quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A formação dos signos do zodíaco pelo três e pelo quatro - I


Sabemos que o número doze é o resultado da interação ou integração entre o número três, que simboliza a espiritualidade, com o número quatro, que por sua vez simboliza a materialidade. Vamos entender um pouco como se dá esta interação entre a espiritualidade e a materialidade criando a realidade complexa na qual vivemos.
Existem três formas de manifestação na Criação. Uma delas é a chamada Precipitativa, ou em Astrologia Cardinal. É a forma de sempre buscar algo, estar em atividade e não depender de estímulo para agir. É a constante ação do princípio que esteja sob esta vibração. O princípio a que me refiro é regido pelo número quatro que veremos em seguida. Outra forma de manifestação é a de Manutenção, ou como conhecida em Astrologia Fixa. Ao contrário da Precipitativa, esta forma de manifestação dos princípios materiais procura manter, fixar, estabilizar as coisas. A terceira forma de manifestação ou vibração é a Compensativa, ou como conhecida em Astrologia Mutável. Esta forma é de busca constante do equilíbrio e da harmonia. Por esta razão é muito instável e volátil, muda constantemente e está sempre aberta às novidades e às novas realidades. Estas três formas de manifestação ou vibração são encontradas nas trindades religiosas e em graus esotéricos de algumas escolas iniciáticas.
A materialidade se apresenta em quatro estados distintos e inconfundíveis entre si. Estes estados são os conhecidos elementos astrológicos que estão presentes em muitas tradições antigas e até mesmo nas iniciações esotéricas delas. Os elementos esotéricos ou astrológicos recebem os nomes de Terra, Água, Ar e Fogo.
A Terra representa tudo que é material, concreto, objetivo, tangível, que estimula o tato e também o paladar. É o elemento da praticidade, do trabalho, das obras e das realizações. A Água representa tudo que esteja no estado líquido, fluídico. É o elemento da flexibilidade e das emoções, dos sonhos e fantasias; também das ilusões, projeções e artifícios. Já o elemento Ar refere-se ao que esteja na forma aérea, gasosa, volatilizada. É o elemento mais “avoado” de todos, muito instável e que oscila sob o mínimo de estímulo e, portanto, não apresenta fixidez alguma. Ele representa às ideias, os pensamentos, a comunicação, os símbolos e conceitos abstratos, o raciocínio, o intelecto. Por fim, o elemento Fogo diz respeito à vibração espiritual na matéria na forma de “insigths”, pensamentos iluminados, ideias geniais, vontade de liberdade, a originalidade (manifestação da Unidade), a constante ação, a evolução (como consequência), a Vontade de Deus manifesta.
Mas, é importante entender que os quatro elementos são conceitos da natureza material e não a formulação química dos mesmos. Por exemplo: a água como a conhecemos pode estar na forma de um cubo de gelo, que é representado pelo elemento Terra; na forma líquida como ela é normalmente apresentada, está mesmo como elemento Água; quando é fervida e evapora, então a água entra na forma Ar; mas, antes, na fervura ela se encontra na forma do elemento Fogo.
Então, cada elemento natural se manifesta nas três formas possíveis. Ou seja, a Terra se manifesta na forma Cardinal (Precipitativa), Fixa (Manutenção) e Mutável (Compensativa). Daí resulta os chamados signos de Terra: Capricórnio, Touro e Virgem, respectivamente. A Água também se manifesta nestas três formas, gerando os signos de Água conhecidos: Câncer (Água Cardinal), Escorpião (Água Fixa) e Peixes (Água Mutável). Da mesma forma o elemento Ar também se manifesta na forma Cardinal, resultando no signo de Libra; na forma Fixa, resultando no signo de Aquário; e na forma Mutável, gerando o signo de Gêmeos. Finalmente, o elemento Fogo em suas três formas de manifestação resulta nos signos de Áries (Fogo Precipitativo), Leão (Fogo Fixo) e Sagitário (Fogo Mutável).
Percebe-se então que a realidade é complexa, mas nada complicada. Ou seja, é organizada e inteligível. Para compreendermos um pouco a realidade precisamos apenas ter acesso a estes conhecimentos e ter um pouco de atenção, dedicação e concentração. Um pouco de esforço será compensado com uma maior compreensão da vida e dos acontecimentos dela.
No próximo artigo vamos estudar um pouco mais as características básicas destas doze manifestações da Criação que compõem nossa realidade de vida cotidiana. 

