Em toda a história da humanidade e até os dias presentes sabe-se da existência de lugares tidos como sagrados que atraem para si infinitas caravanas de fiéis de todo o mundo. Hoje podemos citar, por exemplo: o Muro das Lamentações e a Basílica em Israel, o rio Ganges, o Caminho de São Tiago de Compostela na Espanha, Machu Picchu no Peru, as pirâmides tanto no México quanto no Egito, Roma, a basílica da cidade brasileira de Aparecida do Norte, São Thomé das Letras e muitos outros lugares mais.
Mas, um simples templo também é um lugar sagrado, seja ele da religião que for e é muito importante para seus fiéis.
Todas as coisas têm seu valor intrínseco e também extrínseco. Mircea Eliade, o filósofo e historiador de religiões nos fala sobre a Teofania e a Hierofania em suas obras. Ora, uma coisa, lugar ou pessoa pode sim ser veículo da manifestação divina, o que se denomina Teofania. Por isso as relíquias religiosas são consideradas sagradas, algumas pessoas e mesmo lugares específicos.
No mundo antigo havia festivais religiosos em datas também consideradas sagradas. Estes festivais aconteciam em locais sagrados, muitas vezes construídos especialmente para aquele fim. Este costume remonta de desde antes do Antigo Egito, milhares de anos antes de Jesus, o Cristo.
Conforme Eliade a visitação a um local sagrado simboliza para as pessoas que nele acreditam um forte impacto psíquico de aproximação com o centro, a origem e consequentemente com a Unidade Primordial, Deus. O resultado deste encontro ou reencontro com o Princípio é também o retorno à condição original de pureza, liberdade, limpeza, saúde, felicidade, paz, harmonia, amor incondicional e espiritualidade plena.
Na faina comum de nossa vida tida como “profana” muitas vezes os embates, preocupações, cobranças e pressões nos fazem “sair da linha”, perder o foco, desviar o rumo de uma conduta e objetivos elevados e transcendentes. Então, é preciso uma ação regular de corrigir o rumo, assim como a necessidade de se acertar o relógio, de vez em quando. Assim o objetivo da ida regular aos lugares sagrados é fazer os ajustes necessários em nossa conduta para continuar em nossa determinação de sermos pessoas elevadas, buscando a luz, a evolução e a melhor condição de ser humano pleno de cidadania, distanciando da conduta condenável do egoísmo, da violência, dos vícios, do orgulho, etc..
Então, para quem não crê ou não pertence às religiões, os templos ou lugares sagrados podem nada significar e ao mesmo tempo gerar um grande impacto psíquico em seus crentes. É certo que muitos lugares têm sim uma energia especial e querendo ou não, acreditando ou não a pessoa que lá permanecer por algum tempo acaba vivenciando experiências psíquicas que podem ser interpretadas como coisa estranha, confusa e até mesmo negativa para quem não está preparado.
Ao contrário, se uma pessoa acredita que o lugar é sagrado, se ele realmente apresenta condições especiais de vibração e natureza quântica propícia para estados alterados de consciência (pela interação bioquímica entre o eletromagnetismo local com a bioenergia da pessoa, principalmente a cerebral), isso aliado a um ritual específico que relembre a Origem ou Princípio (que faça a mente se focar em ideias, símbolos, emoções, informações relativas à divindade e nossa condição original no “Paraíso”) em uma data sagrada por sua fé, então certamente a pessoa experimentará seu êxtase pessoal e pode até veicular uma hierofania, a manifestação de Deus no indivíduo.
Existem pesquisas científicas de neurociências que afirmam que uma coisa não precisa acontecer de fato com uma pessoa para que seu cérebro e corpo respondam como se fosse uma realidade imediata e tangível. Nosso corpo reage praticamente de forma igual ante a uma experiência real e a outra relatada por uma pessoa amiga, exibida em um filme ou novela ou ainda lida em um livro. Por exemplo, mesmo sabendo que novela é um drama e que as pessoas reais apenas interpretam papéis fictícios, os telespectadores se emocionam, choram, riem, ficam com raiva estimuladas pela exibição. O mesmo ocorre com filmes de ação, violência, terror, etc.. Da mesma forma acontece quando se ouve uma música religiosa, assiste-se um culto, se faz uma oração.
O que pode ser sonho, fantasia, até delírio para alguns pode ser uma grande, contundente e determinante realidade para outros. Nosso cérebro não distingue o que é fato concreto do que é fato psíquico, para ele tudo é igual. Isso ocorre também com nossas crianças, suas fantasias, medos e ansiedades – não são coisa para se desdenhar ou desmerecer, mas para os adultos respeitarem e administrar como realidade delas.
Por isso é importante que saibamos muito bem o que estamos assistindo, pois isso determina nossa “sintonia” vibracional e a sintonia nos aproxima daquilo com o qual estamos sintonizados. Práticas, pensamentos e emoções equilibrantes nos levam a uma vida mais equilibrada, tranquila, saudável e conforme as Leis Divinas, conforme a Vontade do Pai.
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