terça-feira, 9 de abril de 2013

A dor como bom sinal

Vivemos em uma época que o ideal parece ser não ter dor ou sofrimentos. As mídias enaltecem as formas de aumentar o prazer e fugir da angústia.  Ao mesmo tempo entidades de Medicina se empenham contra a automedicação que ocorre justamente pelo hábito das pessoas de não querer ter dor. A fuga da dor pode levar ao uso de drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas.
A dor serve como um verdadeiro e eficiente “alarme” para indicar que “algo vai mal”, mas que a estrutura de vida está funcionando bem. A dor, a febre e o pus são sinais de que o organismo está trabalhando, está se defendendo e buscando sua autorregeneração. 


Em Psicologia a angústia surge do conflito entre o que se deseja intimamente e o que a sociedade permite e aceita. Esta angústia psicanalítica deve ser “resolvida” ou balanceada pelo Ego e a consciência que verificam a possibilidade da realização das vontades internas e também aliviam o excessivo controle imposto pelo instinto repressor.
Vejamos o caso do nascimento de um dente em uma criança ou mesmo do parto desta mesma criança. Ambos os processos ocorrem entre dores, isso é inevitável e naturalmente salutar.
Observa-se que em muitas situações a dor quando ocorre não deve ser rejeitada, pelo contrário ela é positiva. Ou seja, muitas vezes a dor ou sofrimento evidenciam um processo de rearranjamento interno, uma busca de melhor acomodação das coisas, um possível processo evolutivo.
Crianças muito superprotegidas física ou emocionalmente tendem a resultar em adultos frágeis. Os cães de pedigree adoecem e morrem facilmente, mas os vira-latas podem ser atropelados, passar fome e comer restos em deterioração, mas vivem muito. Isto porque as adversidades de suas vidas fortalecem seus organismos. Esportistas precisam de exercícios muitas vezes doloridos se querem evoluir em suas atividades, aumentar massa muscular e sua resistência.
Se evitamos assumir riscos que podem significar evolução, crescimento e desenvolvimento estamos tanto nos fragilizando ante à vida quanto limitando nosso futuro e possibilidades. O incômodo causado pela dor e pelo sofrimento nos faz mudar, crescer, evoluir. Tanto assim é que os grandes saltos da humanidade geralmente ocorreram ante a grande comoção social, em períodos de guerras e catástrofes coletivas.
Precisamos mudar nossa forma de optar apenas por caminhos fáceis e agradáveis. Necessitamos ver a dor, o sofrimento e a angústia como nossos aliados que indicam onde devemos concentrar nossas atenções e esforços visando reduzir deficiências, limitações e imperfeições.
Toda evolução, todo crescimento, todo desenvolvimento tem como companheira inevitável a dor, a angústia e o sofrimento, mas estes não são em vão e nem muito menos duradouros. É sempre um preço que vale a pena pagar.

“A sabedoria de um homem não está em não errar, chorar, se angustiar e se fragilizar, mas em usar seu sofrimento como alicerce de sua maturidade.”
Augusto Cury

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