As Doze Leis Cósmicas da Criação


Esotericamente o número doze é conhecido como o número da Plenitude, no qual o Todo está Completo. Este número resulta da expressão espiritual (Trindade) na matéria (Quaternário) o que resulta na realidade Manifesta; é a exaltação da matéria pelo espírito[1]. Lembremos que a realidade é complexa não porque ela é complicada, mas sim porque contém em si o componente subjetivo e também o componente objetivo. Este é um conceito relacionado com a dualidade, que nos conduz ao três.


Tudo que esteja relacionado com a Manifestação do Espírito na Matéria está sob a regência do número doze. É por isso que este é um número presente em diversos textos religiosos, tais como a Bíblia. Este número era tão importante para os discípulos de Jesus que quando Judas faleceu ele foi substituído por Matias (Atos dos Apóstolos, 1, 15, 26). A missão dos apóstolos era trazer o mundo espiritual (do Três) para a vida material (do Quatro). Dos doze filhos de Jacó erguem-se as doze tribos de Israel. Em sânscrito o Sol tem doze nomes.
O número doze diz respeito às Leis que emanam do mundo espiritual e que são destinadas a reger a conduta dos seres humanos. As doze leis são as verdadeiras colunas que erguem e sustentam o homem como verdadeiro Filho de Deus, ou da Luz.
O tempo é dividido em doze horas e doze meses. O Sol tem por pano de fundo em sua caminhada pelos doze meses, as doze constelações zodiacais. Ora, o Sol em si mesmo é nossa fonte de luz e como tal é irmão das demais estrelas celestes que por ele enviam até nós suas vibrações e luzes particulares. O Sol como Luz é a porta de entrada para nossos sistema das demais luzes siderais. Esta é a base da abordagem iniciática e espiritual da Astrologia, na verdade é a origem desta ciência que une a fé com a ciência, pois trata do espiritual na matéria. Vale lembrar que a Astrologia é a ciência mais antiga do mundo e que vive até nossos dias. Surgiu na Mesopotâmia e irradiou-se por todo o mundo.


Na Cabala o número doze está associado à evolução e ao desenvolvimento. Uma rápida busca na Internet[2] sobre este número resultará na informação de sua presença em inúmeras culturas através dos tempos, desde os chineses até os judeus, passando pelos romanos e Platão. Até mesmo os evangélicos mais contrários ao esoterismo se rendem à presença do número doze no significativo e simbólico livro da Bíblia[3].
Na Astrologia temos os Três Gunas ou formas de atuação divina que são:
1 – Precipitativa; 2- de Manutenção e, 3 – de Transformação (ou de resultado). Estas são as formas de ação dos Quatro Elementos da Criação:
1 – Terra; 2 – Água; 3 – Ar e 4 – Fogo.
Cada um destes elementos (terra, água, ar e fogo), então, atua de três formas diferentes (de forma precipitada, de manutenção e de transformação ou transcendência). O resultado são os doze signos zodiacais, cada um diferente do outro, apesar de conterem ou a forma de atuação ou sua natureza material semelhante a outros.
O setenário sagrado também está relacionado com os signos zodiacais porque também resulta da união entre a Trindade e o Quaternário, entre o Espírito e a Matéria. É por isso que os Sete Planetas esotéricos guardam grande sintonia vibracional com os signos resultando em regências dos mesmos.
Percebe-se que este estudo que ora realizamos apesar de tratar de assuntos relacionados com a espiritualidade não caminha pelo universo místico, pois é lógico e é possível construir um raciocínio lúcido, coerente e seguro. Desta forma, as reflexões espirituais ganham contornos mais plausíveis e explicáveis, ou entendíveis, a meu ver. É um caminho em que a pessoa pode ter seu próprio raciocínio e criar seu próprio julgamento, pois dispõe de informações para tal. Tudo depende de sua vontade, estudo e empenho. Àquela frase “quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir” eu ouso incluir “quem tiver cabeça para pensar e ousar fazê-lo” a meu ver se encaixa neste tido de reflexão ou estudo. Afinal, só se tem a ganhar com isso!
è Favor ilustrar o artigo com uma ou as duas imagens em anexo. Grato.

