O mistério do Cristo Solar
Desde tempos remotos associa-se o Cristo como representante manifesto
da Fonte, ou Deus, com a condição solar. Mas, como isso de fato ocorre? Essa associação
é coerente?
No artigo anterior, O Sol Oculto, ficou explicado acerca da relevância
espiritual de quatro sóis: 1) a representação solar na face da Terra, o Avatar,
na figura de um humano, ou super-humano, relativo ao Mundo da Criatura,
Material ou Físico 2) o sol visível no céu em torno do qual giram os planetas e
que é a representação evidente da existência divina, relativo ao Mundo da
Formação 3) o sol de nossa região
galáctica, a estrela Sírius, relativo ao Mundo da Criação e, 4) o Sol Central
de nossa galáxia, que é de fato o Sol Oculto, um Buraco Negro na constelação de
Sagitário, relativo ao Mundo da Emanação.
O Sol representa sempre o centro a partir do qual emana e se
mantém toda a vida e a criação. O Sol é também símbolo eterno de amor, justiça,
saúde, vida e da mais elevada espiritualidade.
Podemos considerar o conceito da Fonte, ou “Deus”, como é
conhecido, como: 1) Incognoscível, 2) Imanifesto e 3) Manifesto.
A concepção como Incognoscível
o próprio nome já o diz, não conseguimos sequer conceber, imaginar, pensar,
pois foge de nossa capacidade de compreensão. Poderíamos associar essa
concepção com o número zero.
A condição de Imanifesto
refere-se à Sua realidade antes de qualquer existência ou manifestação, de sua
pré-existência, antes do Big-Bang ou Fiat Lux, na fase em que a Bíblia se
refere quando afirma que “"No princípio, Deus criou os céus e a terra. A
terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus
pairava sobre as águas." Gênesis, 1, 1 e 2. Esse é um estágio preparatório
da Criação no qual a expressão “o Espírito de Deus” é grafado em hebraico como “Ruach
Elohiym” que por sua vez é relacionado pelos estudiosos ao “Ungido”, ou Cristo.
No hebraico bíblico “Ruach” significa “vento” e pode ser entendido como “sopro
divino” ou “pneuma” ou ainda “respiração”. Poderíamos associar essa concepção com
o número um, pois é a Origem ou Princípio.
A condição de Manifesto
ocorre na sequencia bíblica: “"Deus disse: "Faça-se a luz!" E a
luz foi feita." Gênesis, 1, 3. Em João 1 encontramos que “No princípio era
o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio
com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito
se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. João 1:1-4 Essa é a
passagem que evidencia o chamado “Fiat Lux” e sua associação com a manifestação
da Fonte, ou Deus, e, ainda, com a vida e a luz “principal” para toda a
Criação. Poderíamos associar essa concepção com o número dois, visto que a
Criação é dual sempre (para que haja luz é necessário a presença, em iguais
condições, do positivo e do negativo, para que haja vida é necessária a
presença, em iguais condições, do masculino e do feminino, as forças elétrica e
magnética são inseparáveis, etc.).
Sabe-se que o mistério central da divindade, e, por conseguinte
do Cristo, é o Amor. Essa palavra parece ter perdido seu sentido e valor,
principalmente como cerne das mais diversas religiões que chegam a matar, a
perseguir, a julgar e aplicar a intolerância e o ódio em nome de uma suposta Fonte
ou divindade amorosa.
O amor é a força de coesão, de união, que a tudo integra e
harmoniza, que então participa do processo de juntar partículas esparsas até ir
resultando em uma forma ou vida distinta. O amor é o fator essencial para a
individuação, ou seja, do processo que se origina na massa sem forma e se
conclui na diferenciação do ser que se torna imagem e semelhança de sua Origem.
O amor é como que o “cimento” confere solidez e que mantém agrupados os
elementos do concreto. A construção de uma casa ou edifício seria possível sem
o uso do cimento, mas não permaneceria de pé por muito tempo. O que confere durabilidade
à construção é o cimento. O que confere eternidade à vida é o amor.
É por isso que se existisse alguma força ou entidade que
supostamente pudesse ser o poderoso antagônico da Fonte, ou Deus, na verdade
seria a poeira cósmica, nada unificada, personalizada, individualizada ou mesmo
poderosa.
