SOMOS O QUE VEMOS E VIVEMOS
Fiquei pensando em como escrever um artigo sobre “somos o que vemos e vivemos”. A melhor descrição sempre se dá através de nossas próprias experiências de vida. Assim exemplificamos algo real e a experiência vira ensinamento, da mesma forma que os antigos faziam, ou nossos avós fazem ou fizeram conosco. A vida é a maior escola, e é com as experiências do viver a cada dia que aprendemos a conduzir nossa jornada.
Mais ou menos quatro anos atrás eu estava em São Paulo. Chegando à cidade véspera de feriado, a rodoviária lotada, fui entrar no metrô da Tietê. Quando passou pela Sé (considerado o maior aglomerado de pessoas de São Paulo na hora do rush), o metrô parou em baixo da terra, não havia saída e a luz se apagou, era por volta das 17:45. Fiquei mais de 17 minutos no escuro, como uma sardinha enlatada. Em pé, com uma grande mochila não podia me mexer. As pessoas começaram a ficar nervosas e eu sempre mantendo a calma em tempos críticos, fiquei lá imóvel com aquele peso nas costas. Meditando e refletindo, pois não sabia o que tinha acontecido se iríamos morrer ou viver, ou quanto tempo iria ficar ali preso debaixo da terra.
Comecei a pensar o que havia acontecido em cima de nós. Pensava que naquela altura havia um aglomerado de pessoas voltando do trabalho na maior metrópole do país. Pensava em como seria a cidade de São Paulo por cima. E tudo que minha mente imaginava ia apenas até o chão da cidade, essa era a minha fronteira final, a minha liberdade. Pensei em como as pessoas arrogantes se acham o máximo, o que na verdade quando estamos presos em um buraco somos nada mais que vermes. Na verdade somos todos importantes, desde o mosquito até o ser humano, somos de suma importância para o planeta, a diferença é que vemos de acordo com o que vivenciamos.
Um religioso cristão vê santos e anjos, um nerd vê games e computadores, uma professora de Português vê a língua portuguesa de um jeito “mais que perfeito”. O mecânico vê carros e motores, o Budista vê Buda, os veterinários animais, o astrólogo signos e astros e por aí vai a nossa visão humana. Cada pessoa vê a vida da forma que conhece de acordo com o ambiente que é criado ou que vive. Como a diferença de um gato do mato, gato da rua e gato doméstico. Como uma criança de rua ou criança com casa e pais amorosos. A vida é vista da forma que conhecemos.
Naquele momento minha fronteira final era a cidade, porque eu só via escuridão e estava em baixo da terra. Deixei de pensar no espaço, nos planetas que para mim parece ser a fronteira já que vivo em cima da terra e posso ver as estrelas todas as noites. Meu universo tornou-se diferente por 17 minutos. Assim pude refletir o valor que temos na Terra. Não somos vermes, somos construtores, somos importantes para nossos amigos e familiares, pois outros seres que nem nos conhecem não se importariam com a prisão abaixo daquela cidade gigantesca.
Temos que ser bons e saber perdoar quem nos ama, quem nos dá valor e quem nos quer bem, pois para esse mundo somos extremamente importantes. Mas diante daquele metrô éramos apenas vermes que não sabiam aonde iam ou o que teria acontecido. Uns gritavam Santo fulano! Outros ouviam seus celulares com música, outros comparavam o momento com prisões e outros até com computadores infectados. Eu, que vivi tanto tempo longe da civilização convivendo apenas com animais e elementais descrevi a cena como se eu fosse um tatu preso na terra. E assim cada um via a cena de maneira diferente, mas o que importava é que estávamos no mesmo barco (metrô). E não importa a visão que tenha todos nós caminhamos por essa terra, apenas temos visões e vidas diferenciadas, só isso. Pois todos morrem, todos vão ao banheiro, todos comem, todos respiram e todos sentem. Então a arrogância do ser humano é apenas uma falta de visão, carência de experiência. Antes de julgar devemos tentar compreender a vida que a pessoa vive e o ambiente que ela está acostumada. Tudo nesse mundo tem um aprendizado, até mesmo ficar preso em um metrô. Manter a calma e esperar foi minha reação, diferente de outras pessoas que queriam sair, sair para onde? Não havia passagem.
