio gera
os tiranos, os déspotas, os manipuladores e autocratas de todos os tipos. O
grande problema aqui é a ilusão de ser muito especial, pois a realidade é que
de fato a pessoa tem algo especial, além do normal, mas isso não significa que
seja a única e sua especialidade seja perfeita ou mesmo que possa resolver todo
tipo de necessidade ou problema. A falta de consciência aqui leva a pessoa a
não considerar a possibilidade de que possa haver outras fontes que além de
também poderem satisfazer as necessidades, de completar as vidas das outras
pessoas, ainda possam ser diferentes e talvez até mesmo melhores do que si. Isso
cria um isolamento ou distanciamento da verdade, da justiça e do verdadeiro
conceito de compartilhamento do que se tem de melhor. O problema aqui tanto é
coletivo, no sentido de uma “fonte” falha, parcial, controladora e injusta,
quanto individual, pois a “fonte” perde sua razão de ser, deixa de ser fonte
para ser uma armadilha que atrai, seduz, envolve, prende, sufoca, suga, subjuga
e mata. Mais ainda, cai na grave ilusão de se acreditar mesmo como “fonte”
especialíssima, distancia-se de sua verdade e realidade interior, passando a
acreditar em sua própria mentira. Assim, distancia-se de sua fagulha divina, do
verdadeiro amor, da verdadeira e possível realização e vida e de sua verdadeira
razão de existência. Passa então a depender da manutenção de sua mentira, da
falsidade de sua fonte e dos atraídos para se sentir caminhando para a
realização, coisa que nunca acontecerá. Estabelece-se uma relação simbiótica
que prende o controlador ao controlado, o manipulador ao manipulado, de forma
que um não viva sem o outro. Essa é a grande prova ou desafio a se vencer.
Obviamente, para se vencer essa ilusão imatura de personalização do poder ou
“divindade” há que se perceber que não se é pleno, feliz ou realizado
escravizando ninguém, sugando ninguém, humilhando ninguém, ou seja, não se é
realizado à base da infelicidade ou degradação alheia. Pois, a degradação, a
infelicidade nada mais são do que o inverso do que se propôs inicialmente, que
ao invés de se irradiar absorveu-se vida, realização, saúde, poder, amor, etc. Para
se vencer as limitações, a fonte radiosa precisa se despir de sua vaidade,
descer do trono, abdicar de seus atributos de poder e influência. Mais que
isso, deverá chegar à compreensão que como ele mesmo chegou à condição de fonte
independente poderá ensinar as pessoas, antes seus discípulos, alunos ou
dependentes, também possam acender suas chamas internas, descobrirem o que têm
de melhor para poder compartilhar com as outras pessoas. Então, a antes “Fonte”
passa a ser um agente promotor e fomentador de fontes de poder, força, amor,
justiça, verdade e vida, ingressando-se na iniciação de Marte.
O desenvolvimento marciano é marcado pelo levantar de uma
bandeira específica, de um conhecimento ou uma verdade, um caminho, que se
descobriu e que se acredita ser positivo para a sociedade e que se deva
partilhar com todos. Essa é a iniciação dos grandes empreendedores da
humanidade. Mais que isso, um conhecimento ou experiência que todos deveriam
adquirir ou passar para melhorar suas vidas. É quando se muda de vida, abre-se
mão de valores, poder e status por um caminho diferente e nem sempre aprovado
pela sociedade. Com coragem, destemor, muita motivação e franqueza lança-se
então à sincera obra da construção de uma realidade ou sociedade melhor para
todos, baseada nas consciências próprias adquiridas em suas experiências
pessoais. Existe então a disposição de se abordar e defender de forma aberta e
objetiva seus pontos de vista, uma vontade de convencer os outros que o que se
propõe é algo viável e bom para a vida de todos. Luta-se então para divulgar a
ideia, conquistar espaços para essa ideia, para estimular pessoas a adotar para
si esse caminho ou conhecimento, visando a melhoria de sua vida e de outras
pessoas que serão beneficiadas com as novas “fontes” que se formam. Nesse
caminho depara-se com resistências diversas, visto que todo espaço está
