quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Os sete pecados capitais e as virtudes


Conforme Jean Lauand[1], professor titular da FEUSP, IJI, Universidade do Porto:
A doutrina dos vícios capitais é fruto de um empenho de organizar a experiência antropológica cujas origens remontam a João Cassiano e Gregório Magno, que têm em comum precisamente esse voltar-se para a realidade concreta.
Este autor afirma que São Tomás de Aquino relaciona os sete pecados capitais: vaidade, avareza, inveja, ira, luxúria, gula e acídia. Hoje, segundo ele a Igreja coloca soberba em lugar de vaidade e preguiça em lugar de acídia.
Da preguiça já discorremos um pouco no artigo anterior. Vamos agora nos deter um pouco sobre a soberba que é tida por São Tomás de Aquino como um pecado supra capital. Conforme Lauand, a soberba é a rainha de todos os pecados porque é a recusa da superioridade de Deus e da busca da excelência e do bem.
Ora, o inverso do pecado[2] ou vício é a virtude. Dante Alighieri, em sua obra “Divina Comédia” também nos fala dos sete pecados capitais e as sete virtudes. Desde crianças aprendemos com contos de fadas sobre este setenário, como é apresentado na fábula de Branca de Neve e os Sete Anões.
Alguns astrólogos[3] costumam relacionar este setenário moral com os sete planetas esotéricos de forma que se pode identificar qual ou quais é mais evidente na pessoa:
À Avareza ou Cobiça se contrapõe o Altruísmo, relacionadas com Saturno;
À Gula ou Esbanjamento se contrapõe a Temperança ou Equilíbrio, relacionadas com Júpiter;
À Cólera ou Ira se contrapõe o Amor, relacionadas com Marte;
Ao Orgulho ou Soberba se contrapõe a Humildade ou a Generosidade, relacionadas com Sol;
À Luxúria ou Concupiscência se contrapõe a Castidade, relacionadas com Vênus;
À Inveja ou Cobiça se contrapõe a Alegria, relacionadas com Mercúrio;
À Preguiça se contrapõe a Diligência, relacionadas com Lua.
Voltando ao “pecado capital mor”, o Orgulho ou Soberba deseja e tudo faz para que tudo gire ao seu redor, ao passo que a virtude análoga ao planeta Sol é exatamente o oposto, de irradiação generosa e humilde. É uma questão de ótica, uma no sentido centrípeto e outra no sentido centrífugo, uma suástica e outra sowástica[4]. Ou seja, se o centro (ou pessoa) tem potencial divino, ele irradia de forma natural, gentil e constante, sem cobrança ou expectativas, o melhor de si. Caso contrário, se o centro deseja ser tratado como divino (porque certamente não o é, se o fosse não agiria assim), então espera que tudo lhe venha aos pés e que ele seja o centro das atenções.
Não podemos nos confundir com as diferentes formas de orgulho.  Algumas se ocultam sob o véu de uma pseudo humildade, como é o caso de Antístenes, filósofo grego que pregava a humildade e a pobreza e que foi advertido pelo seu mestre, Sócrates, ao vê-lo expondo propositalmente os buracos rasgados: “Antístenes, vejo o teu orgulho através dos buracos da tua roupa”.
Este tipo de Orgulho, o dissimulado, é o pior e o mais perigoso, mais sorrateiro, traiçoeiro. Talvez a dissimulação possa ser incluída neste “pecado”, visto que é uma afronta à verdade, ao que é justo. A dissimulação não dá direito ao outro de se defender. É um crime contra a luz, um caminho para as sombras.
Uma pequena dose de orgulho, assim como dos demais “pecados capitais” não só é natural como até desejável, visto que nos são exigidos socialmente. Imagine um palestrante, ou padre, ou professor, muito humilde e generoso. Ele certamente será bem visto, mas talvez não consiga empolgar seus ouvintes, não falará alto ao coração e almas das pessoas. É preciso ter um pouco de humanidade ou imperfeição em si para poder fazer com que as demais pessoas se identifiquem consigo e assim estabelecer uma comunicação efetiva. É preciso falar a mesma língua, utilizar dos mesmos símbolos e valores para influenciar os demais.

Preguiça – existe seu lado bom?