Do Infinito ao Mártir

Continuando nossos estudos pelos mistérios e segredos dos simbólicos números, abordaremos agora do número oito até o número onze.
O número oito reflete o encontro de dois universos (uni – versos, dois lados íntegros que são complementares ou antagônicos). Ele é formado por dois círculos (símbolo sem lados que indica o infinito limitado à sua realidade ou natureza própria). Então, ele traz consigo a ideia do ciclo de materialidade e imaterialidade, de vida manifesta e vida imanifesta. Ou seja, do conceito da transmigração das almas, conhecido também como da “reencarnação”. Existem ilustrações que trazem uma cobra que com seu corpo forma os dois círculos e ela acaba mordendo a própria cauda. Neste caso a cobra significa a energia vital, o poder da vida. Em outras ilustrações esta cobre é substituída pela figura de um dragão. A antiga cultura egípcia ensinava do fato de que a verdadeira vida real é a que ocorre nos mundos espirituais, no mundo regido por Osíris; que depois da vida, no processo de morte da pessoa e seu caminho para o Amenti, a pessoa passa pelo julgamento de sua alma, julgamento este do qual não se admite mentiras, enganos ou subterfúgios. O número oito está diretamente relacionado com o compromisso com a Justiça e a Verdade e por isso rege os ciclos cósmicos e a distribuição correta de sucessos e insucessos. Se o número oito for inclinado em 90 graus ele se torna o símbolo do infinito[1] e da eternidade[2], fato facilmente compreensível se entendermos que representa a vida que flui e continua tanto pelo mundo material quanto pelo espiritual, sem parar ou se deter.

O Nove é o número mais elevado, considerando-se que o início ou primeiro número é o zero e o último é o nove. Após o nove inicia-se a reciclagem ou revolução dos números em oitavas superiores (mudança para melhor de sua natureza, vibração e representatividade potencial). Sendo assim, o nove representa o último estágio antes de uma mudança de estado, vibração ou realidade. Por isso ele é considerado o número da “perfeição” dentro do universo que representa. Para os caldeus o nove era um número divino. Este número e sua simbologia ensejaram estudos profundos de Georgii Ivanovich Gurdzhief[3] e seu Eneagrama[4]. O nove é escrito com o círculo, símbolo do infinito ou de Deus, elevado a mais alta posição e sustentado por uma reta vertical, indicador da vibração espiritual.

O número dez representado por um círculo e o número um indica que um ciclo (círculo) foi completado e se elevou ou se iniciou um novo ciclo numerológico, iniciando-se a partir do zero, novamente. Esta simbologia nos remete ao conceito da espiral ascendente presente na estrutura genética, galáctica e matemática. É algo semelhante ao que ocorre, por exemplo, com os estudos: iniciam-se os estudos pelo primeiro ano escolar e completado o ciclo (seja ele fundamental ou médio) logo se passa ao nível imediatamente superior que novamente se inicia pelo primeiro ano ou período escolar sequencial.


O número onze, por sua vez retrata a realidade manifesta do princípio do novo ciclo, uma unidade elevada acima da condição anterior. A diferença entre o um e o onze é uma questão de potência, de força, de vibração superior, de maior representatividade. Os zeros à direita então indicam esta força ou potência superior. Quanto mais, melhor. Esta é a notação matemática que difere as unidades, das dezenas, das centenas, milhares, etc.. O onze é o um mais forte, vivendo uma realidade superior, mais transcendente em relação ao um. Por esta razão o onze é indicado pelos esoteristas como sendo o número da força e também do Guerreiro. Este Guerreiro, muitas vezes é o Mártir, é aquele que executa as Leis de Deus, ou seja, o agente de ação da Justiça. A expressão associada ao onze é “Querer é poder”.
“Todo homem que morre por uma ideia é um mártir, pois nele, as aspirações do espírito triunfaram sobre os temores da carne.”