ocupado, todas as áreas possíveis já estão devidamente “loteadas” e para se
abrir espaço para a novidade incomoda-se o que já está instalado e que domina
um espaço. As adversidades, as resistências e as reações tendem a fazer com que
o novo guerreiro da verdade e da justiça recrudesça seus métodos que se
inicialmente eram gentis e simpáticas, passam a ser mais agressivas,
defensivas, violentas, inflexíveis e radicais. Afinal, o adversário se tornou
inimigo de sua ideia e, principalmente, da possibilidade de melhoria de vida de
muitas outras pessoas! O novo guerreiro se vê obrigado a travar uma guerra para
após sua vitória então poder instalar a paz e a harmonia como julga ser
correto, adequado e melhor para todos. Bem, é exatamente aí que se encontra o
grande teste, prova ou desafio da iniciação de Marte: compreender que se deve
respeitar os valores, conceitos, princípios, ritmo, direção, velocidade e opção
das pessoas. Deve-se perceber que o caminho que para si é melhor pode não o ser
para os demais, mesmo sendo, se deve respeitar a opção da pessoa seguir ou não
e, ainda, se decidir seguir, quando e como a pessoa assim o quiser. Ou seja,
para se avançar é necessário se adquirir a consciência de que a verdadeira e
melhor contribuição não se dá como um conquistador, um impositor, um adversário
de seja lá o que for. Ao contrário, se deve sim agir conforme seu conhecimento,
mas sempre quando possível, solicitado e propício para outras pessoas. Ou seja,
ou invés de se querer convencer quem quer que seja, estar sempre disponível
para quem quiser, pedir e necessitar de sua ajuda, conforme seus métodos e
conhecimentos e experiência, na proporção e ritmo solicitado, jamais avançando
os limites das outras pessoas. Percebe-se então que a melhor forma de se
propagar sua verdade solar é sendo um exemplo vivo dela, uma referência que
grita em seu silêncio e que convence na prática demonstrada com convicção,
constância e tranquilidade. Atingida essa consciência se inicia um novo
processo de grande mudança de visão de vida, pois percebe-se que o sentido da
vida de uma pessoa transcende sua própria vida e que sua felicidade depende da
felicidade de outras pessoas.
Adentra-se então ao processo jupiteriano de desenvolvimento
pessoal, quando se dispõe franca e abertamente a contribuir com a felicidade, a
saúde, a felicidade e a prosperidade dos demais, espalhando conselhos,
orientações, ajudas, proteção e sabedoria. Essa é a iniciação dos grandes mestres
da humanidade. Nessa fase há uma identificação com segmentos da sociedade, com
ideais, propostas, caminhos, conceitos, etc. O caminhar então passa a ser
coletivo e ganha uma aura nobre, de valor elevado, que visa beneficiar grandes
grupos de pessoas, que visa o bem comum, etc. A prova ou desafio aqui reside
justamente na ideia de que seu grupo de pessoas, pelas ideias ou propostas é
melhor do que os demais, é superior e por isso pode ter mais direito. As
consequências são os julgamentos tendenciosos e preconceituosos, perdendo-se a
visão da verdade, perdendo-se a imparcialidade da justiça e havendo
complacência apenas com seus pares ao passo que para quem não segue seu caminho
aplica-se a severidade rígida e inflexível. Então a proposta inicial de se
contribuir com a felicidade alheia se perde, se desvia e se limita. Trai-se a
ideia inicial de ser um facilitador da felicidade alheia pela felicidade de
ajudar e prosperar ou se divertir apenas e exclusivamente com quem lhe aprova e
caminha ao seu lado, no mesmo rumo, sentido, ritmo e dentro dos mesmos valores
e conceitos. Já não se objetiva a felicidade geral em si, mas apenas o
benefício comum a seu próprio grupo exclusivo e fechado. A evolução ou
desenvolvimento se obtém ao se aceitar e se compreender que existem outras
possíveis “fontes irradiantes” que são tão boas quanto si mesmo ou seu grupo e
talvez até melhores, que também podem contribuir com as demais pessoas no
sentido de levar realização, soluções, felicidades, amor, justiça, plenitude,
etc.