A Preguiça é listada como um dos sete “pecados” capitais. Listada por São Tomás de Aquino[1] como “acídia” a preguiça, segundo ele “A acídia é aquela tristeza modorrenta do coração que não se julga capaz de realizar aquilo para que Deus criou o homem. Essa modorra mostra sempre sua face fúnebre, onde quer que o homem tente sacudir a ontológica e essencial nobreza de seu ser como pessoa e suas obrigações e sobretudo a nobreza de sua filiação divina: isto é, quando repudia seu verdadeiro ser!”
Sem dúvida, assim colocada é um verdadeiro desvio da natureza humana no que se refere à sua criação como Filho de Deus.
Mas, em nosso cotidiano, neste mundo capitalista de constante e ferrenha competição, a contemplação, a reflexão e momentos dedicados à Filosofia geralmente são rotulados como de preguiça.
Vale lembrar que o período em que a humanidade mais produziu pessoas com pensamentos superiores foi na antiga Grécia. Tanto assim é que até hoje os filósofos gregos [2]são citados em peças acadêmicas. Foi a época do “ócio criativo” ou sagrado. Foram eles, os filósofos gregos que muito contribuíram com as artes, a matemática, a história, a geografia, a medicina e, principalmente, com o desenvolvimento do conceito de democracia.
Nomes como Tales, Anaxímenes, Anaximandro, Platão, Sócrates, Pitágoras figuram entre os grandes pensadores que até hoje não foram alcançados pelos modernos cientistas. Muitos deles debatiam nas praças as possibilidades e limites da existência como um todo. Este tipo de atividade hoje certamente é taxado de “vagabundice”, “falta de trabalho” ou simplesmente como “preguiça de trabalhar”. Assim sofrem perseguição e rotulação as pessoas mais voltadas para as artes em geral, a filosofia ou a contemplação.
É importante lembrar que as pessoas são diferentes entre si e naturalmente podem ser identificados quatro tipos básicos de pessoas. Independente de nomenclaturas é flagrante para qualquer pessoa que um contador ou um militar comum dificilmente se dará bem se optar por se tornar um padre ou pastor.
Talvez a preguiça mais tenebrosa seja a preguiça de pensar por si próprio, de refletir, de formar sua própria opinião. Este tipo de preguiça mental se espalha por todo o globo e prejudica a independência, a autonomia, a maturidade e a evolução humana. A preguiça mental nos conduz às explicações dadas por terceiros e sua aceitação sem qualquer questionamento ou reflexão. Transformam-se nos dogmas[3] que inocentemente são seguidos e em seus nomes as pessoas cometem todo tipo de desatino e injustiça. Isso está presente não só no seio das religiões, mas também na banalidade do dia-a-dia quando as pessoas preferem, por exemplo, notícias já “mastigadas” e explicadas por um apresentador de telejornal. É mais confortável e menos trabalhoso ouvirmos a opinião de outra pessoa que se informou, tem lá suas tendências e preferências e, portanto, emite opiniões tendenciosas. Isso é doutrinação.
Ora, a doutrina é aliada ou sócia do dogma; ela uma determinada interpretação específica que fecha questão somente naquela interpretação e o dogma não permite que se questione esta interpretação. Toda interpretação humana é limitada, imperfeita e, portanto passível de erro, equívoco, manipulação ou mesmo desvio. Ou seja, deveria sim ser constantemente posta em cheque sob risco de prejudicar a evolução, desenvolvimento e compreensão daqueles que a segue.
Aqui no Brasil a leitura não é um hábito da maioria da população. Possivelmente você que está lendo este artigo não padece deste “pecado” que é a preguiça de pensar. Isso porque neste espaço discutimos ideias, estimula-se o pensar, o refletir e, principalmente, a construção de suas próprias opiniões e posicionamentos perante os fatos da vida. Aqueles que têm preguiça de pensar tendem a dizer “isso é muito complicado para mim” ou simplesmente desdenham dizendo algo como “isso é coisa de quem não tem o que fazer” ou “isso é viagem de quem usa drogas” ou ainda “tenho mais do que me preocupar do que ficar filosofando”, por exemplo. Mas, estas pessoas não sabem que se não pensarem por si mesmas, acabarão seguindo o pensamento de outros mais espertos e serão manipulados como verdadeiras marionetes. Isso ocorre em todos os campos, seja nas religiões, seja nos negócios, seja na política, seja no relacionamento social.
O psicólogo Willian Reich [4]escreveu uma obra com o título “Escuta Zé Ninguém[5]” na qual ele dá um verdadeiro choque no leitor que não pensa por si mesmo. Este autor também escreveu um outro livro intitulado “O assassinato de Cristo[6]” no qual afirma que se Jesus nascesse novamente hoje a turba novamente o condenaria à morte por não pensar por si mesma e optar por seguir seus líderes sem questionar. Platão também abordou o problema em sua alegoria conhecida como “O Mito da Caverna[7]”.
Se considerarmos que muito do que se rotula como “preguiça” na verdade é perseguição e um verdadeiro preconceito ao pensamento, uma preguiça de pensar, podemos dizer que sim, existe o lado bom da preguiça.

