sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O Inferno nosso de cada dia

A imagem do inferno está gravada no imaginário coletivo como um local de sofrimento, degeneração, baixa luminosidade, vapores terríveis, seres em decomposição, etc. Todos estão dispostos a “fazer de tudo” para não irem para lá, apesar de que Jesus convidou aos seus seguidores a pegarem suas cruzes e o seguirem, sendo que Ele antes de estar ao lado ao Pai passou pelo Inferno, ou pela chamada “Mansão dos Mortos”.

Mas o fato é que o inferno não um lugar físico e muito menos distante de onde nos encontramos. O inferno é a chamada “região inferior”, da baixa vibração e consciência. O inferno é um estado de espírito no qual existe pouca presença da espiritualidade, da luz, do amor e da compreensão.

Talvez o termo “vibração” possa soar estranho, mas quer dizer algo como um som que vai do mais grave (vibração mais baixa) até o mais agudo (vibração mais elevada). A vibração reflete o movimento ou freqüência interna de algo e quanto mais movimento ou freqüência maior a vida e, por conseguinte, maior a espiritualidade. Quanto mais espiritualidade mais sutil a matéria fica, ao passo que quanto menos espiritualidade mais densa ela fica. É importante ressaltar que até em uma pedra na qual supostamente não existe vibração ela está presente no movimento das moléculas e átomos, ou seja, a vida, a espiritualidade ou divindade existe sempre. Não existe uma ausência absoluta de vida ou de Deus, não existe fonte de frio, fonte de trevas, fonte de morte. Ou seja, não existe o tão difundido Diabo que se opõe a Deus. Se assim fosse existiriam dois Deus. O inferno é o distanciamento voluntário das pessoas para com Deus, para com a fonte de vida, amor, harmonia, saúde, paz, fraternidade, etc.. Se no suposto Céu existe uma Unidade Central que a tudo unifica e centraliza, que une e organiza, no inferno isso está distante e então a realidade é de falta de liderança, de desorganização e desunião.



Em nossa vida cotidiana costumamos oscilar nosso nível de vibração. Tem dia que estamos bem, nos sentindo bem, irradiando alegria, certezas, carinho, atenção, paciência, compreensão, amor. Mas, existem dias que nossa vibração cai, seja por algum estímulo externo ou por questões pessoais. Então podemos ficar depressivos, melancólicos, irados, desesperançados, doentes, egoístas, insensíveis, egocêntricos, etc. Nestes dias ou momentos estamos vivendo momentos de inferno, em vida. Nestes momentos de inferno, mesmo que estejamos dentro de um palácio tudo nos parecerá ruim, insatisfatório, doloroso, desafiante. Apesar de supostamente estarmos em um palácio é como se estivéssemos naqueles momentos no umbral, naquela região infernal tão conhecida.



Existem pessoas que parecem gostar de viver assim, em constante desarmonia, insatisfação, com medo, envolta em sofrimento, dor e depressão. Estas pessoas são aquelas que só se interessam por notícias ruins, de mortes, traições, doenças, humilhações, vexames, escândalos, etc. Isso é um fato tão relevante que existem programas de televisão específicos para elas.

Existe um antigo adágio que diz: “Diga-me com quem andas que direi quem tu és”. Devemos procurar a companhia de bons pensamentos e sentimentos, procurar manter nosso nível de consciência e harmonia, irradiando paz, compreensão, tolerância, amor, paciência e colaboração fraterna.

Oscilar e de vez em quando mergulhar de cabeça no inferno é algo natural, comum. O problema é viver constantemente neste estado de consciência e, pior, acabar levando outras pessoas junto. Precisamos estar atentos e identificar quando uma pessoa está em seu momento infernal e não nos deixarmos impregnar ou influenciar por ela. Ao contrário, precisamos conscientemente irradiar luz e amor a esta pessoa para que ela possa, se assim o quiser, aproveitar esta oportunidade e se recompor, recuperando sua própria luz, harmonia e amor.



Quando nos depararmos com alguém vivendo seu momento infernal, o ideal é que respeitemos esta pessoa e como agentes de luz e amor ofereçamos uma oportunidade para esta pessoa sair do estado em que se encontra.



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