quarta-feira, 1 de maio de 2013

A arma contra o medo

É natural do ser humano temer o desconhecido. E também é natural do ser humano “criar” em sua imaginação as formas mais aterradoras daquilo que teme. Mais ainda, via de regra, supervalorizamos aquilo que tememos, concedendo-lhe poderes superiores, muita maldade e força sobrenatural.
O fato é que a reação natural ao desconhecido e ao medo é a fuga ou o combate visceral, a guerra motivada apenas pela manutenção do “status quo”, para que as coisas não se modifiquem. Assim, a luta sem sentido encontra “justificativa” na suposta maldade e poder destruidor daquilo que se ignora. O medo é a mola propulsora que justifica a ausência de ética, justiça e respeito desta guerra animalesca e luta pela sobrevivência.
O medo do desconhecido nos transforma ou desperta em nós o que existe de mais abissal, primitivo e instintivo, nos igualando aos animais e bestas mais ancestrais.

Mas, esta é uma luta que promete não ter fim por uma simples razão, trata-se de uma luta não com algo realmente objetivo, mas sim com nossas projeções, fantasias e imagens criadas por nós mesmos, motivados pelo medo. É uma luta eterna que desgasta tempo, energia, consciência, organismos e possivelmente até relacionamentos ou mesmo vidas.
Existe, porém, um final possível para a luta contra o temido desconhecido: é o conhecimento.
O medo deve ser um sinal que desperte a nossa atenção sobre algo que devemos conhecer, afinal, ele está evidenciando algo que nos parecer ser importante de alguma forma, pois antes não havíamos nos dado conta de sua existência, apesar de sempre ter estado lá.
O conhecimento se inicia de forma teórica, intelectualmente, se encaminha para a vivência, o “pegar na massa”, “ver os olhos do inimigo” e chega ao nível de conhecimento. Quando o conhecimento é transcendido para além da dimensão pessoal, então ele se torna sabedoria e esta é sinônima de muita paz e harmonia. Trata-se então da compreensão verdadeira acerca do mistério que estava por trás daquele medo inicial. Aí a pessoa se tornou mestre naquele mister e está um degrau acima quanto a isso se ladeada por outras que ainda não passaram pelo mesmo processo.
O conhecimento é como um foco de luz que sai do centro do peito, iluminando o caminho escuro logo à frente. Existem pessoas que andam curvas e suas luzes só conseguem iluminar o limitado caminho para o próximo passo. Mas, existem pessoas que andam de coluna ereta, peito aberto, olhando o horizonte. Para estas a luz de seus conhecimentos iluminam todo o caminho à frente, até se perder de vista. Quanto mais luzes do conhecimento este tipo de pessoa tiver, mais longe enxergará e mais longe poderá chegar em sua vida.
Enquanto estivermos fugindo com medo do desconhecido ou combatendo-o nossas vidas serão regidas pelas sombras da ignorância e o futuro será igual ao ontem. Mas, se, ao contrário, aceitarmos o desafio do desconhecido como uma aventura que se nos apresenta e valentemente buscar conhecimentos chegaremos ao mérito de poder dominar aquela questão até a termos sua maestria. Agindo assim podermos ir muito mais além de nós mesmos e conquistarmos o poder de decidir o nosso futuro.

Nenhum comentário:

  Qual a diferença entre Tarot e Astrologia?   Com mais de 40 anos de exercício profissional, percebi que é comum as pessoas não saberem...