terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Entender ou compreender o ensinamento?

Entender ou compreender o ensinamento?


Se buscarmos no dicionário as palavras entender e compreender aparecem com significados semelhantes ou mesmo como sinônimo. Mas, existe uma grande diferença entre elas. Para os estudantes de esoterismo ou espiritualidade então esta diferença entre entender e compreender se torna gritante e o grande diferencial entre deslizar infinitamente pela superfície de um ensinamento ou adentrar a sua profundidade e desvendar o seu mistério.

O entendimento é movido pelo raciocínio lógico e formal. Ele pode ser repassado, assim como uma técnica. É semelhante ao processo de se ouvir algo. O entendimento é um processo passivo de total e absoluta recepção, sem questionamento ou participação na construção do ensinamento. O entendimento pode ser decorado, mesmo que não se compreenda o sentido daquilo, suas correlações, origem e repercussões.

Podemos escutar algo, porém não ouvi-lo, ou seja podemos perceber sons, mas não saber do que se trata ou que mensagem contém. Da mesma forma, podemos aprender uma técnica que funciona de fato, mas não saber o porquê ou como ela funciona e, principalmente, qual a origem das Leis que esta técnica segue e também quais as repercussões de sua utilização.

Saber a fonte de uma técnica é muito importante, assim como devemos saber a origem de um dinheiro, pois podemos nos ver envolvidos em atividades ilícitas, “fora da lei”, sem saber. Também é muito importante sabermos as conseqüências ou repercussões da aplicação de um ensinamento, pois elas não terminam na própria experiência em si, mas reverberam incessantemente a partir daquele ponto, mudando fatos e eventos como um verdadeiro jogo de dominós empilhados lado a lado. Esta é a diferença entre se aplicar uma simples técnica ou feitiço, facilmente entendido e realizado, e ter a visão xamãnica da necessidade e possibilidade de se intervir ou não em determinada realidade.

Podemos, por exemplo, ensinar a uma criança que andar de bicicleta é subir nela, pedalar e dirigir para onde quiser. Isso ela facilmente pode entender. Mas, o que ela não compreende é que necessita da imponderável e incomunicável compreensão do equilíbrio e que sem este ela fatalmente irá cair e se machucar.

A diferença entre entendimento e compreensão é a mesma entre os termos “exotérico” e “esotérico”. O primeiro é o conhecimento dado aos não iniciados, aos profanos, o segundo é o conhecimento dado aos iniciados aos adeptos, àqueles que estão em um caminho que tem origem, meio e fim definidos.

O ensinamento esotérico é encontrado também sob a denominação de “Arte”, algumas vezes como “Arte Real”, ou seja, a arte dos reis, daqueles que atingiram a Corôa Sefirótica, atingiram o domínio de si mesmos e principalmente que compreendem o sentido da vida e a razão dos fatos das múltiplas realidades. Costuma-se também relacionar o conhecimento com a “visão” consciente e real dos fatos, também nomeada como “consciência”.



Existe uma metáfora para se explicar o entendimento na qual se pede para cegos tocarem um elefante e definir do que se trata. Cada um dos cegos define sua experiência de forma diferente e nenhum deles chega à compreensão real do que se trata.

A compreensão exige questionamento, liberdade, abertura para o imponderável ou abstrato, perguntas e busca de respostas. Para se compreender algo não se pode ser apático, conformado, estagnado e simplesmente um ouvinte. Para se compreender algo deve-se participar da construção da compreensão, desenvolver a arte tendo até a técnica e o entendimento como referência, mas indo muito mais adiante e fundo na questão.

Quem busca compreender o mundo e os fatos é também conhecido como filósofo. Por isso o esoterismo também é conhecido como Filosofia Oculta. A compreensão promove a visão sistêmica da existência, uma visão não dos aspectos externos, mas sim de dentro para fora. Somente pela compreensão se chega à consciência de que um cubo tem sete lados e não seis e que uma pessoa não tem só corpo físico, mas também alma e espírito a serem considerados.

E então, você prefere somente entender as coisas ou busca também compreender?


Estude conosco e construa sua compreensão da vida:

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