O Bom do Mau


Na Criação não existe nada perfeito ou completo. Pelo contrário, tudo é complexo, como já vimos em artigo anterior (sobre o número três). Desta forma, um bom doce sempre leva em sua fórmula uma pitada de sal; todo homem tem um pouco de hormônio feminino e toda mulher tem também hormônio masculino. Se a vida fosse somente de luz ou de trevas, nada seria visível. É exatamente o jogo de sombras, com mais ou menos luz, que torna a visão possível e a distinção entre uma coisa e outra. A dualidade sempre resulta e se equilibra no terceiro fator.
O mesmo ocorre com os conceitos de “vício” e “virtude”. O que os distingue é a prudência, ou discernimento, que é uma verdadeira “faculdade”, não é ciência e nem mesmo arte.
Ora, o que é o vício? O vício é o excesso ou a carência do bom. Ou seja, o pecado guarda em si uma relação e dependência direta da virtude. Quem nos ensinou isso foi Aristóteles.
Tomemos, por exemplo, a coragem: a carência da coragem torna a pessoa covarde, omissa e desprovida de personalidade. Por outro lado, o excesso de coragem é imprudência, temeridade e imprudência ao extremo.
Para Aristóteles, o discernimento é uma virtude intelectual por estar relacionado à verdade e à razão. Estudando-se os conceitos tanto de Aristóteles quanto de São Tomás de Aquino percebe-se que o discernimento visa à verdade da vida, enquanto que a ciência visa à verdade teórica e a arte visa à verdade da obra.
A prudência é a ponte que une e harmoniza os contrários em nós. Ela não tem fórmula fixa, regra ou norma objetiva.
Conforme Aristóteles, a virtude se encontra não no meio exato da distância entre os extremos de vício (de excesso ou de deficiência), mas sim no “justo meio”. Este “justo meio” pode se encontrar, segundo o filósofo, próximo de uma ou de outra extremidade.
"Os vícios entram na composição da virtude assim como os venenos entram na composição dos remédios. A prudência mistura-os e atenua-os, e deles se serve utilmente conta os males da vida."
François, Duque de La Rochefoucauld

Ou seja, a virtude e o vício são os dois lados de uma mesma moeda. Por isso é necessário que nos conheçamos em detalhes, para não só perceber estes extremos em nós mesmos, como para conhecê-los e equilibrá-los com prudência, sabedoria, maturidade.
O conceito de prudência para Aristóteles e São Tomás de Aquino é de “tomar a decisão certa para o momento (e circunstância)”. Esta é também chamada de “sabedoria prática” (phrónesis), diferente da sabedoria teórica (sophia).
O leitor poderá encontrar a definição aristotélica de “prudência” (phrónesis) no Livro VI, capítulo V, da obra “Ética a Nicômaco” (1140 a24 até 1140 b31).
Para Aristóteles o homem prudente (phrónimos) é aquele capaz de deliberar e julgar de um modo conveniente sobre as coisas que podem contribuir para sua felicidade em geral e não sobre questões particulares e pontuais.
Semelhantemente encontramos nos ensinamentos esotéricos que a virtude se encontra na harmonia entre os contrários, no equilíbrio dinâmico dos aparentemente opostos. Estes mesmos ensinamentos também ressaltam a supremacia do pensamento e inteligência sobre as emoções e instintos.
A pessoa que age ou reage unicamente baseado em suas emoções e instintos se assemelha aos animais e distancia-se de sua humanidade. O mesmo ocorre quando suas decisões consideram apenas questões particulares, pontuais e transitórias em detrimento de repercussões coletivas, futuras e duradouras.