Então após refletir na escuridão como uma sardinha enlatada, como um tatu preso na terra ou como uma múmia em seu sarcófago (cada um vê de sua forma), a luz do metrô acendeu. Informaram que havia acontecido um acidente na linha na altura da Sé e que já havia sido resolvido e que dentro de um minuto voltaríamos ao normal. Logo o metrô se pôs a andar e quando saí da estação ouvi pessoas dizendo que alguém havia se jogado frente ao metrô na Sé. Um suicídio. Alguém que não teve visão ou saída, que não dava valor algum a própria vida se matou. E tive a certeza que o suicida escolheu aquele dia e horário para chamar a atenção do povo. Talvez ele quisesse apenas atenção em uma cidade que ninguém está nem aí para o outro, onde a arrogância e o dinheiro prevalecem e o perigo os anima a andar rápido e nem ver o sol que ilumina suas cabeças todos os dias de suas vidas. Sempre gostei de São Paulo, mas eu nunca havia visto o outro lado da moeda. Quando formos criticar alguém ou nosso espírito tender a arrogância, pense bem e reflita, pois talvez sua alma esteja apenas querendo atenção, mas de forma alguma se suicide, pois hoje podemos estar vivendo experiências ruins, mas o amanhã poderá viver plenamente através das experiências que se passou. As experiências ruins são como provas difíceis de cálculos absurdos que fazemos na escola.
Veja as experiências negativas como reflexão, elas não existem para nos sentirmos vermes sem importância, mesmo porque até os vermes e bactérias tem importância na terra e até em nosso corpo. Reflita, pois aquele que quer evoluir deve aceitar com calma seu momento ruim e imaginar a melhor forma de sair dali. A calma atrai pensamentos coerentes. O pensamento coerente atrai boas energias, porque a coerência é sempre positiva.
Quando cheguei ao meu objetivo fui recebida com maior carinho, com bolo e festa. Aí pude ver a simplicidade e importância que temos para as pessoas que nos querem bem. O maior bem da vida é o aprendizado com as circunstancias não agradáveis, bem como os amigos que vamos tendo ao longo da jornada chamada de vida terrena.
Reflita sobre suas questões ao invés de criticar, assim deixamos de compreender a verdade dessa escola no planeta Terra. A calma e compreensão é o melhor caminho para enfrentar certos tipos de prisões e escuridões, seja ela que tipo for, externa ou interna.
Por Letícia de Castro
Academia Ciência Estelar - www.cienciaestelar.org.br
Fiquei pensando em como escrever um artigo sobre “somos o que vemos e vivemos”. A melhor descrição sempre se dá através de nossas próprias experiências de vida. Assim exemplificamos algo real e a experiência vira ensinamento, da mesma forma que os antigos faziam, ou nossos avós fazem ou fizeram conosco. A vida é a maior escola, e é com as experiências do viver a cada dia que aprendemos a conduzir nossa jornada.
Mais ou menos quatro anos atrás eu estava em São Paulo. Chegando à cidade véspera de feriado, a rodoviária lotada, fui entrar no metrô da Tietê. Quando passou pela Sé (considerado o maior aglomerado de pessoas de São Paulo na hora do rush), o metrô parou em baixo da terra, não havia saída e a luz se apagou, era por volta das 17:45. Fiquei mais de 17 minutos no escuro, como uma sardinha enlatada. Em pé, com uma grande mochila não podia me mexer. As pessoas começaram a ficar nervosas e eu sempre mantendo a calma em tempos críticos, fiquei lá imóvel com aquele peso nas costas. Meditando e refletindo, pois não sabia o que tinha acontecido se iríamos morrer ou viver, ou quanto tempo iria ficar ali preso debaixo da terra.
Comecei a pensar o que havia acontecido em cima de nós. Pensava que naquela altura havia um aglomerado de pessoas voltando do trabalho na maior metrópole do país. Pensava em como seria a cidade de São Paulo por cima. E tudo que minha mente imaginava ia apenas até o chão da cidade, essa era a minha fronteira final, a minha liberdade. Pensei em como as pessoas arrogantes se acham o máximo, o que na verdade quando estamos presos em um buraco somos nada mais que vermes. Na verdade somos todos importantes, desde o mosquito até o ser humano, somos de suma importância para o planeta, a diferença é que vemos de acordo com o que vivenciamos.
Um religioso cristão vê santos e anjos, um nerd vê games e computadores, uma professora de Português vê a língua portuguesa de um jeito “mais que perfeito”. O mecânico vê carros e motores, o Budista vê Buda, os veterinários animais, o astrólogo signos e astros e por aí vai a nossa visão humana. Cada pessoa vê a vida da forma que conhece de acordo com o ambiente que é criado ou que vive. Como a diferença de um gato do mato, gato da rua e gato doméstico. Como uma criança de rua ou criança com casa e pais amorosos. A vida é vista da forma que conhecemos.