As Estrelas de Seis e de Sete Pontas


As Estrelas de Seis e de Sete Pontas


No artigo anterior vimos os números de zero até o cinco, agora vamos complementar a série numérica mais conhecida e utilizada que vai do número seis ao número doze (leia os artigos anteriores em http://atonclubeesoterico.blogspot.com/).
Muitos confundem as estrelas de cinco e de seis pontas como uma sendo de Davi e outra de Salomão[1]. Parece-me que não existe uma distinção real entre ambas, pelo menos é o que me disse um judeu nascido em Israel (Davi e Salomão foram reis de Israel, supõe-se que o povo judeu tenha qualificação para atestar os nomes que se aplicam às ditas estrelas – até porque a bandeira de Israel tem em seu centro uma estrela de seis pontas). É mais comum encontrarmos nos textos esotéricos o nome de Davi relacionado com a estrela de Cinco pontas e o nome de Salomão com a estrela de Seis pontas.
A estrela de seis pontas é a representação da Trindade em duas situações: na manifestação divina aos planos inferiores da existência e na transcendência do manifesto até os planos mais elevados. Geralmente representa a descida da energia pura e espiritual de Fohat[2] até onde possa existir vida e o mínimo de Luz. O objetivo desta descida é a iluminação e a purificação de Tudo o Criado. A subida ou transcendência refere-se a Kundalini[3] ou energia vital mais material, carnal e animal. Ela deve elevar-se fechando o ciclo iniciado com a Criação e coroando a Magnus Opus Dei (Grande Obra de Deus). É Kundalini que atrai Fohat e é Fohat que eleva Kundalini. A existência destas duas energias ou consciências é em si uma existência só contendo duas realidades complementares e não postas, à semelhança do número dois ou da Dualidade. Quando estas duas energias realizam seus movimentos (de descida e de subida) encontram-se (em Akahsa[4]) na Unidade formando a Divindade também conhecida como a Rosa na Cruz[5] (o plano horizontal representando Kundalini e o plano vertical representando Fohat). Outra referência desta trindade de princípios espirituais é encontrada nos conceitos de Rajas, Tamas e Satwa[6]. É a geração da vida com suas diversas manifestações, variações e imprecisões. O cruzamento dos triângulos também representa a união sexual e o Tantrismo[7] (o sexo sagrado).
Recomendo ao leitor que visite os links indicados para ampliar seus conhecimentos sobre as palavras e assuntos aqui citados.

O número sete, tão conhecido e divulgado, sempre relacionado com o poder e o comando da Organização Celestial está presente em diversos textos e referências esotéricas. O sete representa as maravilhas do mundo, sábios gregos, virtudes, pecados capitais, notas musicais, cores do arco-íris, dias da semana, etc.[8]. Conforme os ensinamentos esotéricos, Sete também são os corpos das pessoas (Físico, Vital, Astral, Mental Inferior, Mental Superior, Búdico e Atmico). Podemos encontrar muitas outras correlações setenárias[9]. Conforme estudiosos, na Bíblia[10] o sete é o número da “preferência divina”[11]. O sete é o conceito do quatro (Criação) unido à Trindade (Criador), por isso é tido como o número da Perfeição. O esoterismo universal e eterno apresenta o conceito setenário de uma forma bem clara e prática no estudo astrológico dos planetas. Os planetas astrológicos (existe uma grande diferença entre Astrologia e Astronomia, leia artigo em meu outro blog)[12] representam as Leis Divinas em ação, ou mesmo as “janelas” ou vórtices por onde nos chegam as luzes celestiais. Eles são: Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno. Podemos também estudar o número sete pelos Arcanjos que ele representa[13].

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