As transformações em 2012


Outro dia recebi de uma pessoa amiga o link para um vídeo de pouco mais de uma hora sobre um tal de Matias de Stefano. Este jovem argentino se apresenta de forma muito humilde e simples. Segundo ele, nasceu com uma missão específica: se lembrar de tudo relativo à evolução da humanidade. Parece algo pretencioso, mas da forma como ele vai falando fica fácil, leve e coerente seus argumentos. Não existe pretensão econômica financeira, apenas divulgar informações para ajudar as pessoas em suas vidas. O vídeo é apenas um “souvenir”, um tipo de “amostra grátis” do que ele pode oferecer, visto que seu conhecimento é vasto e não caberia em um vídeo de “apenas” uma hora. Mas, mesmo assim ele passa muitas informações interessantes e úteis.
Para quem quiser assistir o vídeo todo (Matias de Stefano - Ater Tumti - A Herança Universal), o que recomendo, é só acessar o endereço: http://www.youtube.com/watch?v=HS0vT9ncxxs
Uma das informações mais interessantes que passa é acerca de 2012. Como o assunto é atual e a meu ver não se esgotou por falta de novas informações, passo a compartilhar minhas impressões sobre o mesmo.
Conforme Matias, a Terra já está vibrando na cor índigo (como das chamadas crianças índigo) e esta vibração é de transformação. Simplesmente isso, transformação, seja da forma que for. Esta transformação, segundo ele, pode ser “na boa” ou “na marra”, como dizemos por aqui. É um período em que tudo que está estruturado, sedimentado, consolidado, materializado, solidificado e se considera permanente perderá esta condição. Ele não diz que as coisas irão ruir, desmoronar, serem reduzidas a pó. Pelo contrário, Stefano nos ensina que precisamos ter equilíbrio emocional e “calma”, muita calma. Diz que o grande problema será o desespero, a insegurança e o medo que pode se instalar nas pessoas que se fiam e se baseiam apenas nestas coisas consideradas imutáveis ou pétreas. É claro que as transformações que mais abalarão as pessoas serão aquelas que estas mesmas pessoas não estão dispostas a flexibilizar. Podem ser questões de natureza material, social, emocional ou mesmo mental. Tudo estará sujeito às transformações para uma mudança para melhor.
Observe que muita coisa considerada “estável” já não goza deste conceito mais: O Brasil ser um país onde não ocorrem terremotos nem tufões; o dólar ser a moeda estável e segura mundialmente; o poder estar sempre nas mãos dos homens; a Europa ser mais estável que o Brasil; o Brasil ter uma das piores economias mundiais; a ecologia ser coisa de “bicho grilo” ou hippie, os cientistas se acharem “donos da verdade”; o catolicismo ser uma religião oficial e dominante em nosso país; as classes menores não terem direitos; o perigo de guerra não partir mais dos EUA e Rússia e muitos outros mais.
Ele afirma ainda que quem estiver pronto para ver o Apocalipse, assim verá. Quem estiver esperando o alvorecer da Era de Ouro, também assim o verá. Tudo dependerá da disposição das pessoas, seu direcionamento e preparo.
O que é certo é que as estruturas serão abaladas e flexibilizadas, nada necessariamente irá se acabar, mas se flexibilizar para uma melhor adaptação e melhor acomodação em benefício do desenvolvimento, da harmonia, da equidade e da qualidade de vida das pessoas em geral.
Penso eu que certamente veremos mudanças importantes na economia de uma forma geral, o capitalismo já deu sinais de exaustão. O modelo antigo já não se mostra compatível com a atualidade. A sociedade internacional exige, por exemplo, produção e consumo sustentável, empresas menos poluidoras, menos desperdício por parte dos consumidores, melhor distribuição de renda social, educação de melhor qualidade para todos, maior justiça social, etc. Ora, se somos daquelas pessoas que desejam isso então 2012 será um portal simbólico de passagem de um estado de coisas precário e antiquado para outro mais propício para uma vida melhor para todos. Então não há com o que se preocupar. Mas para aqueles que se beneficiam de mecanismos alienantes, de concentração de renda e poder, da ignorância de clientes e parceiros... Bem, para estes 2012 poderá sim significar um verdadeiro “inferno”.
Outra coisa importante a salientar é que 2012 é apenas uma referência para a mudança. As transformações não ocorrerão todas, de forma concentrada em 2012. A questão que afetará a economia, por exemplo, esoteristas, contatados pelos Guias Confederados e até mesmo economistas americanos indicam que ocorrerá mesmo em 2014.