O desenvolvimento ou iniciação saturninos levam a se colocar
os interesses e destinos das pessoas acima dos individuais que nada mais
representam. Esse é um caminho para poucos auto escolhidos, para verdadeiros
avatares. É uma fase de total e absoluta abnegação de si mesmo, de seus conceitos
pessoais e posicionamento individual para se tornar um sustentáculo de toda a
sociedade com suas imperfeições, variedade, oscilações, conflitos, alegrias,
tristezas, belezas e horrores. O indivíduo deixou de viver para si quando
adentrou a iniciação de Júpiter e agora deixa de viver para apenas um grupo
específico para existir para o Todo. A questão aqui não é uma ideia, proposta
ou caminho, mas sim todo o futuro ou mesmo a eternidade da humanidade e sua
evolução ou desenvolvimento além do tempo e do espaço. Trata-se da perpetuação
da espécie e seu contínuo caminhar rumo à Perfeição. A possibilidade da
autodestruição existe com a consequente aniquilação da espécie. Então o medo de
um futuro sombrio e catastrófico pode paralisar, pode se pensar que a imposição
de um governo geral autocrático seja algo justificável e necessário. Afinal as
pessoas que não chegaram a esse patamar, que são a grande maioria, não pensam e
nem suspeitam das consequências de suas ações desequilibradas e
desequilibrantes. Os humanos parecem crianças irresponsáveis, inconsequentes,
levianas e autodestrutivas. Talvez essa seja uma solução que se deva chegar no
futuro para a preservação da espécie. Mas, esse tipo de imposição congela o
desenvolvimento, estanca a evolução e paralisa o progresso, fazendo com que
tudo funcione de forma mecânica, automática, autômata, despersonalizada e fria.
Novamente isso acontecendo trair-se-ia a proposta inicial que era garantir a
perpetuação tanto da espécie quanto de seu processo evolutivo.
O impasse entre a garantia da perpetuação da espécie com
liberdade evolutiva pode ser solucionado com a iniciação de Uranus. Mas, para
se chegar a ela se faz necessário que as pessoas, coletivamente, assimilem em
suas almas a noção de responsabilidade, de se assumir as consequências, de se
pensar nos desdobramentos antes de se tomar qualquer atitude. Há que se atingir
a condição de ser responsável com o todo e não somente de seu próprio umbigo,
grupo ou propostas. Cada indivíduo deve se sentir responsável por todo tipo de
existência, tanto de um verme quanto de um ser humano, tanto de uma pedra
quanto das conquistas científicas, tanto de um vegetal quanto do equilíbrio da
natureza como um todo. Então, eleva-se os olhos para o céu e nossa humanidade
passa a aprender com outras humanidades do espaço sideral. A principal lição é
compreender as Leis Cósmicas Universais que tudo organizam de forma harmônica e
segura, sem, contudo, restringir a liberdade e, principalmente a evolução. Ao se
compreender as Leis Cósmicas o ser passa a ser partícipe, elemento atuante,
ativo, no mecanismo cósmico da Criação, agindo conscientemente ao lado de outros
semelhantes, conforme um Projeto Superior, de uma Inteligência ou Mente Cósmica
Transcendente. Evolutiva e esotericamente talvez esse nível de consciência seja
aquele no qual se “trabalhe” conscientemente juntamente com os chamados 72
Anjos Cabalísticos do Cinturão Zodiacal.
Assim como a órbita de Netuno se alterna com a Uranus,
também o processo iniciático netuniano possa ser concomitante ou não, anterior
ou posterior. Porém, ambos são bem distintos e complementares. Uranus é
relativo ao Mental Superior e Netuno é relativo à Consciência Transcendental ou
Búdica. Uranus nos proporciona o conhecimento e compreensão de todo o mecanismo
da Criação, até mesmo da função e funcionamento de sua mais minúscula
engrenagem. Netuno oferece a oportunidade de se “sentir” a realidade e a vida desde
o interior de tudo que foi criado. Com Uranus olhamos de fora e de cima, com
Netuno olhamos de dentro e por baixo. Com Uranus entendemos e compreendemos
todo o mecanismo celeste, com Netuno nós o sentimos em movimento e vivo,
pulsante. Uranos nos dá a percepção das peças e Netuno nos dá a percepção do
conjunto completo. Uranus e Netuno proporcionam a co-participação na Criação, o
indivíduo experimenta o Todo.
