Espiritualmente precisamos
crescer!
Mensagem do Solstício de Verão de
2016
É chegado o momento de nossa humanidade começar a assumir a
responsabilidade por seu futuro, sua realização, sua felicidade ou mesmo o
contrário disso tudo.
Aparentemente é muito bonito, incentivado e aprovado fases
como: “Entrego nas mãos de Deus” ou “Deus é Fiel”. Mas, será esse comportamento
adequado para nossa evolução?
É fácil e muito cômodo “Entregar nas mãos de Deus” alguma
coisa, assunto ou problema. Isso é se eximir da responsabilidade de buscar
solução, é fugir das consequências. Afinal, se não der certo diz-se “Foi Deus
quem quis assim”. Ou seja, é uma atitude de acomodação, de aceitação e de
isenção de sua responsabilidade ou compromisso com a própria vida e a solução
de seus problemas pessoais.
A frase “Deus é Fiel”, que se encontra estampada em diversos
veículos e locais diversos, pressupõe que “Ele não nos falta”, “Ele cuida de nós
e nossos problemas”.
Colocar a possível solução de nossos problemas nas “mãos de
Deus” é jogar com a sorte, ou o azar, é uma atitude imatura, digna de uma
criança que confia nos pais para lhe proteger, amparar, orientar e amar. Sim,
porém os pais estão fisicamente ao lado da criança, a obrigação por cuidar dos
filhos é garantida em leis e a infância passa.
Nossa humanidade se acostumou demais à condição imatura e
infantil de dependência espiritual de um Ser superior para resolver seus
problemas. Não que esse Ser não possa existir, mas será que Ele quer que permaneçamos
dependentes o resto da vida, que não cresçamos?
É natural uma criança precisar e esperar que seu pais lhe
resolvam alguns problemas, mas paulatinamente os pais devem permitir que a
criança aprenda a resolver seus próprios problemas. Isso faz parte de qualquer
manual de educação. Se os pais fizerem o dever de casa que o professor passa
para o filho esse filho nunca irá aprender e não se preparará para a vida
social e profissional futura. Então, a criança que não aprende se torna uma
dependente do sistema, um parasita que não contribui e que muitas vezes até
prejudica a sociedade em que vive.
Encontramo-nos na adolescência da humanidade terrestre, na
fase de descoberta de nosso potencial e da tomada de decisão de independência
paterna, de autonomia para a vida futura e de ousadia para se aprender, mesmo
que errando.
Acreditar que Deus irá resolver nossos problemas ou nos
amparar é bom até certo ponto. Confere esperança, acalanto e contribui para o “pensamento
positivo”, uma certa fé na conspiração da vida para que tudo siga o seu devido
caminho. De fato, isso é importante, existe sim uma lógica ou inteligência
superior que a tudo ordena e dirige. Mas, nosso futuro ou destino não está
fechado, determinado e é inalterável. Se assim fosse não teríamos o “Livre
Arbítrio”, não havia mérito evolutivo e muito menos crescimento ou
desenvolvimento espiritual. Seria como uma escola que não tem provas para seus
alunos.
Viver é como andar por um túnel, cada pessoa tem o seu túnel
individual, com suas regras, leis, características, direção e dimensões
específicas. Cada pessoa pode escolher se prefere caminhar por seu túnel pela
parte de cima, de baixo, à esquerda, à direita, pelo centro, mais rápido, mais
devagar, não andar, etc. Aí reside seu Livre Arbítrio e seu túnel é seu caminho
irrefutável. Podemos aprender lições alegremente, ouvindo os mais experientes e
sábios, ou aprender sofrendo, ou, ainda, não aprender lição alguma e seguir
sofrendo pela vida e imaturamente sempre jogando a culpa ou responsabilidade nos
outros.