O hedonismo e o estoicismo na vida prática cotidiana


Continuando o assunto iniciado em meu texto anterior, vamos ampliar um pouco mais este assunto e verificar os possíveis desdobramentos e consequências destes comportamentos na nossa vida.
É comum vermos pais que trabalham duro, que não se permitem o descanso ou mesmo o gozo do mínimo que conquistaram. Muitos sequer se permitem desfrutar de férias junto à família, ter momentos de lazer em viagens. Talvez pressionados pelos valores capitalistas atuais que nos conduzem à consciência de que quem quer se dar bem na vida precisa acumular riquezas o máximo que puder. Somente desta forma se sentem aptos a enfrentar a constante cobrança e comparação de poder econômico que a sociedade silenciosa, mas terrivelmente, realiza sobre todos. Os homens sempre se gabam de quem tem o melhor carro, quem fez a melhor compra, quem levou mais vantagens nos negócios, etc. As mulheres se gabam de quem fez a melhor cirurgia plástica, quem tem o melhor implante de silicone, quem comprou o melhor e mais caro vestido de marca. Este é o único prazer a que se permitem: exibir suas conquistas, divulgar seus feitos para os outros, se sentir melhor ou no mínimo igual aos colegas.
Estes mesmos pais, em vista do empenho exagerado para o trabalho e os ganhos, deixam de lado muitas vezes a vida familiar, o lazer e, principalmente a educação de seus filhos. A consequência natural é uma família pronta para ser desestruturada, cuja casa é dirigida pelos ajudantes domésticos. Seu lar tende a ser repleto de relíquias ou adornos da moda, mas totalmente carentes da personalidade e identidade de seus donos. Talvez eles mesmo não sabem o que são ou buscam, pois se dedicam a saber com precisão o que os outros gostam e aprovam, o que está na moda e o que é socialmente mais adequado. O excesso de trabalho e pouco lazer geralmente deságuam em problemas de saúde, tanto física quanto psicológica. Os problemas conjugais também costumam vir junto, afastando cada vez mais o núcleo familiar. A educação dos filhos fica relegada à responsabilidade dos ajudantes doméstico e às escolas que os pais acreditam estar pagando para educar seus filhos. Quando podem estes pais tendem a demonstrar seu carinho e amor aos filhos com presentes e mais presentes, tentando compensar a falta de tempo e disposição para uma conversa íntima, carinhosa e franca com seus pupilos.
Talvez este seja o pior do cenário que um comportamento estoico mal interpretado pode oferecer. Me parece, posso estar equivocado, que este tipo de “educação” (ou falta dela) por parte dos pais geralmente resulta em dois tipos diferentes de comportamento por parte dos filhos: ou eles adotam o modelo de seus pais, ou se acostumam com a falta de intimidade, afeto e respeito, bem como com o ganhar fácil coisas de natureza material para constantemente se dedicarem a coisas agradáveis, fáceis e sem complicação. Afinal, seus pais sempre resolvem seus problemas. Quando se tornam adolescentes, estes jovens não gostam de ter que se esforçar nos estudos, falta respeito para com professores e até mesmo objetivo na vida. Inconscientemente sentem como que seus pais fossem viver para sempre para resolver seus problemas, lhe darem “tudo na boca” e facilitarem sua vida. Ou seja, estes jovens tendem a viver o pior cenário de um comportamento hedonista mal compreendido.
Muito do que vemos na sociedade é este cenário: pais equivocadamente estoicos gerando filhos equivocadamente hedonistas.
O resultado é fácil de prever: os pais adoecem ou falecem, os filhos dilapidam tudo aquilo que os pais duramente conquistaram, desde fortuna até mesmo respeito social e amizades. Isso quando os jovens não aceitam que o poder de ser fonte do prazer e de facilidades dos pais é limitado e se voltam violentamente contra eles. Isso vemos todos os dias nos jornais impressos ou televisivos, no rádio e na Internet.
A família e seu conceito está deteriorada, fragilizada. Nossa cultura e sociedade está chegando em seu horizonte de evento, no ponto máximo possível de se chegar em termos de consequências ou resultados. Não podemos culpar “A” ou “B”, o governo, os religiosos, a polícia o seja lá quem for. Nós é que aceitamos este tipo de vida, estes valores, esta moral, estas condutas. Precisamos parar de colocar a culpa ou a responsabilidade sobre os ombros dos outros. Precisamos olhar no espelho e não ter preguiça de pensar um pouco, de refletir sobre onde este nosso comportamento irá nos levar, quais as consequências que irão resultar. Já temos maturidade para deixar de lado ao jogo de viver a vida achando que só o de melhor irá nos acontecer, é tapar o sol com a peneira, fugir das responsabilidades e consequências. Este é um pensamento muito imaturo, digno de uma criança ou adolescente. A humanidade precisa crescer.
O pensamento de que nada de ruim nos irá acontecer está presente na mente de empresários que desconsideram a poluição que causam, que a concentração de renda suga da sociedade seu meio de vida e isso terá um fim, que a exploração acaba com a saúde de seus funcionários e adoentados não poderão mais trabalhar um dia. O mesmo acontece com governantes que não priorizam o social, estes mesmos governantes que dizem cuidar “da coisa pública pelo bem de todos” acabam na verdade governando em prol de pequenos grandes grupos econômicos.
Vivemos hoje o pior possível tanto do estoicismo quanto do hedonismo em nossa sociedade.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Poder e Autoridade no Mapa Astral de gestores organizacionais


Grosso modo os conceitos de poder e autoridade parecem andar juntos ou até mesmo serem sinônimos. Mas, este é um grande equívoco, pois os termos têm naturezas bem distintas e isso fica nítido à luz da análise utilizando-se o ferramental astrológico.