Todo o processo evolutivo, iniciático ou de desenvolvimento
é opcional, jamais imposto ou obrigatório.
O processo de Plutão é radical e extremo. Nele abdica-se
total e absolutamente da individuação, deixa-se voluntariamente a parte para se
perder no Todo. Plutão rege o mistério da Vida e/ou da Morte. O grande desafio
aqui, mas grande mesmo, é se dispor a passar por uma profunda transformação que
se assemelha à uma verdadeira morte pessoal. Acreditamos que não temos apegos,
mas quem está pronto para perder (o sentimento é de perda total e definitiva)
seus entes queridos, alguns de seus bens conquistados com muito esforço ou
mesmo suas ideias, conceitos ou teorias mais elaboradas e arduamente aprendidas
ou desenvolvidas? A sensação é de uma verdadeira morte e desapego obrigatório
ou mesmo forçado. Mais do que isso, é jogar-se no vazio desconhecido, no Nada
Absoluto, é deixar voluntariamente o universo conhecido e cheio de referências,
apoios e certezas. Após esse processo não existirão mais, não se sentirão mais,
qualquer tipo de vínculo ou laço com pessoas, ideias, conceitos ou locais,
sejam de natureza física, emocional, mental ou mesmo espiritual (principalmente
cármico). Isso porque esse processo culmina na consciência cósmica, divina,
crística. Plutão proporciona o acesso ao verdadeiro poder que é exercido
exclusivamente conforme a Vontade de Deus. A culminância dessa evolução é o
retorno definitivo ao Absoluto Incognoscível, pelo caminho de Ain Soph Aour.
Com uma autorreflexão profunda e sincera podemos descobrir
em que fase de desenvolvimento ou iniciação pela própria via nos encontramos. É
certo que essas iniciações ocorrem também como ciclos menores dentro de ciclos
maiores. Exemplo: dentro do processo venusiano existe toda a sequência desde a
lunar (inicial) até a plutoniana. Somente se passa para uma iniciação seguinte
após e somente após de se cumprir com todas as subiniciações. O fato de ciclos
menores dentro de ciclos maiores pode levar a confusões e equívocos. Por isso o
interessado deve se revestir de muita concentração, sinceridade e dedicação
para conseguir descobrir as verdades que lhe aguardam em termos iniciáticos ou
de desenvolvimento pessoal. Após isso poderá analisar se há disposição e
preparo para seguir as etapas seguintes, ou não, se deseja de fato evoluir,
caminhar rumo à divindade ou não.
Como dito no início desse longo texto, aqui analisamos
apenas o “o quê” que os planetas representam em termos iniciáticos. Pode-se
analisar o “como” esse “o quê” ocorre observando-se o signo onde o planeta
analisado se encontra no Mapa Astral da pessoa. E, ainda, “onde” em termos de
setor de vida que tende a ocorrer o processo iniciático indicado pelo planeta
em questão. É evidente que os aspectos planetários interferem e contribuem para
diferenciar cada situação, bem como a retrogradação ou não dos planetas.
Obviamente o que aqui está escrito é apenas uma parte que
foi possível “traduzir” da mensagem psíquica recebida como orientação por
ocasião das festividades de Beltane em 2016. Pode-se dizer que o que aqui está
exposto retrata talvez algo em torno de 10% ou menos do que esse ensinamento de
fato significa. Depende de você leitor aproveitar essas “dicas” que assinalam
ideias ou caminhos para se aprofundar no ensinamento e compreender de fato as
verdades indicadas na forma de palavras.
Para os corajosos aventureiros desejo
sucesso, coragem e força.
Cumpri minha "pequena" missão, recebi, me esforcei para escrever da melhor
forma possível a retratar mais fielmente o que foi me passado e
transmito para que todos pela Internet, além do tempo e do espaço que possa nos
separar, tenham acesso à informação.
Fraternalmente,
Juarez de Fausto Prestupa
Academia Ciência Estelar
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