As Leis Cósmicas que emanam do Princípio são perfeitas, eternas
e transpassam planos chegando até a condição mais densa e material possível. Assim,
a Lei Maior que é o Amor também se faz presente no plano físico. O astrólogo,
alquimista, filósofo, teólogo e físico Isaac Newton descreveu em sua obra “Philosophiae
Naturalis Principia Mathematica”, publicada em 1687, sua “Lei da Gravitação Universal”.
Essa é a versão científica, imperfeita e matemática para o Amor.
Segundo essa Lei a Gravitação Universal é uma força
fundamental de atração que age entre todos os objetos por causa de suas massas,
isto é, a quantidade de matéria de que são constituídos. A gravitação mantém o
universo unido. Por exemplo, ela mantém juntos os gases quentes no sol e faz os
planetas permanecerem em suas órbitas. Matematicamente expressa-se assim: “duas
partículas quaisquer do Universo se atraem gravitacionalmente por meio de uma
força que é diretamente proporcional ao produto de suas massas e inversamente
proporcional ao quadrado da distância que as separa”.
Inicialmente então havia somente partículas atômicas,
originada com o Fiat Lux, com a explosão do Big Bang que emanou matéria
disforme em todos os sentidos. Didática e simplistamente falando, a força de
atração do amor ou gravitação fez com que partículas atraíssem outras
partículas formando então, ao longo de muito tempo, corpúsculos, asteroides e
corpos maiores como planetas (Mundo Físico, Material ou da Criatura).
Em grandes regiões cósmicas de menor densidade, ou seja, são
mais sutis e que tem a presença predominante de gases a força da gravidade, ou
do amor, faz com que essas moléculas se atraiam umas às outras. A força
resultante da pressão resultante da atração de grandes massas gasosas faz a
temperatura aumentar fundindo átomos de hidrogênio transformando-os em hélio
(processo de fusão nuclear). Nesse processo dois prótons (do hidrogênio) se
fundem em uma partícula alfa (um núcleo de hélio), liberando dois pósitrons,
dois neutrinos e energia. Os isótopos do hidrogênio são o deutério (D), que tem
um próton e um nêutron em seu núcleo, e o trítio (T) que possui um próton e
dois nêutrons.
Acontece assim: Inicia-se na fusão de dois prótons, com
formação de um núcleo de deutério (dêuteron), um nêutron (responsável pela
liberação de energia) e um elétron. Posteriormente, esse dêuteron formado se
funde com um próton, originando o hélio-3. Esse hélio-3 realiza uma fusão com
outro átomo de hélio-3 e dá origem ao hélio-4 e a dois prótons. E assim
sucessivamente, com a formação desses e de outros elementos. Essas são reações
em cadeia, ou seja, os produtos formados iniciam novas reações e podem
continuar realizando fusões com outros núcleos. Esse processo leva dezenas de milhões
de anos terrestres. Assim, a pressão aumenta a temperatura e a alta temperatura
de um gás instável faz com que o conjunto entre em combustão. Está formada
então uma estrela ou Sol (nosso Sol ou Sírius, Mundo da Criação e Mundo da Formação).
O Sol transforma, em seu núcleo, várias centenas de milhões de toneladas de
hélio, a cada segundo. Por isso ele é muito mais rico em hidrogênio e hélio do
que a Terra.
Até aqui parece evidente a correlação entre o amor e a Lei
da Gravitação Universal, pois ambos unem tudo e todos ao ponto de poder
resultar na Iluminação física ou espiritual de uma criatura. Ou seja, uma
estrela ou sol é a condensação de muita energia, poder e da melhor e mais sutil
matéria existente. Um Cristo é o resultado do maior e mais puro e imenso amor
que pode existir.
Pode parecer antagônico afirmar que o Buraco Negro seja um sol espiritual visto que um sol emana luz e calor e do Buraco Negro Nada é emanado. Mas, o princípio é o mesmo, a força do amor ou da gravitação universal.
Um Buraco Negro (Mundo da Emanação ou Divino) surge quando as
forças de atração interna (amor ou gravitacional) entre seus átomos componentes
se desequilibram com as forças de expulsão resultante das explosões (uma atrai
e a outra irradia). É interessante observar que quando mais uma estrela explode
emanando luz, calor e vida, seu núcleo também recebe o mesmo impulso ou força
no sentido contrário (como se você quiser empurrar um carro e ao mesmo tempo
estiver usando patins nos pés – Lei Física da ação e reação – Terceira Lei de
Newton). Ou seja, quando mais uma estrela doa luz, calor e vida, mais força ela
recebe de volta (lembra a famosa frase de São Francisco: “É dando que se recebe”).