Por definição, Poder é o direito de mandar, decidir, agir, de forma arbitrária e unitária. Pode-se entender que “poder” tem um componente tanto autoritário quanto egoísta ou egocêntrico. Astrologicamente entendo que o poder no Mapa Astral poderá decorrer tanto do planeta Marte quanto do planeta Plutão. O poder está diretamente relacionado com a vontade, a determinação e o imediatismo (já viu algum poderoso esperando alguma coisa?). O poder pode coagir, forçar a vontade alheia.

Por definição, autoridade é a habilidade de levar pessoas a fazerem algo de boa vontade por influência pessoal. O conceito de autoridade baseia-se na legitimidade e na obediência incondicional espontânea. Autoridade é a aceitação natural e não forçada de um comando ou direcionamento. A Autoridade não coaduna com a força e a violência (coisas do Poder), mas sim com a compreensão e a simpatia. 

Astrologicamente, podemos relacionar a Autoridade com os planetas Sol e Saturno, um tem a autoridade pelo carisma e simpatia e o outro pelo conhecimento e dedicação.
É interessante observar que conforme a pessoa lidere ou pelo poder, ou pela autoridade, isso deixa claro sua índole e caráter. São importantes indicadores dos valores e princípios que norteiam a vida do líder e consequentemente do estilo de sua liderança.



Outra coisa interessante a notar é que o poder pode ser comprado, vendido, dado ou tomado. Mas, o mesmo não ocorre com a autoridade, pois ela decorre de questões de natureza interna e íntima das pessoas.
Nas organizações, Plutão pode ser relacionado com o dono, proprietário, presidente e razão da existência do negócio. É fácil então entender porque este personagem organizacional tende a gostar de profissionais com o perfil “guerreiro” de conquistas rápidas, objetivas e até sem planejamento (atitudes tipicamente marcianas). Parece que o que importa são os resultados, quanto maiores e mais rápidos melhores.



Mas, os conceitos organizacionais atuais já consideram com grande importância a questão da sustentabilidade, da durabilidade, da fidelização. E, para se conquistar isso se faz necessário uma gestão mais “humana”, que respeite as características das pessoas. Astrologicamente falando, esta é uma necessidade solar. Além disso, o mercado também exige qualidade tecnológica e durabilidade, características que são emprestadas de Saturno. O Sol contribui para a identificação e a fidelização dos clientes, enquanto que Saturno é o responsável por um planejamento estruturado e estratégico para manter esta fidelização e assim consolidar o negócio e a empresa no mercado.



Mas, o grande conflito aí se instala: enquanto Plutão e Marte querem as coisas no estilo “Lei do Gerson” (levar vantagem sempre) e o mais rápido possível, Sol e Saturno caminham mais para o lado da Responsabilidade Social Empresarial (ISO 26000), de respeito a todos os parceiros do negócio, desde fornecedores e clientes até mesmo os governos e a sociedade em geral.

É conveniente lembrarmos que Plutão é o regente da atividade bancária. Este planeta também é extremamente magnético a ponto de concentrar e controlar as coisas (ao seu redor), algo muito semelhante ao sistema capitalista que ora rege o mercado financeiro internacional. É por isso que existem guerras (Marte) por causa, por exemplo do poder do petróleo (Plutão).



O Sol rege a vida, a saúde, a plenitude, a paz, a harmonia e o amor. Tudo de bom e desejado. Saturno então é o planeta da organização, da estabilidade e da responsabilidade, principalmente para com aquilo que seja coletivo, social. Além disso, este planeta é o regente do futuro das coisas e sua perpetuação.
É interessante então refletirmos se as características capitalistas não são contrárias à manutenção das empresas e estabilidade social. Se sim, nossos homens de negócios enveredaram por um caminho equivocado e em algum momento precisarão rever conceitos e atitudes. A adoção da ISO 26000 por grandes empresas já denota uma forte e poderosa tendência neste sentido. O conceito de que a empresa visa apenas a obtenção do maior lucro possível para seus sócios já não é maioria na mente dos gestores atualizados. Hoje a empresa é considerada uma grande parceira social que produz bens e serviços no interesse da comunidade na qual está inserida.



