É comum as pessoas desejar “falar com Deus” ou seus
emissários, os anjos. Geralmente são pedidos de toda ordem, desde os mais
práticos (como emprego, saúde, etc.) até os mais fúteis (como saber sobre
traição, manter namorado, etc.). Mas, o que as pessoas não refletem é que
existe uma hierarquia de seres espirituais e os mais elevados são também os
mais distantes. Quanto mais elevado, mais distantes estamos nós deles. Então,
se a pessoa quer mesmo ser atendida, deveria pensar em buscar ajuda em seres
espirituais mais próximos e mais identificados com a realidade do cotidiano
humano. Afinal, anjo não sabe nada sobre pagar aluguel, dor de dente, traição
amorosa ou ainda emagrecer.
Por outro lado, quando se deseja atingir um ser elevado, é
importante que os seres mais próximos nos ajudem e colaborem para que isso
possa acontecer. É o mesmo que dizer que se quer falar com o prefeito de uma
cidade para resolver um problema em sua rua. Provavelmente falar com um
vereador é muito mais fácil e prático. Se este vereador não puder resolver a
questão, porém julgá-la importante e procedente, poderá recorrer então a um
secretário municipal para fazê-lo. Se ainda assim a coisa não resolver, se
depender de uma decisão do prefeito, aí sim o interessado, acompanhado pelo
vereador e também pelo secretário agendarão uma audiência com o prefeito para
resolver a questão. Se mesmo assim não estiver nas mãos do prefeito, este
poderá recorrer a um deputado, por exemplo. De forma semelhante devemos
proceder nos pleitos espirituais.
Antes da pessoa querer ser o “Rei do Fogo e dos Trovões”,
talvez seja necessário e importante reinar sobre o básico da Criação que são os
Quatro Elementos da Natureza que compõem tudo que existe. São como o carbono
que está em (quase) tudo que se conhece, como a água ou o sal no preparo dos
alimentos.
Esotericamente, tudo que existe é formado pelos quatro
elementos da natureza. Eles são: a terra, a água, o ar e o fogo. Mas, não se
deve confundir o elemento da natureza com outras denominações com os mesmos
nomes. Por exemplo, o elemento água em sua “apresentação” como água é a nossa
água que jorra pela torneira. Mas, este mesmo elemento água quando apresentado
como terra é o nosso conhecido gelo (parece uma pedra). O elemento água na
forma ar é o vapor e como fogo é a água em ebulição.
Cada um destes quatro elementos “rege” um universo próprio.
A Terra, por exemplo, rege as coisas materiais, concretas, pesadas, densas,
duradouras, escuras, internas. Assim, os seres elementais relacionados com a
Terra são os gnomos, seres espirituais que vivem nas minas, cavernas,
subterrâneos, etc. Estes seres espirituais são os responsáveis tanto pelos
metais e pedras, preciosos ou não, como também por nossas células corporais,
órgãos e sistemas. Uma das formas mais utilizadas para nos aproximarmos de forma
harmônica e simpática dos elementais dos quatro elementos da natureza é fazendo
suas orações. Estas orações são orações a Deus, como eles O veem. Ou seja, a
pessoa se coloca na situação e posição do elemental para orar a Deus. Desta
forma tende a “ganhar a simpatia” do elemental facilitando sua ajuda naquilo
que a pessoa deseja.
Outra coisa importante antes da pessoa se tornar um “Deus do
Fogo e dos Trovões” é ela se tornar um deus de si mesma, de seus elementais
interiores. A pessoa precisa dominar estes elementos dentro de si mesma.
Como se faz ou se identifica isso? Simples! Existem as
“Provas dos Quatro Elementos” que herdamos das antigas e primitivas tradições
esotéricas. Mas, para além do círculo fechado do mundo iniciático, também
podemos “testar” nosso domínio ou não sobre os elementos internos em atividades
corriqueiras. Assim, em um simples balanço de criança ou então em um brinquedo
de montanha russa, testamos nosso domínio interior sobre o elemento Ar; em um
estacionamento no subsolo, dentro do elevador ou dentro de uma caverna,
testamos nosso domínio e conforto em relação ao elemento Terra; dentro de uma
piscina, no mar, no lago ou rio testamos nosso domínio e segurança quanto ao
elemento Água; e, finalmente, ante a uma fogueira, em locais quentes, um forno,
em situações de violência, e ao meio-dia em dias de calor escaldante percebemos
nossa relação com o elemento Fogo.
É importante deixar claro que devemos sempre merecer as
coisas, nada “cai do céu” gratuitamente e se queremos receber ajuda precisamos
ser dignos disso. Então, ninguém evolui fazendo maldades, sem mérito ou mesmo
com desequilíbrios psíquicos. Para obtermos a colaboração dos elementais dos
quatro reinos precisamos dominá-los, caso contrário esqueça! Retornarei a este
assunto em seguida.
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