Quando então a força de atração interna, somada com a força
de reação das explosões são maiores do que a força de expansão e explosão da
estrela diz-se que a estrela ou sol se colapsa em si mesma. Então tudo que
compõe a estrela ou sol irá se fundir, o que tinha um tamanho imenso se reduz
muitíssimo, formando uma massa altamente densa e com uma força gravitacional
terrível. Algo como o equivalente a transformar a maior montanha da Terra em
uma borboleta, mas mantendo o peso da montanha. Sua força gravitacional então,
ou amor, será tanta, que atrairá inclusive partículas subatômicas como o fóton.
Ou seja, nem a luz sairá mais desse corpo celeste, ele passa então a ser um
poderoso ponto de atração de tudo que possa ser matéria, por mais sutil que
seja. Daí o nome de “buraco negro”, pois não se pode ver nada dele.
Interessante observar que conforme a Teoria da Relatividade
de Einstein quanto maior a massa de um corpo maior a força de gravidade (ou
amor aqui para nós) e isso faz com que haja uma maior deformação do espaço-tempo.
Ou seja, quando mais próximos à uma estrela e principalmente de um Buraco Negro
menos as nossas conhecidas e triviais leis da Física se aplicam. Esotericamente
falando, é o mesmo que transcender Saturno, regente do tempo e do espaço,
grandes limites e máximo objetivo espiritual de nossa realidade. Ao mesmo
tempo, transcender o tempo e o espaço é o mesmo que atingir a condição de divindade,
ou seja, atingir a eternidade e o infinito.
Os buracos negros eram um grande mistério sugerido apenas
pelos cálculos físicos mais avançados. Desde que foram teorizados pela primeira
vez, em 1916, pelo astrofísico alemão Karl Schwarzschild, os buracos negros
fascinam os cientistas. Se não há irradiação de luz como então se detectar um
Buraco Negro? Simples, a sucção de matéria e gases que ele realiza deixa uma trilha
fora de seu horizonte de evento (limite de sua poderosa força gravitacional). Além
disso, os gases atraídos por sua poderosa força gravitacional pela fricção, deixam
um rastro que pode ser detectado por câmeras com lentes de raio X, ultravioleta
e também de rádio.
No centro de nossa galáxia, a Via Láctea, existe um Buraco Negro, o Sagitarius A (tem cerca de 4 a 5 milhões de vezes a massa do nosso sol), que é muitíssimo grande e supermassivo, mas existem outras centenas de Buracos Negros em nossa própria galáxia e também em outras.
Há uma teoria científica que afirma que um Buraco Negro, ou
Sol Oculto, é um grande e poderoso Portal para outro mundo ou dimensão e que do
outro lado existe um Quasar.
Descobertos em 1963, os quasares são os maiores emissores de
energia do Universo. Um único quasar emite entre 100 e 1000 vezes mais luz que
uma galáxia inteira com cem bilhões de estrelas. Eles estão entre os objetos mais luminosos,
poderosos e energéticos no Universo e podem emitir até milhares de vezes a
energia emitida pela Via Láctea. Outra teoria afirma que como a luz não pode
escapar do buraco negro supermassivo no centro dos quasares, a energia que
escapa está sendo gerada do lado de fora do horizonte de eventos pelo estresse
gravitacional e intensa fricção no material que está caindo.
Ou seja, um Quasar emana partículas cósmicas das quais pode
ocorrer um novo ciclo de formação de corpos celestes, asteroides, planetas,
sóis e outros buracos negros.
O que rápida e superficialmente se abordou nesse texto é
conhecido cientificamente como “pulsação do universo” e no hinduísmo por “respiração
de Brahma”.
Nosso objetivo foi demonstrar como a Lei da Gravitação
Universal e a Lei Cósmica do Amor, idealizada na figura do Cristo Cósmico, em
sua essência e efeito, são o mesmo mistério ou Força da Criação. E que o Sol
Oculto é a origem e fim máximo do conceito de Cristo.
Juarez de Fausto Prestupa
Academia Ciência Estelar
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