Uma análise individual do Mapa Astral do gestor, pelo olho clínico do bom profissional de Astrologia, poderá indicar como se encontram distribuídas estas forças em sua vida, como melhor aproveitá-las e se existem indicadores que limitam seu poder e/ou autoridade.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Você é uma pessoa hedonista ou estoica?


Desde a Grécia Antiga a humanidade já se identifica com extremos de comportamento. Algumas pessoas falam do conflito entre materialismo x espiritualismo, ou entre ciência x religião. Outras abordam o assunto em termos de processamento mental pelo hemisfério esquerdo ou direito do cérebro. Existe uma tendência para estas visões de mundo se aproximem também das chamadas visões masculina x feminina.
Analisar o comportamento ou pensamento desta forma dicotômica parece algo reducionista demais e isso é motivo de crítica por parte de muitos profissionais. Argumentam que a variedade humana é grande e que não se pode reduzir a multiplicidade da psique humana em apenas duas visões. Sim, a crítica processe, mas por outro lado, querer estudar o ser humano em toda a sua complexidade e extensão é algo que nem em curso inteiro de Psicologia, por exemplo, uma pessoa dá conta. Cada ramo da Psicologia é praticamente infinito em si mesmo.
Então, utilizarmos didaticamente, para através de um esquema reducionista sim entender grupos de comportamentos, pensamentos e sentimentos nos ajudará a entender melhor as pessoas e nós mesmos.
Assim sendo, refaço a pergunta: Você é do grupo de pessoas que tendem mais para o hedonismo ou para o estoicismo?
O site da Wikipedia assim define hedonismo[1]:


O hedonismo (do grego hedonê, "prazer", "vontade") é uma teoria ou doutrina filosófico-moral que afirma ser o prazer o supremo bem da vida humana. Surgiu na Grécia, e importantes representantes foram Aristipo de Cirene e Epicuro. O hedonismo filosófico moderno procura fundamentar-se numa concepção mais ampla de prazer entendida como felicidade para o maior número de pessoas.
O significado do termo em linguagem comum, bastante diverso do significado original, surgiu no iluminismo e designa uma atitude de vida voltada para a busca egoísta de prazeres materiais. Com esse sentido, "hedonismo" é usado de maneira pejorativa, visto normalmente como sinal de decadência.
Ora, então por este termo “hedonismo” entende-se o comportamento de pessoas que só se ocupam em levar vantagem, obter o máximo de prazer possível e fugir de trabalho e obrigações como se foge da morte. Em linguagem popular é “aquele que não quer nada com nada”, que tem preguiça de pensar e não quer se preocupar, que escolhe sempre o caminho mais fácil.
Já sobre o estoicismo [2]o site Wikipedia assim define:
O estoicismo (do grego: Στωικισμός) é uma escola de filosofia helenística fundada em Atenas por Zenão de Cítio, no início do século III a.C.. Os estóicos ensinavam que as emoções destrutivas resultavam de erros de julgamento, e que um sábio, ou pessoa com "perfeição moral e intelectual" não sofreria dessas emoções.[1]
Os estóicos preocupavam-se com a relação activa entre o determinismo cósmico e a liberdade humana, e com a crença de que é virtuoso manter uma vontade que esteja de acordo com a natureza...
Estóicos mais tardios, como Séneca e Epicteto, enfatizaram que porque a "virtude é suficiente para a felicidade", um sábio era imune aos infortúnios. Esta crença é semelhante ao significado de calma estóica, apesar de essa expressão não incluir as visões "éticas radicais" estóicas de que apenas um sábio pode ser verdadeiramente considerado livre, e que todas as corrupções morais são todas igualmente viciosas.[1]
O estoicismo foi uma doutrina que sobreviveu todo o período da Grécia Antiga, até ao Império Romano, incluindo a época do imperado Marco Aurélio, até que todas as escolas filosóficas foram encerradas em 529 por ordem do imperador Justiniano I, que percepcionou as suas características pagãs, contrária à fécristã[2][3]
... O estoicismo ensina o desenvolvimento do autocontrole e da firmeza como um meio de superar emoções destrutivas, a filosofia defende que tornar-se um pensador claro e imparcial permite compreender a razão universal (logos). Um aspecto fundamental do estoicismo envolve a melhoria da ética do indivíduo e de seu bem-estar moral.
Percebe-se que pelo conceito estoico o hedonismo prejudica a razão e consequentemente a compreensão. Isso resulta que com o Hedonismo a pessoa não entenderá sua vida e então sofrerá as agruras das frustrações, decepções e confusões naturais disso. Ou seja, exatamente aquilo que os hedonistas mais detestam. Não é interessante?


O Estoicismo anuncia que o conhecimento liberta, traz paz interior, plenitude e tranquilidade ao mesmo tempo que o Hedonismo que busca tudo isso é um caminho equivocado. Podemos também entender que o Hedonismo é o prazer imediato e transitório e o futuro incerto, enquanto que o Estoicismo é a certeza de um futuro melhor pelo esforço presente.
Continuaremos com este assunto no próximo artigo.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Religiões como orientações dos “Deuses”


Quando se fala em “deuses” logo vem à ideia o politeísmo[1]. Este termo, politeísmo, geralmente é usado pejorativamente como se fosse um anátema, uma esconjuração. Em oposição, é senso comum que “o que está na moda” (em termos de Estatística, Moda[2] é aquilo que tem mais e não necessariamente o que está correto) é o Monoteísmo[3].
Na verdade qual religião pode se dizer monoteísta hoje? Afirmar que existe Pai, Filho e Espírito Santo, ou seja, as Três Pessoas, é o mesmo que afirmar que esta crença é politeísta. E se considerarmos então a questão dos Anjos[4], Arcanjos, etc. aí então fica caracterizado de vez o politeísmo.
Moisés[5], o governante hebreu de pulso mais firme, conforme a Bíblia, instituiu a fé em Javé[6], um deus do deserto muito cruel, vingativo e inflexível (um conceito muito diferente do que hoje se prega com a imagem de paciência, compreensão, amor, etc.). Teoricamente esta é a origem do suposto monoteísmo católico. Mas, a ideia mais original de um deus único é justamente do berço onde Moisés cresceu e se alimentou: a religião egípcia[7] e seu deus Aton[8], o não criado propalado por Akhenaton[9]. Porém, é muito mais comum vermos a religião egípcia como politeísta e encabeçada por Amon[10].

Mas, nos distanciando da polêmica entre monoteísmo e politeísmo, Moisés parece não ter trazido somente o conceito de unidade divina do Egito, mas também o conceito dos famosos “Mandamentos”. Ele certamente se espelhou nas “Confissões Negativas[11]” no julgamento do coração do morto, no Amenti, pela deusa Maat [12](a deusa da Verdade, da Justiça e da Ordem Divina) e pelo deus Anubis. Os essênios[13] (grupo judeu no qual muitos afirmam ter Jesus convivido entre seus 13 e 30 anos de idade) certamente adotavam as práticas de vida dos antigos Hassidins[14]. Estas práticas e preceitos de “retidão” estão em sintonia com as propostas de Maat.
Tanto no Antigo Egito quanto outras antigas civilizações trazem orientações, ensinamentos e prescrições que, para aqueles povos, foram repassados por “deuses”.
Praticamente todas as religiões arcaicas tinham sua ciência centrada e baseada no estudo das estrelas. Nos sítios arqueológicos sempre se encontram locais de observação e estudo dos céus. As próprias pirâmides egípcias são observatórios estelares, bem como Stonehenge e outros sítios.



Ora, é interessante se refletirmos que muitas destas culturas não se conheciam, e até estavam em continentes diferentes umas das outras. Mas, mesmo assim, tinham princípios, valores, práticas e preceitos muito parecidos umas das outras. Isso só pode nos indicar uma fonte única de onde partiu todos estes ensinamentos, informações e práticas. É interessante se observar, por exemplo, o quão é semelhante, quase igual, os nomes das letras e as formas de se cumprimentar entre judeus e árabes. Porém, os mais radicais teimam em não ver as semelhanças, mas somente as diferenças e perpetuar uma equivocada luta interminável entre as religiões. O homem sempre distorceu as orientações oriundas dos guias estelares.
É uma pena que nossa atual “ciência” e seus cientistas relutam em relegar os conhecimentos antigos à vala comum da fantasia. O famoso filósofo e historiador Mircea Eliade[15], em sua obra “O Mito do Eterno Retorno[16]” nos afirma que:
“A mais importante diferença entre o homem das sociedades arcaicas e tradicionais, e o homem das sociedades modernas, com sua forte marca de judeu-cristianismo, encontra-se no fato de o primeiro sentir-se indissoluvelmente vinculado com o Cosmo e os ritmos cósmicos, enquanto que o segundo insiste em vincular-se apenas com a História”.


Fórmula teúrgica de auto avatarização

 (Assista vídeo no YouTube em  nosso Canal  que explana melhor o conceito desta fórmula) Eu, como membro da obra do Eterno na face da Terra...