Naquele momento minha fronteira final era a cidade, porque eu só via escuridão e estava em baixo da terra. Deixei de pensar no espaço, nos planetas que para mim parece ser a fronteira já que vivo em cima da terra e posso ver as estrelas todas as noites. Meu universo tornou-se diferente por 17 minutos. Assim pude refletir o valor que temos na Terra. Não somos vermes, somos construtores, somos importantes para nossos amigos e familiares, pois outros seres que nem nos conhecem não se importariam com a prisão abaixo daquela cidade gigantesca.
Temos que ser bons e saber perdoar quem nos ama, quem nos dá valor e quem nos quer bem, pois para esse mundo somos extremamente importantes. Mas diante daquele metrô éramos apenas vermes que não sabiam aonde iam ou o que teria acontecido. Uns gritavam Santo fulano! Outros ouviam seus celulares com música, outros comparavam o momento com prisões e outros até com computadores infectados. Eu, que vivi tanto tempo longe da civilização convivendo apenas com animais e elementais descrevi a cena como se eu fosse um tatu preso na terra. E assim cada um via a cena de maneira diferente, mas o que importava é que estávamos no mesmo barco (metrô). E não importa a visão que tenha todos nós caminhamos por essa terra, apenas temos visões e vidas diferenciadas, só isso. Pois todos morrem, todos vão ao banheiro, todos comem, todos respiram e todos sentem. Então a arrogância do ser humano é apenas uma falta de visão, carência de experiência. Antes de julgar devemos tentar compreender a vida que a pessoa vive e o ambiente que ela está acostumada. Tudo nesse mundo tem um aprendizado, até mesmo ficar preso em um metrô. Manter a calma e esperar foi minha reação, diferente de outras pessoas que queriam sair, sair para onde? Não havia passagem.
Então após refletir na escuridão como uma sardinha enlatada, como um tatu preso na terra ou como uma múmia em seu sarcófago (cada um vê de sua forma), a luz do metrô acendeu. Informaram que havia acontecido um acidente na linha na altura da Sé e que já havia sido resolvido e que dentro de um minuto voltaríamos ao normal. Logo o metrô se pôs a andar e quando saí da estação ouvi pessoas dizendo que alguém havia se jogado frente ao metrô na Sé. Um suicídio. Alguém que não teve visão ou saída, que não dava valor algum a própria vida se matou. E tive a certeza que o suicida escolheu aquele dia e horário para chamar a atenção do povo. Talvez ele quisesse apenas atenção em uma cidade que ninguém está nem aí para o outro, onde a arrogância e o dinheiro prevalecem e o perigo os anima a andar rápido e nem ver o sol que ilumina suas cabeças todos os dias de suas vidas. Sempre gostei de São Paulo, mas eu nunca havia visto o outro lado da moeda. Quando formos criticar alguém ou nosso espírito tender a arrogância, pense bem e reflita, pois talvez sua alma esteja apenas querendo atenção, mas de forma alguma se suicide, pois hoje podemos estar vivendo experiências ruins, mas o amanhã poderá viver plenamente através das experiências que se passou. As experiências ruins são como provas difíceis de cálculos absurdos que fazemos na escola.
Veja as experiências negativas como reflexão, elas não existem para nos sentirmos vermes sem importância, mesmo porque até os vermes e bactérias tem importância na terra e até em nosso corpo. Reflita, pois aquele que quer evoluir deve aceitar com calma seu momento ruim e imaginar a melhor forma de sair dali. A calma atrai pensamentos coerentes. O pensamento coerente atrai boas energias, porque a coerência é sempre positiva.
Quando cheguei ao meu objetivo fui recebida com maior carinho, com bolo e festa. Aí pude ver a simplicidade e importância que temos para as pessoas que nos querem bem. O maior bem da vida é o aprendizado com as circunstancias não agradáveis, bem como os amigos que vamos tendo ao longo da jornada chamada de vida terrena.
Reflita sobre suas questões ao invés de criticar, assim deixamos de compreender a verdade dessa escola no planeta Terra. A calma e compreensão é o melhor caminho para enfrentar certos tipos de prisões e escuridões, seja ela que tipo for, externa ou interna.
Por Letícia de Castro
Academia Ciência Estelar - www.cienciaestelar.org.br
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