Aleister Crowley disse ter recebido a instrução do Anjo
Aiwass de que o tempo de Osíris havia terminado e que agora é tempo de Hórus. Osíris
é o deus egípcio que reina no Mundo dos Mortos e Hórus é seu filho com Isis que
vivia entre o seu povo. Hórus era o representante de Osíris no mundo “físico”
da mitologia egípcia, enquanto que Osíris era o representante sutil do Deus
Imanifesto “Rá” (que por sua vez era o representante do Deus Incognoscível “Aton”).
Ou seja, a mensagem subliminar é de que o “Filho de Deus” é
quem deve reinar em seu plano e realidade a partir de agora. É chegado o
momento de nos assumirmos como verdadeiros filhos de Deus, assumirmos nossa parcela
de divindade e, principalmente, nossa responsabilidade para com o futuro tanto
nosso quanto das demais pessoas que nos cercam.
Muitos esoteristas esperam receber a Luz do Pai, que um
extraterrestre venha resolver os problemas pessoais ou coletivos da humanidade
ou mesmo que um gnomo ou um feitiço ou simpatia façam facilmente o que eles
querem. Mas, essa é uma atitude de dependência, de imaturidade e que não
contribui com a evolução, tanto individual quanto coletiva.
Vemos regularmente em redes sociais como o Facebook
postagens com frases como “diga amém e você verá o que acontece”, “compartilhe
e sua vida irá mudar”, “acredite em Jesus que ele resolverá seus problemas”, ou
coisas do gênero. Isso é inóquo e esse tipo de postagem só contribui para
manter as pessoas iludidas, usando a boa vontade e a fé delas, explorando sua
esperança e ao mesmo tempo sua passividade.
Os mestres, ascencionados ou não, não resolverão nossos
problemas; os anjos ou orixás, não resolverão nossos problemas; os elementais e
elementares não resolverão nossos problemas; a fé, o pensamento positivo ou a
confiança em outrem não resolverão nossos problemas.
Precisamos urgentemente mudar esse quadro. Precisamos crescer,
assumir nossos destinos em nossas mãos, tornarmo-nos protagonistas de nossas
vidas, de nosso sucesso, de nossa realização. Precisamos ampliar nossa
consciência sobre nós mesmos, nossa condição humana, nossas capacidades e
limites e assim contribuir com a evolução de toda a humanidade.
É chegada a hora do Filho se manifestar em nós, de nossa
espiritualidade parar de mendigar proteção, soluções e facilidades e se voltar
para nossas missões. E, o “Filho”, não é algo diferente de nós, algo alheio e
estranho, mas sim nossa única e verdadeira essência, aquilo que nos torna
únicos, originais e com um sentido ou razão peculiar de viver, de estar aqui e
agora.
Precisamos acordar para a realidade de que somos divinos sim
e ao mesmo tempo humanos, uma característica original em todo o universo
conhecido. Se o nosso corpo físico nos limita, nosso espírito nos liberta; se
nosso corpo físico nos propicia estremos prazer com as coisas da matéria, nosso
espírito nos regozija com experiências divinas e transcendentais.
Nossa humanidade está sendo convidada e esperada para
participar consciente e ativamente na comunidade cósmica estelar. Assim como
jovens adolescentes que são convidados a sair de suas casas e vizinhança para
ir a bailes, a eventos ou viagens distantes, precisamos ousar crescer, assumir
riscos e olhar para a frente e para o alto, acreditar em nós mesmos. Somente
assim poderemos conhecer novos povos, novas culturas e novas formas de vida e
de espiritualidade. Enquanto nos mantivermos nas barras da saia do papai e da
mamãe, jamais desfrutaremos das experiências de uma outra realidade.
Ousemos caminhar com os próprios pés, ousemos assumir a
responsabilidade de nossa realização e felicidade, deixemos de outorgar a
outros a solução de nossos problemas.
Assumamos as nossas vidas e nossas missões!
Cumpramos e façamos cumprir a vontade do Pai aqui nesse
plano e planeta, afinal, está na hora de assumirmos Seu legado, nossa Herança
Divina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário