terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Religiões como orientações dos “Deuses”


Quando se fala em “deuses” logo vem à ideia o politeísmo[1]. Este termo, politeísmo, geralmente é usado pejorativamente como se fosse um anátema, uma esconjuração. Em oposição, é senso comum que “o que está na moda” (em termos de Estatística, Moda[2] é aquilo que tem mais e não necessariamente o que está correto) é o Monoteísmo[3].
Na verdade qual religião pode se dizer monoteísta hoje? Afirmar que existe Pai, Filho e Espírito Santo, ou seja, as Três Pessoas, é o mesmo que afirmar que esta crença é politeísta. E se considerarmos então a questão dos Anjos[4], Arcanjos, etc. aí então fica caracterizado de vez o politeísmo.
Moisés[5], o governante hebreu de pulso mais firme, conforme a Bíblia, instituiu a fé em Javé[6], um deus do deserto muito cruel, vingativo e inflexível (um conceito muito diferente do que hoje se prega com a imagem de paciência, compreensão, amor, etc.). Teoricamente esta é a origem do suposto monoteísmo católico. Mas, a ideia mais original de um deus único é justamente do berço onde Moisés cresceu e se alimentou: a religião egípcia[7] e seu deus Aton[8], o não criado propalado por Akhenaton[9]. Porém, é muito mais comum vermos a religião egípcia como politeísta e encabeçada por Amon[10].

Mas, nos distanciando da polêmica entre monoteísmo e politeísmo, Moisés parece não ter trazido somente o conceito de unidade divina do Egito, mas também o conceito dos famosos “Mandamentos”. Ele certamente se espelhou nas “Confissões Negativas[11]” no julgamento do coração do morto, no Amenti, pela deusa Maat [12](a deusa da Verdade, da Justiça e da Ordem Divina) e pelo deus Anubis. Os essênios[13] (grupo judeu no qual muitos afirmam ter Jesus convivido entre seus 13 e 30 anos de idade) certamente adotavam as práticas de vida dos antigos Hassidins[14]. Estas práticas e preceitos de “retidão” estão em sintonia com as propostas de Maat.
Tanto no Antigo Egito quanto outras antigas civilizações trazem orientações, ensinamentos e prescrições que, para aqueles povos, foram repassados por “deuses”.
Praticamente todas as religiões arcaicas tinham sua ciência centrada e baseada no estudo das estrelas. Nos sítios arqueológicos sempre se encontram locais de observação e estudo dos céus. As próprias pirâmides egípcias são observatórios estelares, bem como Stonehenge e outros sítios.



Ora, é interessante se refletirmos que muitas destas culturas não se conheciam, e até estavam em continentes diferentes umas das outras. Mas, mesmo assim, tinham princípios, valores, práticas e preceitos muito parecidos umas das outras. Isso só pode nos indicar uma fonte única de onde partiu todos estes ensinamentos, informações e práticas. É interessante se observar, por exemplo, o quão é semelhante, quase igual, os nomes das letras e as formas de se cumprimentar entre judeus e árabes. Porém, os mais radicais teimam em não ver as semelhanças, mas somente as diferenças e perpetuar uma equivocada luta interminável entre as religiões. O homem sempre distorceu as orientações oriundas dos guias estelares.
É uma pena que nossa atual “ciência” e seus cientistas relutam em relegar os conhecimentos antigos à vala comum da fantasia. O famoso filósofo e historiador Mircea Eliade[15], em sua obra “O Mito do Eterno Retorno[16]” nos afirma que:
“A mais importante diferença entre o homem das sociedades arcaicas e tradicionais, e o homem das sociedades modernas, com sua forte marca de judeu-cristianismo, encontra-se no fato de o primeiro sentir-se indissoluvelmente vinculado com o Cosmo e os ritmos cósmicos, enquanto que o segundo insiste em vincular-se apenas com a História”.


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