Na semana passada tivemos a palestra sobre “A Queda dos
Anjos” na qual abordamos a questão da possível verdade por trás do mito da
perda do Paraíso. Algumas das conclusões que chegamos é que se houve um erro
não foi cometido por um humano, a humanidade participa da divindade porque tem
nela a sua origem e que nossa evolução depende não só de conhecimentos mentais,
mas principalmente de princípios e práticas espirituais.
A evolução deve caminhar sobre “dois pés” ou fundamentos: o
sentimento e a ideia, a emoção e o conceito, a prática e a teoria, o amor e a
justiça, a solidariedade e o compromisso. De nada adianta um conhecimento
técnico muito elevado se não se tem fé, amor no coração, ternura, senso de
cidadania, tolerância, compreensão. De nada adiante ter fé, amor, ternura,
cidadania, etc. sem conhecimento ou discernimento lúcido.
É com as duas “pernas” do sentimento e do pensamento que
caminhamos conscientes rumo a um futuro iluminado. Mas, isso é uma opção, não é
algo certo e seguro que aconteça. Depende de nossa decisão e atitude, em cada
detalhe de nossas vidas.
Lamentavelmente muitas pessoas falam e exibem orgulhosos
frases de efeito de natureza espiritual, mas na prática parecem que desconhecem
completamente aquilo que ostentam tão veementemente. É raro encontrar quem
admita ser egoísta, preconceituoso, injusto, cruel, frio, e desonesto. Ao mesmo
tempo é muito fácil encontrar este tipo de comportamento ou pessoa hoje em dia.
É uma grande incoerência. Estatisticamente existe uma grande
maioria de pessoas piedosas e fiéis a Deus, mas temos a mesma proporção de
crápulas manipuladores que se fingem de ovelhas. Este é o grande e talvez maior
“pecado” que se pode cometer: falsear a verdade que levamos em nosso interior.
Ir contra a verdade é ir contra a vida e ir contra a mensagem de Cristo!
É muito fácil perdoar e ter paciência com quem gostamos ou
com quem nos agrada de alguma forma, mas a verdadeira prova de paciência é com
quem nos magoa, prejudica, incomoda. Se não temos compreensão e paciência com
todos, indistintamente, então não temos paciência e compreensão mesmo. Não
adianta tentar nos enganarmos. Porque este “engano” não tem sucesso sobre o
outro, mas sim boicota a nossa própria evolução.
Quantas pessoas não vão semanalmente na missa, e levam no
peito uma medalha religiosa, tendo na parece uma folhinha ou imagem de Jesus ou
Maria. Mas, quantas destas mesmas pessoas não podem ser facilmente pegas
falando mal de outra pessoa, incitando outras a também pensar ou até mesmo fazer
mal a um terceiro? Quantas destas arquitetam verdadeiras armadilhas para
prejudicar outras pessoas. Isso é conduta de alguém religioso, de alguém com
princípios espirituais reais?
Quantas mortes, traições e guerras foram tramadas sob signos
religiosos?
Hoje a solidariedade, a filantropia, o altruísmo, a
cidadania, a cooperação, a paciência, a tolerância, o verdadeiro amor, a
fraternidade e a compreensão estão em falta no mercado. Ao passo que sobram
exemplos de egoísmo, agressividade, intriga, inveja, mentira, violência e
injustiça.
Nosso futuro está em aberto, tanto individual quanto
coletivo. A humanidade é feita por cada um de nós que influencia os demais com
seus atos e palavras. A que grupo vamos nos unir? Ao grupo que constrói uma
humanidade futura evoluída ou ao grupo do “quanto pior melhor”?
Para onde vai a humanidade? Para onde vai você?
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